25 de março de 2011

Entrevista I-1/2 - Yvonne Limoges da Sociedade Espírita da Flórida (EU)


"Uma pessoa pode compreender os princípios do Espiritismo ou mesmo acreditar neles completamente. Entretanto, buscar ser fiel a tais princípios e os colocar em prática é coisa para uma pequena minoria. É necessário ter um certo nível moral para pertencer a essa minoria." (Y. Limoges)

Neste post, apresentamos uma entrevista que fizemos em Fevereiro de 2011 com Yvonne Limoges diretora da Sociedade Espírita da Flórida desde 1982. A Yvonne é uma companheira de ideal espírita que já conhecemos faz certo tempo (desde 1997 com o GEAE) e que realiza um trabalho de impacto junto à comunidade espírita nos Estados Unidos. Ela edita um boletim em inglês e é bastante conhecida nos meios espiritualistas americanos. De seu boletim mensagens foram publicadas em vários outros órgãos tais como: a revista da Federação Espiritualista Nacional, a Associação Nacional de Igrejas Espiritualistas, e a Aliança Nacional Espiritualista. Também participa da Academia de Espiritualidade e Estudos Paranormais onde escreve 'book reviews'. Seu boletim é bastante conhecido entre espíritas por todos os EUA que enviam a ela notícia sobre atividades de seus centros por lá. 

Recentemente (2009) ela conseguiu publicar um artigo sobre reencarnação na principal revista da NSAC (Aliança Nacional de Igrejas Espiritualistas), contrariando a tradição do movimento espiritualista que ainda não aceita esse importante postulado da Vida Maior.

Dentre as várias realizações em prol do movimento espírita realizadas pelo grupo da Yvonne está a tradução para o inglês do livro histórico 'Memórias do Padre Germano' de Miguel Vives em 2006. Esta obra foi traduzida por Edgar Crespo. Ela é membra de várias academias como o Instituto Windbridge (que estuda mediunidade), a Federação Espiritualista Nacional (com participação majoritária de espiritualistas da Grã-Bretanha, Europa, Austrália, Islândia, Suécia e Nova Zelândia, além de espíritas das Filipinas). Yvonne expôs suas idéias em um encontro dessa federação em Rochester, NY.

Nesta oportunidade, aproveitamos também para questioná-la sobre uma visita recente que fez à Espanha (para um congresso espírita em Terremolinos pela CEPA), quando teve a chance de entrar em contato com o movimento espírita daquele país onde ela também tem raízes familiares. Uma outra entevista com a Yvonne pode ser lida (em inglês) no site da ASPSI. A entrevista que segue será apresentada em 2 partes.

EE 1 - Que lembranças você tem sobre práticas espíritas na sua família?

YL - Desde pequena, lembro-me de ir ao centro espírita de meu pai em Nova Iorque várias vezes. Fazíamos isso quando íamos para a cidade de Nova Iorque nas férias de verão porque, então, já morávamos na Flórida. Embora tenha nascido na cidade de Nova Iorque, mudei-me para St. Petersburg quando tinha 6 anos de idade. Não havia centros espíritas lá. A maioria dos centros é em Miami que fica 6 horas de distância. 

Meu pai e seus parentes iam a este centro (estabelecido em 1933 e que durou até 1980) em Nova Iorque. Minha avó era médium. Meu pai participou de aulas sobre mediunidade quando mais velho e ainda vivia em Nova Iorque. Então ele já era casado e isso foi 5 anos antes de eu nascer. 

Na Flórida, meu pai nos ensinou muito sobre o amor a Deus, sobre os Espíritos, sobre ser uma boa pessoa e, à medida que crescíamos e compreendíamos mais, sobre a Doutrina Espírita. 

Pertenço a uma família na 4ª geração de americanos com origem na Espanha, Itália e França e já 5ª geração  espírita do lado paterno. Minha mãe veio das Ilhas Canárias para os Estados Unidos via Cuba. Do lado paterno vieram de Porto Rico onde os homens eram proprietários de terra e trabalhavam junto a prefeituras e as mulheres professoras. 

