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1 de setembro de 2014

Algumas considerações sobre a mediunidade e seu uso.

Sabe-se que mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano, que permite a ele entrar em comunicação com os Espíritos (1). Ela é uma capacidade neutra - isto é, não está ligada ao "bem" ou ao  "mal" ou, de outra forma, não depende do bom ou mal uso que dela se faz. Além disso ela não está disponível equitativamente entre todas as pessoas. Variações no organismo faz com que essa capacidade seja exuberante em alguns enquanto que quase imperceptível na maioria.

No passado, médiuns foram tomados em alta conta, assim como perseguidos. É possível identificar traços de personalidades mediúnicas em várias partes da história humana. Por exemplo, no Antigo Testamento, profetas eram consultados e eram chamados também de videntes (ver, por exemplo, Isaías 30:10, I Samuel,  9:18 e 19). Na antiga Hélade, pitonisas eram buscadas para resolver todo tipo de questão ligada à vida particular ou pública dos antigos gregos. O dogmatismo religioso, porém, em várias épocas também perseguiu médiuns que eram considerados portadores de faculdades desconhecidas e diabólicas. Ainda hoje é possível encontrar grupos religiosos que não os compreendem integralmente. Ainda para outros, que não reconhecem a faculdade, médiuns não passam de aproveitadores da fé alheia.

Em geral, a relação com semelhantes intermediários, sempre se deu por meio de algum contrato comercial. Para a maioria das pessoas, o pagamento ao serviço mediúnico pode parecer natural. Entretanto, a verdade de que se fazem portadores não é produzida por eles que a recebem, gratuitamente, de outro lugar. Relações comerciais com a mediunidade são bastante antigas e estão entre os principais entraves para o desenvolvimento pleno dessa capacidade entre os humanos, pela simples razão de que o que trazem não é fruto do labor integral deles próprios, e pelo fato de que eles, os médiuns, não detém  domínio algum da faculdade de que são portadores.

Assim, a mediunidade, pode desaparecer de um momento para outro. Essa é a principal razão para o surgimento da fraude com médiuns que, no passado, chegaram a realizar feitos notáveis. 

Se você ainda recorre à médiuns profissionais para resolver problemas íntimos, é melhor precaver-se por meio de alguns preceitos simples:
  1. Certifique-se da história pregressa dos intermediários que frequentemente se consultar. Ela é o maior atestado de sua excelência como médium. Não acredite em opiniões superficiais e apressadas que te passarem;
  2. Com relação ao pagamento, preste atenção ao que é pedido e ao que é oferecido em troca. Desconfie prontamente dos que exigem altas somas em troca das informações que dizem trazer.
  3. Não se pode forçar o recebimento de informação do além. Frequentemente, tentativas desse tipo podem levar a informações forjadas para satisfazer a quem paga e, assim, receber dinheiro;
  4. Desconfie sempre de médiuns que façam revelações retumbantes e desproporcionais à grandeza dos fatos que ocorrem na sua vida. Você certamente é o principal responsável por ela e deve avaliar racionalmente se as informações passadas corresponde, de fato, ao que você esperaria. Não é que grandes mudanças não possam ocorrer, mas, com a vida pessoal, elas exigem modificações suas antes para que possam se tornar viáveis a longo prazo;
  5. Desconfie de médiuns que dizem estar em contato contato com seres muito superiores a nós. Quase sempre ele - o médium - é pessoa com os mesmos tipos de problemas que nós, ou, frequentemente, até mais graves. O intercâmbio com as esferas elevadas pode acontecer, porém, nunca em condições suspeitas, continuadas e forçadas. Não faz sentido imaginar entidades existentes em um mundo superior e, ao mesmo tempo, submetidas a pedidos pueris de quem está aqui em baixo;
  6. Saiba o que pedir. Verifique com sinceridade se sua dúvida ou pedido não é simplesmente um problema que pode ser resolvida recorrendo-se a profissionais (terapeutas, psicólogos etc) que, talvez, tenham condições muito melhores do que médiuns para te aconselhar; 
  7. Em geral, muitas revelações importantes são espontâneas e vem precedidas por alguns sinais sutis que ocorrerem na sua vida antes e depois da consulta (sonhos, coincidências, mensagens espontâneas recebidas por pessoas inesperadas etc). É preciso que você, que busca ajuda do Além, tenha também sensibilidade e discernimento para receber, por si próprio, esses sinais.
É provável que a perda de algum ente querido te faça aproximar de algum médium. Se esse for o caso, lembre-se também que você poderá receber consolação invocando-os e pedindo ao Alto para receber o benefício. Frequentemente, essa é a postura correta antes que você seja beneficiário de informações do Além.

Acima de tudo, lembre-se que comércio com as esferas mais altas não pode ser estabelecido nas mesmas bases da Terra. O beneficiário deve ter mérito para receber, o que equivale a necessidade de crédito especial. Esse crédito não pode ser comprado a algum preço. Por outro lado, todos temos, em maior ou menor grau, algum tipo de mediunidade. Dessa forma, é possível que você receba, se não tiver já recebido, o benefício, bastando que se encontre predisposto a ouvir as mensagens mais elevadas.

Referências

(1) Médium - (Do latim - medium, meio, intermediário.) - Pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens. (O Livro dos Médiuns, II parte - "Das manifestações espíritas", Capítulo XXXII, Vocabulário espírita)