9 de abril de 2023

Considerações espíritas sobre a sexualidade

Estudo de Dante segurando a mão de Amor. Dante Gabriel Rossetti  (1828–1882)  

A sexualidade humana é um importante manifestação do ser. Enquanto participa da matéria, o Espírito está subordinado às disposições do sexo como, por exemplo, às diferenças entre as formas masculina e feminina. Não restam dúvidas de que o corpo exerce uma influência decisiva sobre as ações da alma nessas questões, porém, não as determina univocamente.

Quantos dramas e dores são resultado das consequências adversas da sexualidade! Porém, quantos desses dramas se originaram também da cultura equivocada de uma época que é cultivada como regra de normalidade?

O assunto é complexo pois relaciona de maneira intricada questões de natureza física, cultural (ou social) e espiritual ainda pouco explorados no movimento espírita. Sobram discussões acaloradas sobre a origem de certos comportamentos sexuais, com desdobramentos e orientações relevantes de interesse público. 

Em uma série de posts a partir deste, apresentaremos algumas reflexões, sem a pretensão a qualquer status de verdade absoluta. 

Sexo nos Espíritos

Não é possível utilizar exclusivamente as obras de Kardec para se analisar de forma ampla, do ponto de vista espírita, as questões de sexualidade. Isso porque, no Século XIX, tais assuntos não foram tratados e nem poderiam ser tratados com a mesma liberdade que o Século XXI envolveu as questões ligadas ao sexo. Além disso, importantes conceitos biológicos ainda não eram conhecidos na época da Codificação. Considerando questões de fundamento, porém, é suficiente iniciar nossa discussão, p. ex., com a Questão 200 de O Livro dos Espíritos (LE) [1]:

200. Têm sexos os Espíritos?

“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem do organismo. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na semelhança dos sentimentos.”

Por óbvio, tendo em vista a "Escala Espírita" (LE, Cap. I, Parágrafo 100), não é uma regra geral que, para todos os Espíritos, "amor e simpatia" existam de forma generalizada. Há que se levar em conta o progresso feito pela alma. Portanto, a resposta dada é uma consideração de caráter geral sujeita a detalhamentos futuros, sem entretanto apresentar uma negativa absoluta (1) considerando o início da resposta: "Não como o entendeis" (Non point comme vous l'entendez...). 

A grande novidade trazida pelos Espíritos na Codificação foi a informação de que "são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres" (LE Questão 201, ce sont les mêmes Esprits qui animent les hommes et les femmes [1]). Ou seja, uma vez que o princípio inteligente é independente da matéria, não é um dos seus atributos a diferenciação sexual. Essa diferença nasceu na matéria com veremos. Tal princípio tem importantes consequências. Em uma versão mais justa da sociedade, homens e mulheres gozariam de idênticos direitos. Portanto, não foi por aderência a causas de igualdade de gênero, incipientes no Século XIX, que o movimento espírita nascente advogou essa igualdade, mas porque ela é um corolário da natureza assexual do espírito.  

Com relação à igualdade, algumas  pessoas podem se inconformar com a resposta à Questão 822(a) do LE "dos direitos, sim; das funções, não" (des droits, oui; des fonctions, non). Entretanto, é preciso se lembrar que, por volta de 1850, a economia no mundo não se baseava em formas de produção amplamente mecanizada (não existia sequer energia elétrica!) e os trabalhos "mais rudes" (LE, Questão 819) se destinavam naturalmente aos mais fortes fisicamente. Hoje, com máquinas e computadores a desempenharem funções mais pesadas e complexas, não há mais o que se falar sobre diferenças de funções entre homens e mulheres. O fundamento disso está na igual "inteligência e capacidade de progredir" (LE, Questão 817) que ambos possuem em igual teor. 

