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19 de julho de 2014

Artigo acadêmico sobre a acuidade mediúnica de Chico Xavier


A revista Explore (1) publicou um artigo de autoria de Alexandre Caroli Rocha, Denise Paraná, Elizabeth Schmitt Freire, Francisco Lotufo Neto e Alexander Moreira-Almeida contendo um interessante estudo sobre as cartas psicografadas de Chico Xavier.

Intitulado "Investigating the Fit and Accuracy of Alleged Mediumistic Writing: A Case Study of Chico Xavier’s Letters"  ("Investigando a adequação e acuidade da alegada escrita mediúnica: um estudo de caso das cartas de Chico Xavier"), o trabalho realizou uma análise, por meio de 13 cartas, do grau de acuidade da informação nelas contida frente à probabilidade do médium ter sido informado por meios considerados "normais". Como resultado, os autores declaram:
Identificamos 99 itens de informação verificável nessas 13 cartas; 98% deles foram classificados como "Adequação clara e precisa" e nenhum item como "Não adequado". Concluímos que explicações normais para tal acuidade de informação (i. e., fraude, sorte, vazamento de informação e leitura fria) são apenas remotamente plausíveis. Esses resultados parecem fornecer apoio empírico para teorias não reducionistas da consciência. (2)
O texto completo do artigo pode ser baixado aqui: http://www.explorejournal.com/article/S1550-8307(14)00108-6/abstract (é necessário autorização). O trabalho teve o apoio da FAPESP (3, processo 2010/11047-0).

Referências

(1) http://www.explorejournal.com/article/S1550-8307(14)00108-6/abstract

(2) Texto original em inglês: "We identified 99 items of verifiable information conveyed in these 13 letters; 98% of these items were rated as “Clear and Precise Fit” and no item was rated as “no Fit.” We concluded that normal explanations for accuracy of the information (i.e., fraud, chance, information leakage, and cold reading) were only remotely plausible. These results seem to provide empirical support for non-reductionist theories of consciousness."

(3) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo: http://www.fapesp.br/

16 de abril de 2014

Como detectar espíritos


 "A Ciência enganou-se quando quis experimentar os Espíritos, 
como o faz com uma pilha voltaica; foi mal sucedida 
como devia ser, porque agiu pressupondo uma analogia 
que não existe". (A. Kardec, 1)

Em comemoração aos cem mil cliques no "Era do Espírito".
Durante séculos, filósofos se debruçaram sobre o problema da alma como elemento constitutivo do ser humano. Ainda hoje, a neurologia tenta identificar áreas no cérebro responsáveis pelo pensamento, vontade, sentimento e impressões dos sentidos através de observações de padrões neuronais em imagens de tomografia. A parapsicologia busca evidências diretas, daquilo que seja detectável e mensurável, nas várias "anomalias" da chamada "paranormalidade". Apenas tateia o elemento espiritual, considerado uma "hipótese" em suas muitas propostas de estudo empírico, carentes de uma verdadeira teoria (2). Pode-se dizer sem receio de errar que todas as tentativas de "singularizar" o elemento espiritual, tão só usando métodos ou paralelos com o elemento material, falharam até hoje.

Por que isso acontece? Como podemos detectar de verdade espíritos? Discutir isso é o objetivo deste post.

Com a palavra, George Berkeley 
George Berkeley (1685-1753).

