Capa da tradução de "Gitanjali" lançada em agosto de 2022. Baixe o PDF aqui. |
Lançamos hoje uma versão online de uma tradução que fizemos da obra Gitanjali de Rabindranath Tagore. Já comentamos aqui uma obra psicografada por Divaldo Franco do famoso poeta indiano. Essa obra chamou nossa atenção para Gitanjali, publicado em 1914 e disponível em acesso público em [1].
Uma tradução do título desse conjunto de poemas, que deu a Tagore o prêmio Nobel de literatura em 1913, é "Oferenda de canção". É uma referência aos cultos hinduístas em que presentes são colocados nos altares de seus muitos deuses. O poeta aqui também faz sua oferenda, só que na forma de "canções" que falam ao coração.
Não é muito difícil perceber a presença do Espiritismo velado nesses poemas. Vejamos alguns exemplos:
Saí no carro do primeiro raio de luz e prossegui minha viagem pelas vastidões dos mundos, a deixar meus rastros em muitas estrelas e planetas. (Poema 12, 2)
É a alma que vive na pluralidade dos muitos mundos habitados a existir nas vastidões universais.
Dia após dia me fazes merecedor de regalos simples e pequenos que me concedes sem perguntar – esse céu e a luz, esse corpo, a vida e o espírito – poupando-me dos perigos dos desejos em excesso. (Poema 14, 2)
É a alma que deve aprender a se contentar com os presentes aparentemente simples e pequeninos que a Divida Providência lhe dispensa a cada dia.
Não seriam estes os pássaros de Tagore que foram recontados em sua obra "Pássaros Livres" pelo médium Divaldo Franco?
Então, tuas palavras tomarão asas nas canções de cada um dos ninhos de meus pássaros, e tuas melodias brotarão em flores de todos os meus bosques. (Poema 19, 3)
São as referências a Deus na figura do grande amado:
És tu quem lança o véu da noite sobre os olhos combalidos do dia para renovar sua visão nas frescas alegrias do despertar. (Poema 25, 3)
Tu não desdenhaste minhas brincadeiras infantis na poeira, e os passos que ouvi em minha sala de jogos são os mesmos que ecoam entre as estrelas. (Poema 43, 3)
Ou uma referência à bravura que a alma encarnada deve ter para viver bem, tendo como companheira a morte como grande libertação:
De agora em diante, medo algum cairá sobre mim neste mundo, e tu sairás vitorioso em todas as minhas batalhas. Deixaste-me a morte por companheira e eu a coroarei com minha vida. Tua espada está comigo para cortar meus grilhões e nenhum medo cairá sobre mim neste mundo. (Poema 52, 4)
E onde mais, se não no plano espiritual superior, seria possível encontrar esta descrição de pátria:?
Onde o espírito é destemido e a fronte se mantém erguida;Onde o conhecimento é livre;Onde o mundo não se divide em fragmentos desde as estreitas paredes do lar;Onde as palavras nascem das profundezas do mais verdadeiro;Onde o inesgotável empenho lança seus braços em direção à perfeição;Onde a corrente cristalina da razão não se perde pelos cursos dos tristes desertos de areia dos hábitos desfalecidos;Onde o espírito é conduzido por ti na direção da ação e do pensamento sem limites -Dentro desse céu de liberdade, oh meu Pai, faz com que aí se erga a minha pátria. (Poema 35)
Para baixar o PDF com a tradução, basta clicar aqui ou na referência apresentada na figura acima. A tradução também pode ser encontrada na aba "Livros do blog".
Referências
[1] Gitanjali by Rabindranath Tagore: https://www.gutenberg.org/ebooks/7164
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