Sexualidade nos Espíritos

É um fato derivado de milhares de descrições de aparições de Espíritos (por intermédio de médiuns especiais) que eles em sua maioria se manifestam seja como homens ou como mulheres. A aparência externa dos Espíritos é uma expressão de sua vontade, o que se aplica, inclusive, ao tipo de indumentária com que se apresentam. 

Assim, do fato de não se atribuir aos Espíritos o mesmo valor biológico para o sexo, isso não significa que eles não tenham sexualidade.  Por esse termo podemos entender um conjunto de pensamentos, sentimentos, atrações, repulsões, aparências e maneirismos relacionados ao sexo que são manifestações do Espírito estando ele ou não sob influência da matéria. 

Entretanto, enquanto encarnado, ele sofre forte influência da matéria, que faz com que sua sexualidade oscile no tempo. Separado do corpo (como desencarnados) consideramos que os Espiritos têm uma "sexualidade residual" que se torna um traço mais ou menos marcante de sua personalidade integral conforme seu grau de adiantamento.

Essa influência forte da matéria sobre o espírito em matéria de sexo existe porque ele foi "inventado" ao longo do processo de evolução como um mecanismo eficiente de perpetuação das espécies. Tal informação precisa ser desenvolvida e incorporada a uma descrição espírita mais moderna do assunto. Embora sem referência ao instinto sexual, essa influência da matéria é prevista no LE. Para ver isso, consideremos a resposta da Questão 605(a) [1] (grifos nossos): 

De modo que, além de suas próprias imperfeições de que cumpre ao Espírito despojar-se, tem ainda o homem que lutar contra a influência da matéria?

Sim; quanto mais inferior é o Espírito, tanto mais apertados são os laços que o ligam à matéria. Não o vedes? O homem não tem duas almas; a alma é sempre única em cada ser. São distintas uma da outra a alma do animal e a do homem, a tal ponto que a de um não pode animar o corpo criado para o outro. Mas, conquanto não tenha alma animal, que, por suas paixões, o nivele aos animais, o homem tem o corpo que, às vezes, o rebaixa até ao nível deles, visto que o corpo é um ser dotado de vitalidade e de instintos, porém ininteligentes estes e restritos ao cuidado que a sua conservação requer.

A biologia moderna acrescentou uma grande quantidade de detalhes sobre essa influência que não mais podemos desprezar. 

Origem do sexo 

É preciso se lembrar que, por meio da revelação científica da evolução natural e da genética (que não eram conhecidas na época em que o LE foi publicado), sabemos hoje que os organismos precisam aumentar sua variabilidade genética para sobreviverem (2). Esse material genético é representado pela molécula de DNA (ácido desoxiribonucleico) que traz em si informação sobre como "montar" um organismo vivo por meio de processos complexos de síntese de proteínas e outras substâncias. 

A inserção de material genético em outra célula ocorre de diversas formas e tem como objetivo aumentar essa biodiversidade. Dessa forma, organismos de uma determinada espécie conseguem sobreviver frente a mudanças do ambiente (basta ver como operam os vírus). Uma das maneiras de fazer isso é por meio do sexo que nada mais é do que a inserção de material genético de uma célula em outra de uma mesma espécie [2] observando determinadas regras que permitem o desenvolvimento de uma progênie (descendência) viável, ou seja, que seja capaz de se reproduzir. 

Enquanto permaneciam no seio tépido e mais ou menos estável de muitos ambientes primitivos, células procariontes (que não têm núcleo distinto) se reproduziam de forma assexuada, por meio da divisão celular. Crê-se que, por causa de mudanças no ambiente, tais células primitivas "descobriram por acaso" o sexo há vários bilhões de anos. Essa descoberta é um dos mistérios na biologia e um dos vários "elos perdidos" na árvore de evolução dos seres primitivos. 

Fig. 2 Árvore filogenética moderna contendo os três grandes troncos primitivos de seeres: as bactérias (bacteria), as arqueias (archaea) e os organismos eucariontes (eukaryota). 1 e 2 representam organismos hipotéticos relacionados à origem da vida (1) e do sexo (2). Segundo [2], os procariontes modernos também se envolvem em reprodução sexuada.