Mais recentemente, o filósofo Silvio Chibeni (3) ressaltou que, na filosofia, contribuições importantes foram dadas ao assunto o que é, infelizmente, ignorado por pesquisadores modernos. Por exemplo, na obra "Tratado concernente aos princípios do conhecimento humano" de George Berkeley (3), Chibeni destaca:
Um espírito é um ser ativo simples e não dividido. Enquanto percebe ideias, chama-se entendimento; e enquanto as produz ou opera sobre elas, vontade (will). Logo, não se pode formar uma ideia de uma alma ou espírito. ... A natureza do espírito é ... tal que não pode, em si mesmo, ser percebido, sendo-o apenas pelos efeitos que produz. (4) 
Da opinião de que espíritos devem ser conhecidos da mesma maneira que uma ideia ou sensação surgiram muitos princípios absurdos e heterodoxos, bem como muito ceticismo sobre a natureza da alma.
É até mesmo provável que tal opinião tenha levado alguns a duvidarem se eles têm, afinal, uma alma distinta de seus corpos, ao não conseguirem descobrir, dela, alguma ideia. (5)
Do que vimos, fica claro que não podemos conhecer a existência de outros espíritos senão por meio de suas operações, ou ideias por eles excitadas em nós. Percebo diversos movimentos, alterações e combinações de ideias, que me informam que há certos agentes particulares semelhantes a mim, que as acompanha e contribui para sua produção. 
Portanto o conhecimento que tenho de outros espíritos não é imediato, como o conhecimento de minhas ideias, mas depende da intervenção de ideias que eu possa relacionar a agentes ou espíritos distintos de mim, na qualidade de efeitos ou signos concomitantes. (6)
Nossos processos mentais acontecem através de uma gama de operações que incluem vários elementos cognitivos, sendo as "percepções" apenas alguns deles. Podemos pensar sobre algo, sentir, lembrar coisas, desejar, querer etc. Percebemos a matéria com nossos sentidos. Vejo, por exemplo, um belo vaso com algumas rosas muito vermelhas (Fig. 1). Posso sentir o cheiro das rosas e até mesmo a dor provocada pela penetração de seus espinhos em minha pele.

Consulto um livro de matemática e geometria e nele vejo uma figura com um triângulo retângulo cujos lados projetam áreas quadradas. A soma dos lados menores é sempre exatamente igual ao lado maior (hipotenusa). Com meu raciocino, além de inspecionar a figura, entendo o teorema de Pitágoras (Fig. 1).

Uma poesia é um conjunto de símbolos gráficos sobre uma folha de papel ou projetados em uma tela. Com meus olhos, enxergo os traços. Com meus dedos posso tocar o papel ou sentir seu cheiro. Com meu entendimento, porém, acesso o conteúdo da mensagem (Fig. 1) e posso ser levado a sentir algo mais, caso esse conteúdo, primeiramente acessado pelo raciocínio, reverbere em minhas memórias evocando outros sentimento mais profundos.

Percebemos que as "capacidades de minha mente" não se restringem apenas aos sentidos ordinários ou a meras operações mentais. Mesmo no caso das rosas, pode até acontecer que o cheiro delas evoque alguma memória anterior, que me faça lembrar algo distante no tempo.

Analisemos agora a proposição de "detectar um espírito". Esse é um elemento para o qual não está garantido que sua apreensão será semelhante ao caso do vaso de flores! Filósofos empiristas do Século XVIII estavam interessados em explorar os limites das capacidades de apreensão humana e, por isso, o veredito de Berkeley com relação aos espíritos. Eles sabiam que havia limitações não só aos sentidos ordinários, mas também que nem tudo, para existir, teria que ser exclusivamente apreendido apenas até o limite desses sentidos.

Berkeley nega que espíritos tenham que ser percebidos necessariamente tanto como sensações como ideias. "...não podemos conhecer a existência de outros espíritos senão por meio de suas operações, ou ideias por eles excitadas em nós", diz ele com razão.  As observações de Berkeley são muito atuais, mas jazem esquecidas e, por isso, estão na gênese do atraso de muitas propostas de pesquisa da realidade espiritual.
Fig. 1 Categoria de "coisas" que existem e que são apreendidas de forma diferente pela mente: um vaso de flores, o teorema de Pitágoras e uma poesia de Carlos Drummond de Andrade. Se essas coisas, para existir, não se manifestam à mente da mesma forma, porque o espírito teria que ser acessível apenas através dos sentidos?

E os efeitos físicos?

Por uma dificuldade de compreensão, muitos pesquisadores e entusiastas de fenômenos paranormais ("caça fantasmas", "pesquisadores de casas mal-assombradas" etc) partem de uma analogia que simplesmente não existe no caso dos espíritos - se é que, de fato, consideram sua existência - a de que ele seria detectável diretamente. Assim, se o leitor deste post queria ver discussões de equipamentos e técnicas para a detecção de espíritos, nosso texto não apresenta nada disso. Mas, cremos ter trazido algo muito melhor. Aqui devemos, porém, fazer uma observação.

