10 de novembro de 2013

I - Sobre a faculdade de cura (mediunidade curadora)

"Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, tão só pela imposição das mãos, ou pela prece." (1)
Em uma série de posts, realizaremos aqui um pequeno estudo sobre a faculdade e os fenômenos de cura. Fora do aspecto das curas obtidas pela medicina convencional, esse é, certamente, um importante fenômeno que tem sua gênese na vontade ou em certas propriedades desconhecidas que podem ser produzidas por seres humanos no sentido de prodigalizar o que, de outra forma, somente pode ser compreendido como uma coincidência (2). Há muito ainda  a ser descoberto sobre como se processa esse tipo cura, o que é suficiente para justificar a importância do estudo. Algumas questões que são de nosso interesse na série são:
  • Por que adoecemos ?
  • Como podemos entender o processo de cura?
  • O que o Espiritismo tem a dizer sobre as enfermidades?
  • Existem curas espirituais?
  • Onde estão realmente determinadas as causas últimas das enfermidades?
  • Médiuns curadores: quem são eles? 

Introdução

Para quem está doente, pouco importa a explicação  que se vincule ao fenômeno, uma vez que seu objetivo é alcançar o estado de saúde plena ou um estado considerado satisfatório. Porém, é importante o estudo das curas realizadas por meio dos Espíritos ou de outras faculdades inerentes ao ser humano, porque podem funcionar como auxílio a tratamentos já existentes, se não constituem tratamentos per se. O mecanismo pelo qual tais curas são operadas ainda está envolvido em mistério, principalmente no caso de doenças consideradas complexas. 

A medicina chamada 'convencional' dispõe de inúmeras ferramentas, técnicas e teóricas para reconstituir a um doente o seu estado de saúde. Nada há a ser contestado aqui. Porém, é amplamente reconhecido pelos médicos que o organismo dispõe de mecanismos automáticos para o restabelecimento do equilíbrio. É aceito que o tempo e processos bioquímicos ministrados durante um tratamento - que se baseiam em teorias geradas por pesquisa em ambientes controlados, sistemas simplificados (3) e estatística de grandes amostras (4) - são os mais importantes recursos usados pela medicina moderna em direção a obtenção da cura.

Mas, o organismo humano é um sistema muito complexo. Sendo formado por um número incrivelmente grande de células (5), que são as unidades da vida, é absolutamente impossível descrever o corpo e as interações que ocorrem em seu interior por meio de teorias puramente mecânicas envolvendo relações entre essas unidades. Tamanho grau de complexidade implica que são inúmeras as causas que concorrem para alterar o estado de saúde do organismo. Certamente, há doenças muito simples, onde um conjunto restrito de causas pode ser facilmente identificado, mas há casos complexos onde, certamente, inúmeras causas concorrem.

Quando essas causas são conhecidas, há chance de se obter tratamentos eficientes. Isso ocorre quando conhecemos completamente as circunstâncias físicas que geram o desequilíbrio e o próprio estado do organismo, a ponto de prever com antecedência os resultados. Mas, quando as causas são desconhecidas, as portas estão abertas para o fracasso dos tratamentos e, principalmente, para o martírio dos doentes...

O papel da natureza espiritual do ser humano na gênese das enfermidades.

Sendo o ser humano um sistema de natureza dual, formado pelos princípios material e espiritual, é obrigatório considerar o Espírito como uma das causas relacionadas à ocorrência das enfermidades. Portanto, ao não se considerar o Espírito e sua relação com a natureza material em uma contexto mais amplo na gênese das doenças, a medicina moderna está naturalmente limitada,  rejeitando muitas das curas espontâneas como meros efeitos do acaso. Quando muito, médicos frequentemente consideram o efeito da 'mente' como uma espécie de 'ressonância' ou 'feedback' interno do corpo. É importante ressaltar o caráter independente da chamada 'mente' e de como ela pode alterar o estado de saúde.
Fig. 1 Concepção materialista do corpo, onde a mente é um subproduto de arranjos internos desse corpo. As enfermidades são oriundas de influências externas e predisposições internas ao organismo (incluindo a própria mente).
Porém, isso não é tudo. Há um segundo corpo associado ao Espírito que recebe, na denominação espírita, o nome de perispírito (6). Esse segundo corpo é formado por matéria não visível (ou seja, pertence ele à natureza material), mas que interage de alguma forma com o corpo visível. E é justamente esse segundo corpo que irá representar o terceiro elemento associado a causas não conhecidas para o aparecimento de doenças ou a novos mecanismos para a cura. Tudo o que aqui descrevemos é uma consequência do conhecimento espírita e, portanto, poderá ser usado como base para o estabelecimento de novos tipos de tratamento no futuro, ao mesmo tempo que permite compreender fenômenos de curas inexplicáveis para o conhecimento presente.

