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1 de setembro de 2015

Lançamento de Livro "As colônias espirituais e a codificação" (Paulo Neto)

Passa com cuidado pela ponte.
Vive bem com os outros que partiram.
Como eles vivem bem agora,
Podes viver bem da mesma maneira...
Lá verás muita coisa que já viste aqui na Terra,
Assim como o gavião.
Teus parentes virão te encontrar na ponte
E te levarão para a tua morada.

Canto fúnebre Kaingang do Século XIX (1)
Paulo Neto acaba de lançar, pela editora Ethos, o livro "As colônias espirituais e a codificação". O tema escolhido é bastante interessante por conta de recentes discussões no movimento espírita sobre as descrições, em textos mediúnicos, de "cidades espirituais".

Alguns espíritas - mais agarrados a interpretações literais de textos de Kardec - afirmam que inexistem na codificação informações que validem a existência de uma estrutura no mundo espiritual. Vão eles mais além dizendo que a comprovação disso passaria por um reencenamento do "critério da concordância universal". Dizemos "reencenamento" porque as condições psíquicas da época de Kardec não existem mais nos nossos dias, o que coloca sérios problemas na metodologia proposta.

Paulo Neto resolveu então fazer o oposto: verificar a extensa literatura mediúnica, "sem preconceitos" do ponto de vista "doutrinário", e descobriu que as evidências, de fato, se acumulam em direção à existência das "colônias espirituais" e não o contrário. Também, de inúmeras fontes de Kardec, pôde ele construir um quadro claramente favorável à existência das colônias. 

Pensando um pouco mais sobre a questão, poderíamos nos perguntar o que seria o mundo espiritual sem uma continuidade com o nosso plano como sugerido pela inexistência das colônias espirituais ou, que sejam, "estruturas" semelhantes as que temos no nosso mundo. Não é o nosso mundo uma "cópia mal feita" do que temos do lado de lá? Permaneceriam os Espíritos "flutuando no espaço" como astronautas? Não seria mais natural que houvesse uma continuidade das estruturas físicas na forma de equivalentes sejam mais aprimorados ou feitos de elementos ainda desconhecidos?

Sobre a questão ainda mais fundamental de como descrever o que existe além túmulo: se o que houver nada tem a ver com o que conhecemos, como poderiam os Espíritos descrever essas novas realidades? Que dicionários usariam? Teríamos nós condições linguísticas de entender descrições feitas em torno de "coisas" que nada se assemelham ao que temos na Terra? 

A questão portanto se reveste de elementos argumentativos, lógicos e de investigação espírita. É natural esperar reações negativas, assim como houve, nos séculos que antecederam a "descoberta" das Américas, na Europa, quem duvidasse das propostas ou indícios desse novo continente.

Nesse sentido, a contribuição de Paulo Neto é muito bem vinda porque traz uma ampla pesquisa bibliográfica e referencial a partir da qual novos elementos de exploração podem ser identificados para aqueles que tenham interesse sincero em conhecer a verdade.
Sumário do livro "As colônias espirituais e a codificação". 

As colônias espirituais e a codificação
Paulo da S. Neto Sobrinho
141 páginas
1. Edição. Divinópolis: Ethos Editora, 2015.
ISBN 978-85-68476-04-8 

Referências

1 - Conforme explicado na obra de Paulo Neto, essa referência foi indicada por Alexandre Caroli e pode ser encontrada em: Benedito Prezia e Emerson Guarani (2011). A criação do mundo. S. Paulo: Formato Editorial, p. 58.


13 de dezembro de 2014

Herculano Pires e as Colônias Espirituais


"Ora, existe portanto, no plano espiritual, uma situação, 
principalmente no plano espiritual mais próximo do nosso, 
uma situação semelhante à da Terra. Há flores, há objetos, há casas, 
há cidades, há tudo quanto temos aqui, embora de uma forma mais aperfeiçoada 
e contendo aspectos que, às vezes, nós não podemos compreender".
Herculano Pires. Entrevista (1)

De Paulo Neto (2), que nos enviou o link de uma entrevista (1) concedida por Herculano Pires, em que este tece comentários sobre a existência das "colônias espirituais":
Finalmente a última pergunta do ouvinte Alberto Bibiano. É a seguinte: “Por que o médium vidente, além de ver outros espíritos também vê outros objetos como flores, livros, chaves. Para finalizar o ouvinte tece elogios ao nosso programa e agradece por sua resposta.
Herculano Pires: – O fato de um médium vidente ver esses objetos, essas coisas, vem comprovar simplesmente aquilo que nós encontramos desde a Bíblia até aos livros espíritas. Nós sabemos que, na Bíblia, já se falava das cidades celestes e dos objetos que havia nas cidades celestes. Ora, existe portanto, no plano espiritual, uma situação, principalmente no plano espiritual mais próximo do nosso, uma situação semelhante à da Terra. Há flores, há objetos, há casas, há cidades, há tudo quanto temos aqui, embora de uma forma mais aperfeiçoada e contendo aspectos que, às vezes, nós não podemos compreender. Assim, não é só o médium vidente que vê isso, toda pessoa que tem as vezes percepções ou visões através de sonhos ou através mesmo de momentos de êxtase ou momentos apenas de dissociação psíquica, como se costuma dizer, todas essas pessoas vêm esses objetos. São objetos que existem realmente no mundo espiritual. De fato, o sr. pode constatar isso na leitura de livros espíritas. Hoje, diz-se muito que esses fatos estão sendo revelados através dos livros de André Luiz, mas a verdade não é essa. Já desde o tempo de Kardec, a Revista Espírita aí está cheia de fatos, de episódios mediúnicos referentes a eles, e também nas próprias obras, nas obras da Codificação, o sr. encontrará referências, particularmente no Livro dos médiuns, no livro Céu e inferno, de Kardec, o Sr. encontrará referências a essas visões de coisas, de objetos, que exite, de fato, na vida espiritual. Para finalizar, agradecemos os elogios que o Sr. faz, também para finalizar, ao nosso programa. (Grifos nossos)
Julgamos sua opinião relevante, em face de sua crescente autoridade (3) dentro do movimento espírita e de controvérsias (ou querelas?) recentes no movimento espírita sobre a realidade das "colônias espirituais". Há espíritas que afiram que ela precisa passar pela sanção do chamado "critério da concordância universal" (4). Há outros que erguem tais controvérsias como bandeira em um movimento de combate a obras de determinados médiuns.

Já imaginamos aqui que não faltarão aqueles a afirmar que Herculano Pires "mudou de opinião", o que fica difícil aceitar já que, de acordo com a transcrição acima, Herculano Pires afirma de forma categórica que essa realidade não é revelação "moderna", mas está presente na própria codificação, ou seja, ele chega a elaborar um argumento complexo para apoiar a tese.  

Referências

(1) https://www.youtube.com/watch?v=tYLWegi0GoA (Programa "Limiar do Amanhã", #92, 1972)
(2) http://www.paulosnetos.net/
(3) http://www.herculanopires100anos.com.br/
(4) Sobre isso escreveremos mais no futuro.