Mostrando postagens com marcador receitista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador receitista. Mostrar todas as postagens

10 de junho de 2012

Um médico descobre a mediunidade

Médiuns receitistas: têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas. (A. Kardec, "O Livro dos médiuns", Cap. 16, II Parte, Das manifestações espíritas, dos médiuns especiais).

O que aconteceria se os praticantes da medicina finalmente levassem em conta o conhecimento transcendente, o da Vida Maior no exercício de suas profissões? E se a mediunidade fosse incorporada de alguma forma e intensidade à prática médica? Podemos prever uma grande mudança nos tratamentos com perspectivas nunca antes imaginadas. Em particular, com aqueles profissionais que trabalham com as doenças mais diretamente ligadas à relação entre o Espírito e a matéria, certamente o impacto seria maior. 

O Dr. Ian Rubenstein é um exemplo desse tipo de mudança. Médico inglês que trabalha em Enfield no norte de Londres, ele passou a se interessar diretamente pela fenomenologia mediúnica. Em um recente artigo "A medium in the Doctor's Office" ("um médium no consultório") que foi publicado na edição de Junho deste ano da revista EdgeScience (1), ele descreve um pouco suas experiências com a mediunidade e o começo de seu interesse pelo assunto:
"...meu interesse no assunto começou quando uma paciente que visitei afirmou estar em contato com meu falecido bisavô. Ela me deu informações muito precisas dele. Isso chamou minha atenção e, depois de uma série de eventos extraordinários e de coincidências misteriosas, comecei a participar de reuniões com médiuns bem treinados e a iniciar o contato com o 'outro lado'."
Admite ele que isso foi uma mudança radical no seu ponto de vista, já que, como médico e na idade de 48 anos, ele não tinha a menor pretensão de começar a receber treinamento como médium. A partir de então ele "teve que aprender a entrar em contato com a parte mais sutil e intuitiva da mente, em um esforço de contato com uma forma de existência espiritual".

Do contato que teve com vários médiuns, ele pode perceber a vantagem prática que tinham com as fenômenos mediúnicos. Em um gesto de grande humildade, ao menos por certo tempo, decidiu suspender seu 'julgamento cético' a respeito do assunto, pelo menos durante as sessões. E, então, passou a receber, como diz, 'informações do nada'. De nomes nunca ouvidos que faziam sentido para membros do grupo até descrições precisas de alguém que havia falecido. Tais ocorrências fizeram com que ele suspendesse sua trégua contra os fenômenos, imaginando tratar-se de um mistura de 'leitura fria' (2) ou de memórias inconscientes proferidas por pacientes a ele durante os anos. Sua impressão final, porém, foi de que, embora isso pudesse fazer parte de uma explicação, não se encaixava absolutamente ao que ele havia experimentado. Havia fatos demais que não se explicavam de forma natural. Então, ele mesmo se surpreendeu ao começar a ter intuições sobre seus pacientes, fatos que ele jamais poderia saber de forma ordinária:
Por exemplo, quando Lucy me procurou em um estado terrível de depressão, não tinha ideia alguma que seu pai havia sido assassinado e que isso tinha sido há 38 anos atrás. Eu estava para prescrever a ela um antidepressivo quando senti um impacto na parte de trás de minha cabeça e ouvi uma voz que me pediu perguntasse a Lucy sobre seu pai, além de ver uma forma espectral de um homem que ditava uma resposta sobre os ombro esquerdo de Lucy. 
Isso pareceu muito espetacular, mas mais importante e útil foi saber de Lucy que ela sempre sentia a presença de seu pai ao redor dela. Depois que confirmei isso, ela me disse se sentir muito melhor e que, de fato, não mais precisaria do antidepressivo.
Dr. Rubenstein.
Portanto, o Dr. Rubenstein passou a ser auxiliado durante seu trabalho com informes que ele não sabia de onde estavam vindo, mas que eram resultado direto de seu interesse em se desenvolver como médium (3). Para ele o contato dá-se de forma totalmente inesperada: na maioria das vezes quando ele está com seus pacientes:
Começa frequentemente com uma imagem mental clara que eu prontamente reconheço como sendo algo que preciso dizer ao paciente. Essas imagens são bastante persistentes. A menos que esforço deliberado seja feito para apagá-las, elas não vão embora enquanto eu não comunico o paciente do que se trata.  

Classicamente isso é conhecido como 'fazendo o contato'. Parece que funciona desse jeito: uma vez que uma imagem ou mensagem inicial se mostra útil ao recipiente (paciente), fica mais fácil  que mais informações sejam conseguidas. Se o recipiente conseguir 'compreender' o que lhe passo, recebo então uma serie de outras imagens que preciso usar de forma a fazer sentido.
Dr. Rubenstein descreve então duas variedades de percepções mediúnicas das quais ele apenas tem a última:
Mensagens visuais e auditivas podem ser subdivididas em formas subjetivas e objetivas. As mensagens subjetivas são percebidas com os olhos da mente ou ouvidas como uma especie de voz interior. As mensagens objetivas são vistas ou ouvidas como que emanando do mundo físico. Algumas vezes é uma mistura estranha das duas formas. 
E, mais a frente:
Recebo na maioria das vezes imagens. Algumas vezes elas parecem óbvias. Em outros casos parecem vir na forma de símbolos para a situação que o paciente está passando. Algumas vezes essas imagens parecem embaralhadas como se fosse um pedaço de informação que tivesse sido depositado na minha mente. Então tenho que desembarçar camada a camada, imagem a imagem 
Ocasionalmente, sinto ou vejo pessoas que estão associadas aos pacientes que estão em consulta. Quando isso acontece, existe frequentemente informação quanto à posição associada ao comunicante.
Obviamente, ele também sente a pressão da censura por seu comportamento tão peculiar durante as consultas. Interessantemente, seus pacientes aceitam sua capacidade melhor do que ele próprio. E, dessa forma, ele se permite utilizar frequentemente dessa habilidade. Segundo ele, 'se a situação está difícil, seria bobagem recusar ajuda, mesmo dos desencarnados'. 

Notas e referências

(1) Rubenstein I. (2012). A medium in the doctor´s office, Seção 'The Observatory', EdgeScience, 11. Publicado pela Society for Scietific Exploration;

(2) 'Leitura fria', em inglês, 'cold reading' é uma hipótese cética usada para supostamente explicar a possibilidade de médiuns obterem informações. Por meio de grande habilidade, médiuns tirariam 'informação do nada' a partir da leitura cuidadosa da maneira como pessoas do 'círculo' se sentam, como mexem os olhos, as mãos etc.

(3) Rubenstein, I. (2011). Consulting Spirit: A Doctor’s Experience with Practical Mediumship (Anomalist Books)