Meus pais falavam inglês em casa quando éramos criança e, as vezes, espanhol com seus parentes. Meu irmão e irmã só conhecem inglês. Entretanto, tive aulas de espanhol por 5 anos e também francês por 1 ano na escola. Os livros de Kardec que meu pai usava eram todos em espanhol na época, exceto pelo ‘Livro dos Espíritos’ de Anna Blackwell. Li e estudei todos eles (em espanhol e inglês). Eu e meu pai eram os que mais conversavam sobre a doutrina em casa. Ele desencarnou em maio de 2008. 

Na Flórida, porquanto não existisse nenhum centro espírita perto, mantínhamos reuniões domésticas regulares quando meu pai recebia comunicações em transe mediúnico. Ele via Espíritos e tinha visões. Dava passes sob assistência de uma entidade chamada ‘Lula’, que também já se manifestara no centro que minha família participava quando eu era criança. Meu pai mantinha contato com a diretoria do centro de Nova Iorque. 

Com o tempo, frequentei vários centros em Miami, na Flórida, com meus pais, mesmo de sessões mediúnicas. Entretanto, íamos lá mais para comprar livros espíritas que eram bastante raros onde morávamos. Mantínhamos uma pequena biblioteca desses livros. 

Naturalmente, com os anos, participei de vários centros espíritas (além de grupos espiritualistas, de parapsicologia e estudos paranormais), conferências e congressos onde tive a oportunidade de proferir palestras.

EE 2 - Como foi o seu primeiro contato com as realidades imortais (como médium)? 

YL - Lembro-me que sempre senti a presença de Espíritos desde a idade de 4 anos (mas não tinha noção do que se tratava então). Eu os sentia e ouvia barulhos, tal como passos e vozes de Espíritos. Era bem intuitiva e sabia das coisas antes que elas ocorressem. Tinha sonhos ‘proféticos’ e experiências fora do corpo. 

Mais tarde, comecei a receber o que chamei de ‘composições inspiradas’, logo no início da minha adolescência, o que continuou mais tarde até comunicações espíritas completas. As palavras eram ditadas a mim à medida que escrevia. Depois houve uma mudança na maneira que recebia os escritos. Recebia um impulso, começava a escrever e as palavras estavam lá. Nunca sei o que estou escrevendo quando psicografo, o que vem a ocorrer apenas após finalizar a mensagem. 

No começo da fase de maior produção mediúnica, meu pai me disse que eu tinha um Espírito protetor chamado ‘El Anciano’. Seus escritos eram de conteúdo mais moral e espiritual. Ele se parecia com um ‘ancião’, com uma barba. Soube que também tinha um grupo de outros Espíritos que me ajudavam nas composições. Quando El Anciano se comunica, é sempre sobre questões de natureza séria. Sei que ele assiste ao meu trabalho e sou muito grata a ele. Procuro me esforçar para merecer sua assistência contínua. 

Além disso, escrevi dois livrinhos em tempos distintos pelo que chamo de ‘escrita semi-automática’. Para tanto, disseram-me que deveria usar uma caneta (sempre digito minhas mensagens) e, durante esses dois episódios, meu braço direito foi puxado e senti como se ele tivesse sido colocado no fogo, mas sem queimar. Senti fluidos fortes de magnetização. Escrevi então muito rapidamente, sem saber o que estava escrevendo e terminei os dois livros em uma única sessão. São eles: ‘A jornada espiritual da alma’ e ‘Princípios Espíritas para Crianças’ e podem ser acessados no site de nossa sociedade. 

Finalmente, minha faculdade se desenvolveu até o transe mediúnico completo e trabalho como médium na prática espírita já há 35 anos. Administro aulas de iniciação mediúnica no nosso centro.

EE 3 – Quais foram suas impressões sobre o movimento espírita na Espanha? 

YL - Embora tenha participado de apenas uma conferência na Espanha, recebo freqüentemente muita literatura de vários grupos e centros daquele país (assim como do Brasil) já há muitos anos. Acredito que o Espiritismo na Espanha esteja se desenvolvendo e crescendo bastante. 