A Fig. 2 representa uma versão muito simplificada da "árvore filogenética" contendo os três grandes troncos de seres a partir de um elo inicial (denominado 1) que supostamente deu origem à vida na Terra. Cada "nuvem" representa um arranjo de milhares de grupos e subgrupos de espécies diferentes. Os organismos eucariontes (que contém um núcleo celular distinto, de "κάρυον" para caroço ou núcleo) formaram a base unicelular para organismos mais complexos (multicelulares) que resultaram em plantas, animais e fungos (mas não apenas esses!). De alguma forma, um organismo primitivo unicelular procarionte desconhecido desenvolveu o sexo há bilhões de anos (assinalado por 2 na Fig. 2). Esse traço se perpetuou em todas as espécies desde então, por ser altamente eficiente e benéfico para as espécies. 

A existência de 1 e 2 é admitida cientificamente por causa de características comuns entre inumeráveis espécies de seres muito diferentes entre si, o que indica serem eles descendentes de um "elo" primitivo comum. Por exemplo, segundo [2]:
O ancestral comum de toda a vida moderna, tronco principal do diagrama, é uma entidade hipotética deduzida do fato de que todas as formas de vida moderna compartilham muitas características complexas - por exemplo, genomas baseados em DNA, código genético em tripleto, síntese de proteínas baseadas em ribosomos, caminhos metabólicos - e, portanto, devem ter evoluído de um ancestral que também possuía tais características complexas.  
O sexo é visto modernamente como um característica que se perpetuou em diversos organismos unicelulares (inclusive bactérias), mas que atingiu seu ápice com o desenvolvimento de células especializadas na reprodução (os chamados "gametas").  Organismos multicelulares podem ser considerados "colônias de células" que aproveitam as vantagens da união via cooperação-especialização. Parte do organismo multicelular (o chamado "soma") é especilizado em funções de captação de energia, metabolismo, proteção etc. Outra parte, o "germe" se especializou em reprodução. O soma se justifica até o momento em que o germe consegue se reproduizir e gerar  descendentes. Do ponto de vista biológico, assim, o fato mais relevante para os seres é sua reprodução, posto que isso garante a continuidade da espécie a que pertencem.

 André Luiz: a origem do sexo e dos espíritos?

Algumas dessas informações que formam a imagem moderna da evolução do sexo foram sugeridas e ampliadas em alguns ditados mediúnicos mais recentes fora da conjunto de obras da Codificação. Embora o caráter resumido, elas representam claramente um salto em relação ao estabelecido em diversas obras de Kardec cujo contexto científico não comportava ainda a evolução das espécies

Um desses ditados é Evolução em dois mundos de André Luiz [3], um livro publiado em 1958 (aproximadamente 100 anos depois do LE) e que foi psicografado em capítulos intercalados pelos médiuns F. C. Xavier e W. Vieira. Não obstante terem sido psicografados individualmente a mais de 400 km de distância, os textos produzidos por esses médiuns se combinam em uma "nova gênese" para o Espiritismo.

A evolução do sexo é tratada, por exemplo, no Cap. VI. Com sua linguagem peculiar, o autor espiritual descreve desta forma o pararecimento do sexo (2, p. 48):
Dobadas longas faixas de tempo, em que bactérias e células são  experimentadas em reprodução agâmica, eis que determinado grupo apresenta no imo da própria constituição qualidades magnéticas positivas e negativas que lhes são desfechadas pelos Orientadores Espirituais encarregados do progresso devido ao Planeta. 
Pressente-­se a evolução animal em vésperas de nascer... 
A "reprodução agâmica" é a divisão celular simples, que é a base da reprodução de muitos organismos primitivos procariontes ("bactérias e células"). Com vimos, da origem da vida até a invenção do sexo passaram-se "longas faixas de tempo". Acredita-se que os primeiros organismos vivos surgiram entre 3-3,5 bilhões e anos, enquanto que  os primeiros organismo que se reproduziram sexualmente surgiram 1,3 bilhões de anos antes dos primeiros animais mais evoluídos [4]. 