Nossa discussão está representada de forma esquemática pelas Fig. 1 e 2. Na Fig. 1, a visão presente do conhecimento não espírita está representada, onde é possível identificar diversas causas externas e internas ao corpo como causando o desequilíbrio da saúde. Dentro de uma concepção que não admita a existência de nada além do corpo, doenças são desequilíbrios no estado de saúde gerados por influências externas ao organismo e predisposições internas (ou interação entre esses dois fatores), incluindo a própria mente que é, em última instância, uma função ou subproduto do organismo. Na visão materialista, a consciência seria uma função do cérebro, da mesma forma que a digestão é função do aparelho digestivo. Com base nessa limitação de objetos, os precedimentos médicos procuram desenvolver tratamentos que corrijam as supostas causas associadas aos sintomas.

Na Fig. 2 adicionamos os outros elementos que também concorrem para esse desequilíbrio segundo a visão espírita, ressaltando que ele permite expandir nossa compreensão sobre a origem, gênese e desenvolvimento das doenças. Nessa nova visão, não existem apenas influências que atuam sobre o corpo ou predisposições internas do corpo que potencializam enfermidades.

Fig. 2 Concepção espírita do ser humano.  Influências externas atingem todo os diferentes elementos que constituem o ser e se propagam nele, atingindo o corpo onde tornam-se manifestas publicamente.


Existem igualmente influências externas que atuam sobre o perispírito, assim como predisposições internas do perispírito que engendram potenciais doenças. Da mesma forma, influências externas atuam sobre o espírito que, além disso, possui predisposições internas que podem resultar em doenças. Destacamos:
Como há uma comunicação entre os três elementos, o corpo físico, sendo a parte 'visível', acaba sendo também o repositório onde enfermidades serão observadas "publicamente". 
Assim, por exemplo, o comportamento do doente revelará o estado de seu espírito e poderá influenciar a doença. Seu comportamento se manifesta pela maneira como ele se comporta, como se expressa, pelo que diz etc.

Mas, quando se fala em 'influências externas', no caso do perispírito e espírito, quais são elas? Isso é o que iremos discutir futuramente, porque, da mesma forma que a medicina precisa de conhecimentos e ciências auxiliares para conhecer os mecanismos pelos quais operam as influências externas sobre o corpo (7), com o objetivo de isolar tais causas materiais, uma nova ciência terá que ser criada para descrever e explicar como outros tipos de influência externa podem se impor sobre a parte não visível do ser humano.

De nosso raciocínio acima, também podemos prever que, pela atuação correta em cada um dos três elementos (via elementos curadores), corpo, perispírito e espírito, será possível eliminar as causas e, portanto, conseguir a cura para variedades de doenças que escapam a tratamentos exclusivamente "físicos".  Portanto, ao longo de uma série de posts, detalharemos a relação simbiótica que existem entre os três elementos, indicando na literatura espírita onde essa nova visão do ser humano está erigida.

Continua no próximo post.

Notas e referências

(1) A. Kardec. O Livro dos Médiuns, Segunda parte: "Das manifestações espíritas", "Capítulo XVI - Dos médiuns especiais",  "Quadro sinóptico das diferentes espécies de médiuns", 189 (www.ipeak.com.br).

(2) Ou, melhor uma 'cura espontânea', isto é, a maior parte dos céticos respondem com esse tipo de explicação para os casos registrados na literatura;

(3) Que envolve, por exemplo, testes em animais.