É verdade que fenômenos de efeitos físicos existem que podem fornecer, diretamente, evidências de fenômenos que impressionam muito os sentidos. Esse é um tipo bastante raro de mediunidade (7), mas é conveniente que a pesquisa em Espiritismo não ficasse exclusivamente presa a eles. Se ponderarmos bem, essas são evidências "intermediárias", porque ocorrem por intermédio de médiuns, logo não são evidências diretas, embora possamos ser levados a imaginar isso.

Portanto, o espírito não pode ser detectado como se faz com constituintes da matéria, por exemplo, como elementos químicos (2), mesmo que altamente dissolvidos ou com traços de apenas algumas poucas moléculas. Esse fato extremamente simples, mas de amplitudes avassaladora, é muito mal compreendido pela esmagadora maioria. Lembramos que Kardec (8) tinha ciência completa desse problema:
As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente; os fenômenos espíritas repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos. As observações não podem, portanto, ser feitas de mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto de partida. Querer submetê-la aos processos comuns de investigações é estabelecer analogias que não existem. A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para pronunciar na questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter.
A palavra "detecção" deve portanto ter seu conteúdo semântico expandido para dar conta de uma nova classe de manifestações. Não é que o espírito seja absolutamente indetectável, mas é que, ponderamos, sua evidências são de ordem completamente nova. Vamos estudar um pouco mais sobre isso em um futuro post.

Referências e notas
  1. A. Kardec. "O que é Espiritismo"
  2. Doze obstáculos ao estudo científico da sobrevivência e à compreensão da realidade do Espírito.
  3. S. Chibeni. "A pesquisa científica do espírito". Disponível neste link: http://www.geeu.net.br/artigos/espirito-fcm2010.pdf
  4. G. Berkeley (1710), "A Treatise concerning the Principles of Human Knowledge", § 27;
  5. Ver (3), § 137
  6. Ver (3), § 145
  7. Pelo menos considerando um indivíduo com faculdades sensoriais "normais". A mediunidade parece ser uma extensão não ordinária dos sentidos. Ver SKL#02 A. Xavier (2012). The Non-observable Universe and an Empirical Classification of Natural Phenomena.
  8. A. Kardec. "O Livro dos Espíritos". Introdução ao estudo da Doutrina Espírita. VII. 






22 de agosto de 2013

Sobre cartas psicografadas: artigo na Revue Spirite 2013 (Tradução Leandro S. Pimenta)


O amigo e pesquisador Leandro S. Pimenta traduziu para o francês um artigo de nossa autoria com o título original: "Estatística de Cartas Psicografadas" que será publicado na edição mais recente da Revue Spirite. Esse artigo é um resumo de um trabalho apresentado durante o 8o. ENLIHPE que ocorreu em 2012

O título do trabalho presente na revista é "À Propos de Lettres Psychographiées' e está na página 13 da Edição do Segundo Trimestre de 2013, na seção "Dossier: La recherche Spirite".

Esta edição também traz o trabalho "Las chercheurs du Spiritisme Réunis!" por Leandro Pimenta que é um resumo sobre a LIHPE e sua história.  

Quem conhece a língua francesa e quiser conhecer o trabalho, pode seguir as direções para pedidos de aquisição de exemplares da "Revue Spirite" aqui

Agradecemos aqui ao Leandro o trabalho excelente de tradução.

Outras referências



9 de dezembro de 2012

Página do projeto 'Cartas psicografadas'


Lançamento da página (estática) com informação sobre nosso projeto corrente de estudo de conteúdo de cartas psicografadas. O projeto pretende resultar:

  • Novo método de análise de conteúdo aplicado à comunicações psicográficas;
  • Estudo analítico e geração de índice (indexação) das cartas publicadas de Chico Xavier;
  • Formação de um banco de dados com informações detalhadas e organizadas das cartas.

Página do Projeto:

http://eradoespirito.blogspot.com.br/p/projeto-cartas-psicografadas.html

ou cliquem na aba superior à direita da página principal do blog 'Era do Espírito'.

Essa página trará conteúdo atualizado e informação sobre participação de voluntários no projeto. Aguardem!