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11 de janeiro de 2018

Sobre a mente inconsciente e sua perspectiva espírita.


A fronteira entre o Espiritismo e as experimentações psicológicas apresentam oportunidades interessantes de exploração e interpretação. Ela é tanto mais relevante para o lado espírita (que é o de nosso interesse imediato), pois mostra como alguns resultados recentes de experiências têm impacto na compreensão de fenômenos que estão na interface "espírito-corpo".

Um exemplo interessante discutimos brevemente aqui e diz respeito aos estudos algo recentes (um deles já tem 35 anos, ref. 1) sobre a importância da chamada "mente inconsciente" na tomada de decisões. Por "mente inconsciente" entendemos um conjunto de processos mentais que ocorrem sem que o indivíduo tenha "consciência" - aqui a palavra em inglês "awareness" é mais apropriada - dele. Essa consciência nos dá aquela sensação de que temos, de fato, controle sobre nossos atos. Assim como nos diversos órgãos do corpo que funcionam de forma autônoma (sem a deliberação da vontade por parte de quem o controla), o cérebro também operara de forma autônoma em muito da vida mental, quer dizer, ele funciona sem que o indivíduo tenha consciência disso. Eficiência e otimização parecem ser a principal causa para esse estado de coisas no campo mental.
Mente inconsciente

A noção de mente inconsciente não é nova. Já no começo do século 18, a ideia de "unbewußtsein" apareceu com o filósofo idealista alemão Friedrich Schelling (1775-1854). A crença popularmente aceita de que o homem poderia ser inspirado pelos deuses foi uma das razões para se suspeitar de que algo inconsciente operaria na mente humana e ajudou a consolidar o conceito sem, entretanto, qualquer aceitação científica. Uma outra fonte importante para a ideia do inconsciente veio da observação ordinária que pessoas, quando sob ação perturbadora de medicamentos ou drogas (p. ex., bebidas alcoólicas) agem de forma aparentemente inconsciente, e chegam a não se lembrar dos atos praticados, cessado essa ação externa. O grande popularizador do inconsciente foi sem dúvidas Sigmund Freud (1856-1939) que usou largamente desse princípio para o estudo de desvios do comportamento que ele explicou como resultado de desejos sexuais inconscientes reprimidos. Entretanto, a crença na existência do inconsciente demorou para ser estabelecida tendo em vista que sua aceitação leva a uma mudança radical na nossa concepção da mente humana e porque não se faz nenhuma ideia sobre como tal inconsciência operaria (2). Até hoje, a maior parte das pessoas nem desconfia do inconsciente, ou vive sem saber que ele existe e "controla" seus atos de forma sistemática.

Experimentos como o de Libet et al (1) foram um grande divisor de águas na comprovação da existência de uma "mente inconsciente" inicialmente descrita como um estado potencial de "prontidão" a operar sem qualquer intervenção consciente de seu dono. Antes dele, outras evidências de que sinais aparentemente não percebidos pelas pessoas poderiam determinar o curso de suas ações também forneceram provas indiretas da existência do inconsciente (2). O uso de técnicas de mapeamento cerebral (como é o caso da tomografia de pósitrons) permitiram observar em tempo real a operação do fenômeno. Essencialmente, distingue-se as áreas do cérebro responsáveis pela tomada de decisão e pela "consciência" dessa tomada. Por meio de técnicas experimentais é possível demonstrar que o decisão ocorre centenas de milissegundos antes de que as áreas de "awareness" sejam ativadas. Em suma: a decisão é tomada antes da consciência da escolha que precede, entretanto, o ato decisório como representado abaixo:


tomada de decisão -> consciência a decisão -> ato decisório.

Obviamente, a ciência moderna ainda debate a amplitude, origem e operação da mente inconsciente, mas sem as dúvidas sobre sua existência. Para os "behavioristas", por exemplo, as operações do inconsciente integram informação anterior e de ambiente e criam a decisão que sobe ao nível consciente dando a "impressão" de liberdade de escolha. Na atualidade esse debate tem impacto direta na noção de livre-arbítrio: se as decisões são inconscientes então provavelmente não temos controle de nossos atos. Na visão behaviorista extrema (que é radical mesmo para os padrões materialistas aceitos) somos meros autômatos pre-programados pelo ambiente, sem capacidade de decisão, mas com a ilusão de arbítrio próprio. O debate se alarga para áreas como a do direito, onde se pergunta até que ponto um criminoso não seria passível de culpa, caso essa visão radical de controle do inconsciente fosse adotada.

O leitor deve entretanto atentar para o fato de que experimentos que demonstram a operação do estado de prontidão pré-consciente nada provam contra o livre-arbítrio, mas apenas a existência desse estado inconsciente. É quando se passa a interpretar e tentar criar teorias para explicar a mente e sua complexidade que alguns cientistas chegam ao estremo de negar o livre arbítrio. 