(4) O fato de ser uma estatística, implica que não se pode ter certeza absoluta de que se irá atingir a cura para uma determinada doença. Uma enfermidade é vista amplamente como um fenômeno de natureza estatística e há muito o que se falar sobre isso.

(5) Esse número está avaliado em 3.72 × 10^13. Ver Bianconi et al (2013). An estimation of the number of cells in the human body. Ann. Hum Biol. (Acesso em Novembro de 2013)

(6) Ver "O Livro dos Espíritos", questão #93.

(7) Inúmeras 'ciências auxiliares' foram criadas ou aproveitadas no desenvolvimento de tratamentos médicos. A genética, a bioquímica, a farmacologia etc.

31 de outubro de 2013

Reportagem no Correio Fraterno n 453

O Correio Fraterno recentemente lançou um entrevista conosco sobre o projeto das Cartas Psicografadas na sua edição número 453. Agradeço a Eliana Haddad a paciência e o profissionalismo da reportagem "Na mira da pesquisa, as cartas psicografadas por Chico Xavier". O trabalho do Correio Fraterno tem se pautado por equilíbrio e um grau de cobertura necessário na divulgação correta dentro do movimento espírita.


Referências

20 de outubro de 2013

O lançamento do repositório SKL: textos espíritas no formato acadêmico (artigos) em PDF

Um novo repositório de artigos espíritas pode ser acessado em Spiritist Knowledge Letters, que é uma página estática do blog Spiritist Knowledge (ver aba superior desse site). O objetivo desse espaço é renir informação espírita na forma de artigos acadêmicos em inglês.

O conteúdo presente do SKL traz os títulos seguintes, que podem ser baixados via Google docs:
SKL#01 A. Xavier. Pragmatics and intention in automatic writing compositions: the Chico Xavier case. (Pragmática e intenção em coposições psicográficas de Chico Xavier
SKL#02 A. Xavier. The Non-observable Universe and an Empirical Classification of Natural Phenomena. (O Universo não observável e uma classificação empírita para fenômenos naturais
SKL#03 S. Chibeni. The Spiritist Paradigm. (O Paradigma espírita
SKL#04 S. Chibeni. Spiritism: An experimental approach to the issue of personal post-mortem survival. (Uma abordagem experimental para a questão da sobrevivência além-túmulo)

Em particular, destacamos o SKL#04 pelo filósofo Silvio Chibeni, que contem um estudo interessante sobre a questão da sobrevivência segundo um tratamento da epistemologia moderna. Esse texto, em particular, é inédito e foi lançado apenas na página SKL.

É possível ler os resumos e fazer o download dos arquivos dos outros artigos na página SKL. que dá acesso ao Google Docs.

O SKL está aberto a contribuições. Se você tiver uma contribuição interessante em inglês sobre os assuntos descritos na página SKL, entre em contato conosco. Formataremos o seu material de acordo com estilo adotado para os textos do SKL.

É importante destacar que o SKL não é um jornal acadêmico, mas simplesmente um repositório de artigos cujo objetivo é fornecer um lugar na rede para textos modernos de interesse ao movimento espiritualista e espírita em geral. 





9 de outubro de 2013

Kardec: sobre o misticismo

O dia 3 de Outubro marca o aniversário de H. L. Denizard Rivail (1804-1869), cognominado Allan Kardec, cuja obra monumental é um edifício erigido em nome da lógica e do bom senso, no tratamento de problemas milenares relativos à vida futura do ser humano.   

Se formos atentar para a maneira como tal edifício foi construído, não podemos deixar de notar o cuidado e sofisticação com que Kardec o revestiu. Temas extremamente relevantes para a humanidade, tal como a possibilidade de sua continuação, a sobrevivência do ser, a sua comunicação além da morte física e pre-existência foram sistematicamente separados por Kardec de qualquer tentativa de enquadramento nos mesmos referências e filosofias disponíveis em sua época. Em particular, Kardec teve cuidado em separar os princípios da sua metodologia de tratamento desses problemas das antigas tradições fundadas no misticismo ou conhecimento antigo, embora Kardec reconhecesse o progresso que os antigos atingiram no entendimento de muitos dos fenômenos psíquicos.