Há duas orientações de pensamento (como sempre encontro em muitos países onde existem muitos espíritas, incluindo nos Estados Unidos). Alguns grupos são mais religiosos ou orientados de forma cristã, enfatizando aspectos evangélicos da Doutrina Espírita. Outros grupos (embora aceitando absolutamente a existência de Deus) enfatizam aspectos mais ‘científicos’ do Espiritismo e, suas práticas são na direção de educar os outros moralmente e nos princípios da doutrina de um ponto de vista mais universal. 

Fico bastante desapontada em ver que não existe incentivos à tradução livros espíritas em espanhol para o inglês. Para a Espanha e muitos países Latino-americanos isso não parece ser prioritário, mas muitos espíritas nesses países não conhecem o inglês, pelo que não poderiam ajudar mesmo. Espíritas de Porto Rico provavelmente poderiam ajudar, pois são bilíngues, mas não manifestaram interesse ainda. 

Felizmente, os brasileiros tem se esforçado ativamente na tradução de livros espíritas para o inglês.

Capa do Livro 'Memórias do Padre Germano' de A. D. Soler
 recentemente traduzido para o inglês por Edgar Crespo.

Fico contente ao menos em saber que conseguimos disponibilizar, para pessoas que conhecem o inglês, traduções feitas por meu pai de dois clássicos da literatura espanhola: ‘Memórias de Padre Germano’ (Memoirs of Father German) de Amália Domingo Soler e ‘Guia Prático para o Espírita’ (A Practical Guide for the Spiritist: handbook on personal conduct) de Miguel Vives. 

EE 4 - Como você encara a recente onda de interesse crescente por ideias e princípios espiritualistas em filmes tal como ‘Hereafter’ de C. Eastwood e outras séries televisivas? 

YL - Desde pequena (meados da década de 1950), lembro-me de shows televisivos sobre ‘fantasmas’ como eram chamados na época. Uma dessas séries chamava-se ‘Topper’ e era sobre um milionário que podia ‘ver e se comunicar’ com um casal rico que havia morrido em um acidente de carro. Esse programa foi muito popular. 

Outras shows e filmes vieram com as mesmas ideias. Religiões orientais tornaram-se então populares na década de 1960 e 1970. Mais tarde, livros sobre experiências fora do corpo e ‘canalizações’ – como eram chamadas - tornaram-se populares. A partir de 1980 e em diante aconteceu o que considero a grande virada com o filme ‘Ghost’ (que ilustrava basicamente a interação entre o mundo espiritual com o mundo material na função básica da mediunidade). 

Foram os meios de comunicação, por meio da televisão, livros, e mesmo vídeo games, que tem influenciado o público Norte Americano na direção do conhecimento básico dos fenômenos espíritas, aproximando-os, a cada ano que passa, dos princípios da Doutrina Espírita. Tais meios tem divulgado ideias como: a existência da alma no mundo espiritual, a realidade e a diferença entre mediunidade e habilidades ‘psíquicas’, a idéia de que a maneira como vivemos nossa vida material determinará nossa condição no futuro, a realidade da influência dos Espíritos em nós no mundo material, a idéia da obsessão espiritual e como se deve tratar o problema e, agora ainda mais, a crença na reencarnação. 

Uma pesquisa em 2009 conduzida pelo Centro de Pesquisas Pew determinou que 24% do público geral e 22% dos cristãos acreditam em reencarnação nos Estados Unidos. Tal pesquisa foi bastante divulgada pela mídia nacional, o que acho muito relevante pois mostra a muitos reencarnacionistas que eles não estão sozinhos. 

Deixe-me ser clara aqui, estou falando mais sobre aceitação do público em geral de princípios naturais e autênticos da Doutrina Espírita no que diz respeito ao básico dos fenômenos. Aspectos filosóficos ou mais específicos da Doutrina Espírita (como o de que devemos ser uma boa pessoa ou sofrer alguma consequência adversa seja aqui ou no mundo espiritual) são aceitos conforme são compreendidos pelo público.

EE 5 – Na sua opinião, quais são os maiores obstáculos para as crenças espíritas nos Estados Unidos? 

YL - Para a maioria dos americanos, é fácil dizer que são membros de alguma religião tradicional e, se questionados, podem ao mesmo tempo dizer que acreditam em algo que o Espiritismo ensine, mas somente o básico. 