A base da explicação de A. Luiz é que a evolução dos seres e o processo de especiação não ocorreu de forma aleatória e cega, mas foi guiado, manipulado e modificado - respeitando as leis físicas e o tempo - por Espíritos superiores em processos inacessíveis aos cientistas humanos. O que a ciência vê como  mutações randômicas de origem desconhecida ou eventos cataclísmicos ambientais são, na verdade, modificações aparentemente aleatórias promovidas por tais Espíritos. Esses são descritos como "orientadores espirituais" responsáveis pela evolução na Terra.  É o que o autor descreve em [3], Seção "Concentrações fluido-magnéticas" (2, p. 50):
Eras imensas transcorreram; e esse princípio inteligente, destinado a crescer  para a glória da vida, em dois planos distintos de experiência, quando se mostra ativado em constituição mais complexa, recebe desses mesmos Arquitetos da Sabedoria Divina os dons da reprodução mais complexa...
Segundo A. Luiz, o processo de evolução do lado material gerou organismos diferenciados e, do lado espiritual, levou ao desenvolvimento do princípio inteligente ou do espírito - note o "e" minúsculo. Portanto, esse princípio espiritual colhe, a partir de sua associação com a matéria, características que também podem ser transferidas entre gerações ou mesmo espécies em um processo de "simbiose" espírito-matéria. 

Uma dessas características é a diferenciação "positiva" e "negativa" descrita no trecho acima que representa o aparecimento do binômo macho-fêmea ou dos gêneros sexuais. Do ponto de vista material, o sexo necessitou da diferenciação entre células do tipo "sêmen" e do tipo "óvulo", que são conhecidas como células reprodutivas especiais do macho e da fêmea, respectivamente. Expresso de outra forma, esse binômio representa a dicotomia "doador/receptor" de material genético. Essa diferenciação é consequência da especialização celular nos organismos multicelulares (os gametas), embora ela também exista de forma especial entre organismos unicelulares modernos [2].

No texto de Evolução em Dois Mundos, André Luiz assim confirma:
  • A imagem científica moderna da evolução a partir de elos primitivos comuns, 
  • O aparecimento e ramificação das espécies a partir da seleção de características vantajosas, 
  • O surgimento do sexo no início do desenvolvimento de seres unicelulares após "eras imensas",  
  • A origem comum dos homens e dos seres vivos que são "irmãos de jornada evolutiva" (3).
Além disso, ele lança uma proposta audaciosa para detalhar a origem do elemento espiritual em íntima associação com as formas vivas, desde as mais primitivas (4). A influência superior guiando a evolução é descrita como "experiências de seleção natural-espiritual" que não se passaram exclusivamente na matéria. A nós é possível especular que parte dessas características comuns (e que levam a ciência a acreditar em um único "ancestral primitivo") também se confundem com características que foram aprendidas pelo próprio elemento espiritual. Obviamente, o sexo se encontra entre tais características que, nos espíritos mais desenvolvidos, se manifestam como a citada sexualidade residual sujeita à vontade de sua personalidade integral.

Talvez algumas dessas sugestões poderão ser verificadas nos desenvolvimentos futuros das teorias  de especiação e origem da vida. Certamente, o princípio inteligente está por trás do comportamento inteligente observado nas estratégias de sobrevivência de muitas espécies superiores. Por associar conceitos modernos da biologia com a evolução do princípio inteligente, a proposta de A. Luiz parece ser a única existente dentre as explicações espiritualistas que desenvolve alguns detalhes relevantes para entender questões ligadas à sexualidade e ao comportamento sexual.

Continua no próximo post.

Referências

Referências como disponíveis em abril-maio de 2023.