Em particular, salta aos olhos o distanciamento com o misticismo, entendido nesta acepção, comum à época e ainda hoje, conforme algumas passagens:
Antes de entrarmos em matéria, pareceu-nos necessário definir claramente os papéis respectivos dos Espíritos e dos homens na elaboração da nova doutrina. Essas considerações preliminares, que a escoimam de toda ideia de misticismo..." ("A Gênese, Introdução, ref. 1, grifo nosso)
Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição. ("O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXI, 'Os falsos profetas da erraticiade, ref. 1, grifo de Kardec)
Parece que algumas pessoas temeram que a qualificação de messias espalhasse sobre a Doutrina um verniz de misticismo. (Revista Espírita, março de 1868, Comentário sobre os messias do Espiritismo, ref. 1, grifo nosso)
Considerado desta maneira, o Espiritismo perde o caráter de misticismo que lhe censuram seus detratores, pelo menos aqueles que não o conhecem. Não é mais a ciência do maravilhoso e do sobrenatural ressuscitada, é o domínio da Natureza...(Revista Espírita, novembro de 1864, O Espiritismo é uma ciência positiva, ref. 1, grifo nosso) .
De qualquer forma, o sentido para misticismo nessas passagens é de uma atitude extravagante, irracional e não logicamente justificada. Ela certamente afasta o 'homem de bom senso' de toda e qualquer revelação, doutrina religiosa ou filosofia que se acredite verdadeira usando métodos ou raciocínio fundamentados em afirmações questionáveis ou em atitudes, elas mesmas extravagantes e flagrantemente inócuas. 

No mesmo texto que segue a passagem copiada da Revue Spirite de março de 1868 ("Comentários sobre os messias do Espiritismo") encontramos essa passagem elucidativa:
Para quem conhece a Doutrina, ela é, de ponta a ponta, um protesto contra o misticismo, pois que tende a reconduzir todas as crenças para o terreno positivo das leis da Natureza. Mas, entre os que não a conhecem, há pessoas para as quais tudo o que escapa da Humanidade tangível é místico. Para estas, adorar Deus, orar, crer na Providência é ser místico. Nós não temos que nos preocupar com a sua opinião. (grifo nosso)
Portanto, o termo místico ou misticismo nunca foi entendido por ele em um sentido positivo e, pelo que se infere do trecho acima, a noção de religiosidade exposta por Kardec dispensa o seu uso. Isso acontece porque Kardec descobriu que se poderia fundamentar o conhecimento sobre a vida futura ou sobre as consequências dos atos com base na observação de fenômenos da Natureza (as comunicações mediúnicas), da mesma forma como podemos aplicar determinados princípios de física - eles mesmos também fundamentados em fenômenos naturais - para prever o que irá acontecer entre arranjos e estados de corpos materiais.

A experiência mística: uma variedade de fato mediúnico?

Se consultarmos definições filosóficas modernas (ref. 2) para o termo misticismo, encontramos:
O termo 'misticismo' vem do grego μυω, que significa 'ocultar'. No mundo helênico, 'místico' se referia a rituais religiosos 'secretos'. No cristianismo primitivo, o termo veio a ser usado para se referir a interpretações 'ocultas' das Escrituras e a presenças ocultas, tais como Jesus na Eucaristia. Somente mais tarde o termo veio a ser usado para designar a 'teologia mística', o que incluiu experiência direta com o divino. Tipicamente, místicos, sejam eles teístas ou não, vêem a experiência mística como parte de uma iniciativa maior de transformação humana e não como o fim dos esforços. Assim, em geral, 'misticismo' deve ser compreendido como uma constelação de práticas distintas, discursos, textos, instituições, tradições e experiências que visam a transformação humana, que é definida de forma variada em diferentes tradições. (ref. 2)
Um bom exemplo de mística foi Teresa D'Ávila que descreveu suas experiências extáticas. A possibilidade de se desprender da realidade e entrar em contato com outra bem diferente (que estaria na raiz dessa concepção positiva para o misticismo) é constante em muitas tradições religiosas. A Kardec, não poderia ser possível acreditar nessas narrativas sem antes estudá-las e enquadrá-las como uma variedade de experiência mediúnica, afinal é isso que ocorre quando os laços que prendem o Espírto ao corpo são flexibilizados. Talvez, fenômenos tais como o desdobramento espontâneo (como o que ocorre nas chamadas 'Experiências de quase morte ou, em inglês, 'Near Death Experiences') se assemelham a experiências que, em outras épocas e culturas, seriam descritas como relatos místicos. 