Um parcela grande da população está envelhecendo, os chamados ‘Baby boomers’. Desesperadamente eles estão agora a procura de maneiras de prolongarem suas vidas, de 'rejuvenescerem' e querem também saber o que vai ser deles depois da morte do corpo. Estão em busca de um objetivo ou sentido à vida. 

Os tempos estão difíceis hoje nos Estados Unidos, com muito desemprego e gastos excessivos. Tais dificuldades obrigam as pessoas a buscar algo que as console. Sentem uma necessidade, o que chamaria de necessidade de alimento para a alma. 

Tal situação torna mais fácil falar a tais pessoas sobre o Espiritismo. 

Não obstante isso, é necessário ter maturidade espiritual para aceitar a contraparte moral e filosófica da Doutrina Espírita. Pode ser muito difícil compreender e aceitar essa parte. Aprendi nos últimos 35 anos que a maioria mais nova, que frequenta centros espíritas e aprende quão importante é a responsabilidade pessoal, acaba se assustando com esses aspectos. Eles ou não podem ou não querem aceitar essa parte, por não desejarem mudar seu comportamento pessoal. 

Uma pessoa pode compreender os princípios do Espiritismo ou mesmo acreditar neles completamente. Entretanto, buscar ser fiel a tais princípios e os colocar em prática é coisa para uma pequena minoria. É necessário ter um certo nível moral para pertencer a essa minoria.

No próximo e último post da entrevista: Yvonne Limoges fala sobre o Movimento Espiritualista Americano, a crescente aceitação da reencarnação e de como seus líderes estão lidando com isso. Ela também dá uma mensagem especial aos espíritas brasileiros.










19 de março de 2011

Cartas Psicografadas (3/3) - Pragmática e intenção em psicografias de Chico Xavier.

Esta é a 3a. e última parte da sequência de posts deste assunto.

Vá para a 1a. Parte.
Esta é a 3.a Parte.

Uma vez que se assuma um modelo de comunicação simples, qualquer análise preliminar da mensagem irá falhar em considerar aspectos que poderiam ser tratados por um modelo mais sofisticado (Akmajian, 2010; Bach, 1979). Informação, vista como um fluxo do emissor ao receptor, pode apenas dar conta de aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos, isto é, sinais que podem ser facilmente ‘copiados e colados’, implicando a possibilidade de que isso tenha ocorrido de fato. Entretanto, mesmo tais aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos tornam-se um desafio diante de mensagens escritas em línguas estrangeiras.

Seria assim muito mais fácil explicar a capacidade paranormal acima em um arcabouço teórico que não considerasse problemas de pragmática tais como: a presença de expressões linguisticamente ambíguas, mensagens contendo informação sobre coisas particulares referenciadas (isto é, coisas que somente o recipiente tem conhecimento para ‘completar’ a referência), transmissão de intenção, o assim chamado ‘problema da subdeterminação de intenção comunicativa’ (Bach, 1979), presença de conteúdo através de expressões semanticamente mal definidas (comunicação não literal) e, finalmente, o problema dos ‘atos não comunicativos’ – o objetivo da mensagem não é comunicar, mas produzir um efeito no recipiente. Em face disso, as seguintes observações são pertinentes à carta em análise (ver post anterior) 

1. Referência ao nome que Patrick chamava a sua mãe privadamente (seu nome correto era Christiane e não o referenciado);
2. Referência ao nome da cidade de onde Patrick deveria ter retornado. O acidente foi a 500 metros da residência de férias da família em Itaipava/RJ. A mãe confirmou ter afirmado ao médium que o acidente ocorrera no Rio de Janeiro (estado);
3. Referência não literal. O emissor não retornou de nenhuma guerra, mas utilizou essa expressão para se referir a sua situação anterior;
4. Referência à irmã residente à época na França;
5. Referência à namorada;
6. Referência à avó materna residente à época na França;
7. Referência ao avô paterno residente à época na França;
8. O emissor se refere aqui a preocupações de natureza privada de sua mãe de alguém ter sido responsável por sua morte;
9. Referência à bisavó materna (Margeritte Yvetot), falecida em França em 1974;
10. Referência ao apego da mãe do emissor aos objetos pessoais de Patrick;
11. Referência ao pai;
12. O emissor pede a sua mãe que perdoe sua irmã por uma discussão ocorrida ao telefone após a morte de Patrick. O fato era de conhecimento privado;
13. Patrick era muito sensível à natureza e gostava de animais.