[1] Kardec (1860). A. O Livro dos Espíritos. 2a Edição segundo a versão original em Francês disponível aqui: https://www.cesakparis.fr/wp-content/uploads/2010/02/allankardec-esprits.pdf

[2] Goodenough, U. (2007). The emergence of sex. Zygon, 42(4), 857-872. Ver link: https://openscholarship.wustl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1098&context=bio_facpubs 

[3] A. Luiz (1958). Evolução em dois mundos. 4a Edição. FEB (Federação Espírita Brasileira).

[4] Otto, S. (2008). Sexual Reproduction and the Evolution of Sex. Nature Education 1(1):182. Ver link: https://www.zoology.ubc.ca/~otto/Reprints/Otto2008.pdf

Comentários

(1) A pergunta da Questão 200 do LE é um dos mais interessantes e relevantes questionamentos do LE. Com isso Kardec elimina qualquer possibilidade futura de que o "sexo dos Espíritos" se tornasse tão inútil como a do "sexo dos anjos" cuja expressão é sinônimo de debate irrelevante.

(2) De acordo com os princípios da evolução natural, as espécies precisam gerar organismos com algum tipo de diferenciação para que possam se adaptar a mudanças e variações sempre presentes na Natureza. O princípio da "sobrevivência dos mais aptos" é um dos mais relevantes fundamentos da evolução das formas na matéria.

(3) Essa informação é de grande relevâncias para distinguir a maneira como o Espiritismo considera as questões sexuais de outras doutrinas religiosas. Sendo a Humanidade um subproduto da evolução natural dos seres (a inteligência do homem tem origem no desenvolvimento da inteligência dos animais), não é o homem um "ser a parte" ou "especialmente criado por Deus" para o qual os animais são apenas "outras criaturas" para servir ao homem. É nos animais que vamos encontar muitas explicações para o comportamento humano ainda ligado ao instinto onde o sexo é um dos principais indutores.

(4) Com comentário final ressaltamos que, segundo o LE, a origem dos Espíritos é considerada um mistério (ver resposta à Questão 81). Entretanto, na época de lançamento do LE, não havia uma ideia clara sobre o aparecimento dos seres vivos (ver Questão 44 com uma descrição sobre a origem dos seres vivos na Terra que nos lembra das teorias de geração espontânea), estando muitas respostas dadas dependentes do vitalismo característico da época de Kardec. Porém, índícios de elementos comuns entre os homens e os animais pode ser lidos, por exemplo, na resposta à Questão 606 e em outras partes do LE. O assunto é interessante para estudos mais amplos sobre ideias passadas pelos Espíritos a favor da evolução do elo de ligação da Humanidade com os seres vivos. Tais estudos entretanto desviam do assunto principal deste texto.



2 comentários:

  1. Isso me fez lembrar daquela pergunta que Kardec fez aos espíritos, de onde estavam os elementos necessários à vida na Terra. Eles então responderam que estavam no espaço, no limo da terra e meio dos espíritos. Esses três ingredientes são a base da vida no planeta.
    Os elementos orgânicos se aglutinam espontaneamente, por forças naturais de atração(magnetismo?),quando há o ambiente necessário para que isso aconteça, como o clima e o relevo. Adicione a isso a influência direta dos engenheiros espirituais que tiveram ação direta nos fenômenos de criação e evolução da vida. O Cristo e seus prepostos espirituais estavam agindo desde muito, muito tempo.
    Não é a toa aquela passagem do Evangelho, quando ele diz:
    "Antes de Abraão, o pai da fé andar por esta terra; Eu Sou!

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    1. Exatamente Wanderson. É interessante observar que o mundo espírita preexiste ao mundo material. Sendo assim, não há como não se considerar a influência dos espíritos nos chamados "processos de criação", o que preenche muitas lacunas inexplicadas ainda com base em teorias que apenas usam as forças cegas da matéria.

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