Portanto, mais uma vez, Kardec esteve adiantado em sua época e o Espiritismo, longe de reduzir a importância dessa concepção de misticismo, veio para dar-lhe uma nova visão e interpretação.

Discussão final

Talvez a experiência mística se enquadre na categoria das ocorrências de desdobramento do Espírito, quando ele readquire capacidades que jazem adormecidas ou apenas latentes na sua forma encarnada, de forma que, ao regressar ao seu corpo, essa realidade maior é vivenciada como uma experiência mística. Não apenas isso, muitas vivências ou experiências místicas podem ser descritas como aplicação de leis ainda desconhecidas tais como projeções da vontade, materializações, exteriorização da sensibilidade etc.

De qualquer forma, outras noções de misticismo podem ser encontradas na obra da codificação. Por exemplo, na Revue Spirite podemos ler a seguinte mensagem:
Não vos demoreis mais tempo agarrados aos batentes já carcomidos do pórtico, e penetrai corajosamente no santuário celeste, levando com firmeza a bandeira da filosofia moderna, na qual inscrevei sem medo: misticismo, racionalismo. Fazei ecletismo no ecletismo moderno; fazei-o como os Antigos, apoiando-vos na tradição histórica, mística e legendária, sempre, porém, com o cuidado de não sair da revelação, facho que nos faltou a todos, recorrendo às luzes dos Espíritos superiores, votados missionariamente à marcha do espírito humano. Esses Espíritos, por mais elevados que sejam, não sabem tudo. Só Deus o sabe. Além disso, de tudo quanto sabem, nem tudo podem revelar. (ref 3 e 1, grifo nosso)
O afastamento de Kardec de noções mais arraigadas de misticismo foi suficiente para desqualificar o Espiritismo na visão de muitos autores místicos. Por exemplo, muitos deles (como é o caso de Helena Blavatisky criadora da Teosofia) simplesmente consideram  o Espiritismo como um 'tipo inferior de ciência oculta'. Mas, o posicionamento de Kardec é altamente justificado: em uma sociedade cada vez mais técnica, em que a ciência atingiu um prestígio nunca antes visto, o misticismo está em baixa e o ponto de vista de Kardec é simples e prático o suficiente para reconduzir as 'ovelhas desgarradas' pelo materialismo em moda, no seu retorno às considerações profundas do ser e de sua verdadeira essência e destino futuro.  

Referências

1 - Todas as referências foram obtidas no site do IPEAK (www.ipeak.com.br)
2 -  Mysticism (11 de novembro de 2004; revisado em fevereiro de 2010, Stanford Encyclopedia of Philosophy). Original em inglês (as referências no texto traduzido foram suprimidas):
The term ‘mysticism,’ comes from the Greek μυω, meaning “to conceal.” In the Hellenistic world, ‘mystical’ referred to “secret” religious rituals. In early Christianity the term came to refer to “hidden” allegorical interpretations of Scriptures and to hidden presences, such as that of Jesus at the Eucharist. Only later did the term begin to denote “mystical theology,” that included direct experience of the divine (See Bouyer, 1981). Typically, mystics, theistic or not, see their mystical experience as part of a larger undertaking aimed at human transformation (See, for example, Teresa of Avila, Life, Chapter 19) and not as the terminus of their efforts. Thus, in general, ‘mysticism’ would best be thought of as a constellation of distinctive practices, discourses, texts, institutions, traditions, and experiences aimed at human transformation, variously defined in different traditions.
3 - Revista Espírita, Fevereiro de 1860, Ditados Espontâneos, "Filosofia" (ref.1 )