Tais observações foram feitas pelos pais de Patrick depois de receber a carta e mostram claramente a existência de uma ‘decodificação’, devido à existência de intenções, objetivos, crenças e desejos por parte do emissor. Sabe-se que qualquer modelo satisfatório de comunicação deve levar em conta o contexto e a inferência (Bach, 1979), simplesmente porque é muito difícil caracterizar ou acessar elementos que são reconhecidamente privados no processo de comunicação humana. Primeiro é preciso reconhecer que, para que a estratégia do emissor dê certo, um conjunto de crenças compartilhadas entre ele e seu receptor deve existir (Capone, 2006) e que tal conjunto não está disponível ao médium antes da ocorrência do fenômeno psicográfico. Não se trata, assim, simplesmente de se transmitir e receber símbolos linguísticos o que está envolvido em um processo de psicografia. Dada a quantidade e frequência de ocorrências pragmáticas nas cartas produzidas por C. Xavier, é difícil explicar tal fenômeno usando o ‘senso comum’ ou abordagens ‘naturalistas’. Além disso, a situação torna-se mais complexa diante de mensagens escritas em outras línguas, uma vez que elementos léxicos, sintáticos e semânticos acrescentam uma quantidade grande de informação linguística. Portanto, é razoável esperar que teorias e análises linguísticas tenham um papel importante na defesa da idéia da imortalidade da alma em muitas composições psicográficas (Beischel, 2009; Rock, 2008b). Por exemplo, um aspecto interessante que se vê nas mensagens de C. Xavier é o aumento da letra, como se mão do médium estivesse sendo assistida na produção das mensagens. 

Acreditamos que um novo campo de estudos está aberto com a análise das composições 'anômalas' de C. Xavier. Isso também é facilitado uma vez que muitos familiares podem ser contatados para fornecer detalhes adicionais sobre as cartas. A quantidade e qualidade de material produzido por C. Xavier é pouco conhecido fora do Brasil porque está disponível em sua maior parte em Português. Traduções são, portanto, necessárias. Esperamos poder preencher essa lacuna no futuro.

Agradecimentos

Agradeço a Ana C. Xavier (Medical University of South California/USA) por me ajudar na tradução para o inglês da mensagem de Patrick.

Referências.

Akmajian A., Demers R. A., Farmer A. K. & Harnish R. M. (2001), Linguistics: an Introduction to Language and Communication, The MIT Press.
Arantes H. M. C & Xavier F. C (2008a), Estamos no Além, 11ª edição, Editado pelo Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
____(1981), Eles voltaram, 1ª edição , Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1982a) Lealdade, 1a edição, Editado por GEEM.
___(1982b), Reencontros, 1a edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1984a), Caravana de Amor, 1a edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1984b), Retornaram contando, 1a edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1986), Vozes da outra margem, 1a edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1988), Gratidão e Paz, 1a edição, Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1990), Porto de Alegria, 1a edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
___(1998), Amor sem Adeus, 13th edição, Editado por Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.
Bach K. & Harnish R. M. (1979), Linguistic communication and speech acts, Cambridge Mass: MIT Press.
Beischel, J. & Schwartz, G.E. (2007). Anomalous information reception por research mediums demonstrated using a novel triple-blind protocol. EXPLORE: The Journal of Science & Healing, 3, pp. 23–27.
Beischel, J. & Rock, A. J. (2009). Addressing the survival vs. psi debate through process-focused mediumship research. Journal of Parapsychology, 73, pp.71-90.
Borg E. (2006), Pragmatic Determinants of What is Said, in Concise Encyclopedia of Pragmatics, Editado Por J. L. Mey, 2nd edição, Elsevier.
Bosco F. M. (2006), Cognitive Pragmatics, em Concise Encyclopedia of Pragmatics, Editado por J. L. Mey, 2a edição, Elsevier.
Braude S. (2003a), Immortal Remains, Capítulo 2, Rowman & Littlefield Publishers, Inc.
____(2003b), Immortal Remains, Capítulo 5: Writing Samples.
____(2003c), Immortal Remains, Capítulo 3: Outline of Mrs. Piper Mediumship.
____(2003d), Immortal Remains, Capítulo 2: Drop-in communicators.
Capone A. (2006), Shared Beliefs, in Concise Encyclopedia of Pragmatics, Editado por J. L. Mey, 2nd edição, Elsevier.
Casper S. Y (1916), Patience Worth: a psychic mystery. Henry Hold & Company, NY. Também disponível em SpiritWritings.com.
Chaski, C. (2000). Empirical Evaluations of Language-Based Author Identication Techniques. Forensic Linguistics: The International Journal of Language and the Law, 8 (1).
Chibeni S. (1994), O Paradigma Espírita, Reformador, pp. 176-80. An English version of this paper (The Spiritist Paradigm) was published in Human Nature, vol. 1, n. 2,  pp. 82-87, January 1999, and can be found at http://www.geeu.net.br/artigos/paradigm.htm
Cobley P., Editado (2001), Semiotics and linguistics, Routledge Group, London and New York.
Cutting J. (2002), Pragmatics and Discourse, Routledge, Taylor and Francis Group, NY.
Filho D. (2010), Chico Xavier: o filme, Columbia/Sony Pictures.
Griffin E. A. (1997), A first look at communication theory. 3a edição, New York: McGraw-Hill.
Grumbach C., Gentile L. A. & Pelele P. P. (2010), As cartas psicografadas de Chico Xavier, Crisis Produtivas e Ciclorama Filmes.
Kardec A. (1985), Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres.
Kardec A. (1996), The Spirit´s Book, Allan Kardec Educational Society.
Kardec A. (2000a) The book on Mediums, Samuel Wiser, Inc. Trad. por Emma Wood.
___(2000b), Capítulo 11.2r
Kopka J & Vogel C. (2004), Testing the Reliability of an Authorship Identification Method, Technical Report (TCD-CS-2004-40) of the School of Computer Science and Statistics, Trinity College Dublin.
Koyama W. (2006), Anthropology and Pragmatics, in Concise Encyclopedia of Pragmatics, Editado Por J. L. Mey, 2nd edição, Elsevier.
Olsson J. (2008). Forensic Linguistics, Segunda Edição. London: Continuum.
Oxon M. (1878), Psychography: a treatise on one of the objective forms of psychic or spiritual phenomena. Courtesy of SpiritWritings.com
Shannon, C.  E. & Weaver  W. (1949) A Mathematical Model of Communication. Urbana, IL: University of Illinois Press.
Perandrea C. L. (1991), A Psicografia à luz da Grafoscopia, Núcleo Espírita Universitário, Londrina/PR, Editado por Linha Gráfica Editora Ltda.
Piper A. L. (1929), The Life and Work of Mrs. Piper. London: Kegan Paul, Trench, Trubner & Co.
Ramacciotti C. & Xavier F. C. (1975), Jovens no Além, 1a edição, Editado por GEEM.
Rigotti E. & Greco S. (2006), Communication: Semiotic Approaches, em Concise Encyclopedia of Pragmatics, Editado Por J. L. Mey, 2nd edição, Elsevier.
Rocha A. C. (2001), A poesia transcendente de Parnaso de além-túmulo, Tese de Mestrado do Instituto de Estudos de Linguagem, UNICAMP.
Rock, A. J., Beischel, J., & Cott, C. C. (2008a). Psi vs. survival: A qualitative investigation of mediums' phenomenology comparing psychic readings and ostensible communication with the deceasEditado Transpersonal Psychology Review, 13, 76-89.
Rock, A. J., Beischel, J., & Schwartz, G. E. (2008b). Thematic analysis of research mediums' experiences of discarnate communication. Journal of Scientific Exploration, 22(2), pp.179-192.
Xavier F. C (1935), Parnaso de Além-Túmulo,  1a Edição, Federação Espírita Brasileira.
Xavier, F. C (1983), Lira Imortal, 3ª. Edição, Federação Espírita Brasileira.
Wales K. (2009), Unnatural conversations in unnatural conversations: speech reporting in the discourse of spiritual mediumship, Language and Literature, 18, pp. 347-356.