O conceito do inconsciente no Espiritismo (segundo A. Kardec)

Os Espíritos também indiretamente indicaram a existência do estado inconsciente nos encarnados ao referir-se à vida do espírito como diversa, mais rica e diferente da vida da vigília. Há muitos trechos no "Livro dos Espíritos" (LE, 4) em que se pode ler sobre essa noção peculiar do inconsciente. A existência da vida do Espírito como independente da vida material está bem estabelecida, por exemplo, no Capítulo 8 do LE "Da emancipação da alma: o sono e os sonhos" e no Capítulo 7 "Da volta do Espírito à vida corporal: esquecimento do passado". Por exemplo, na questão #410a, Kardec questiona sobre para que serviriam as ideias adquiridas durante o sono (5) que são completamente esquecidas no estado de vigília. A resposta reafirma a existência de uma vida paralela à material que permanece inconsciente propositalmente, sem prejuízo ao aproveitamento dessas ideias:
Algumas vezes essas idéias mais dizem respeito ao mundo dos Espíritos do que ao mundo corpóreo. Com mais frequência, porém, se o corpo as esquece, o Espírito as retêm, e voltam no momento necessário, como uma inspiração súbita. (grifos nossos)
Certamente é no capítulo que trata das vidas pregressas que o inconsciente - como repositório de lembranças de vidas anteriores - surge de forma clara:
Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos, nem do bem ou do mal que fizemos, em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita a resistir àqueles pendores (LE, Cap. 6, final da resposta à questão #393, grifo nosso).
A lembrança fortuita de vidas pregressas e as capacidades instintivas que se manifestam na vida material são fatores que afetam a tomada de decisão do Espírito e que devem ser levados em consideração ao se explicar o funcionamento do estado inconsciente, principalmente sobre quais seriam as causas relevantes que levariam a uma decisão. Para o Espiritismo com Kardec, o estado inconsciente é a própria manifestação da vida do Espírito que pode pensar de maneira diversa no estado de vigília, quando tem "consciência" das coisas a seu redor a lhe afetarem a maneira de pensar. Isso está claramente indicado, por exemplo, em parte da resposta à questão #266 e # 267 sobre a escolha das provas da vida material:
266. Não parece natural que se escolham as provas menos dolorosas? 
Pode parecer-vos a vós; ao Espírito, não. Logo que este se desliga da matéria, cessa toda ilusão e outra passa a ser a sua maneira de pensar. (grifo nosso)
267. Pode o Espírito proceder à escolha de suas provas enquanto encarnado? 
O desejo que então alimenta pode influir na escolha que venha a fazer, dependendo isso da intenção que o anime. Dá-se, porém, que, como Espírito livre, muitas vezes vê as coisas de modo diferente. O Espírito por si só é quem faz a escolha; entretanto, ainda uma vez o dizemos, possível lhe é fazê-la mesmo na vida material, porque há sempre momentos em que o Espírito se torna independente da matéria que lhe serve de habitação. (grifos nossos)
Essa última questão é particularmente importante porque demonstra de forma clara que as decisões do Espírito encarnado se dão de forma inconsciente, como Espírito, ou seja, ele sequer precisa ter consciência (awareness) sobre tais escolhas.  A. Kardec tece um interessante comentário logo após a questão # 266 do qual extraímos o trecho:
A doutrina da liberdade que temos de escolher as nossas existências e as provas que devamos sofrer deixa de parecer singular, desde que se atenda a que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas de modo diverso do nosso. Divisam a meta, que bem diferente é para eles dos gozos fugitivos do mundo. (grifo nosso)
Se viver é fazer escolhas, a primeira decisão que ocorre ao Espírito é sobre o tipo de existência que ele pretende passar em uma nova encarnação na Terra. Para o Espiritismo, entretanto, o livre-arbítrio, que é fundamental para se garantir a responsabilidade do Espírito sobre seus atos, não é uma "graça" concedida sem custo ao Espírito, mas algo que ele deve conquistar:
O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, se a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram. (Resposta à questão #122, grifos nossos)
A necessidade de se escolher as provas e desenvolver seu livre arbítrio justificam assim o estado inconsciente, a perda de memória das vidas anteriores e de sua vida como espírito. O ser integral, quando encarnado, se manifesta em sua psicologia e maneirismos, sua atitude em relação à vida, seus instintos e tendências, sem prejuízo do aproveitamento de suas experiências. Como justificativa para esse estado de coisas, a questão # 370 reafirma o espírito como causa, porém, que a matéria o restringe:
370a. Dever-se-á deduzir daí que a diversidade das aptidões entre os homens deriva unicamente do estado do Espírito? 
O termo unicamente não exprime com toda a exatidão o que ocorre. O princípio dessa diversidade reside nas qualidades do Espírito, que pode ser mais ou menos adiantado. Cumpre, porém, se leve em conta a influência da matéria, que mais ou menos lhe cerceia o exercício de suas faculdades.
Para o Espiritismo, os espíritos são uma fator importante 
a influenciar a decisão do encarnado durante a vigília. Tal influência, 
entretanto, se dá de forma inconsciente. Imagem:"O Sonho da rainha
 Katherine", (Johann Heinrich Füssli, 1741-1825).
Inconsciente e obsessão 

O  inconsciente é um conceito importante para se entender "operacionalmente" como podem os Espíritos influenciar os encarnados.  Quando essa influenciação é negativa - de forma a aumentar o sofrimento do encarnado - fala-se em "obsessão" (LE, questão # 473). A questão #460 parece ser fundamental para se entender a ligação entre o inconsciente e a operação dessa influenciação:
460. De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos? 
Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem, no conjunto deles estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas idéias a se combaterem. (grifo nosso)
Ora, não guardamos, de forma geral, nenhuma lembrança ou consciência dessa influência, nem sequer sabemos de onde provêm tais pensamentos. O estado inconsciente representa o momento exato onde opera essa influenciação, que acontece exatamente dessa maneira de forma a reter apenas aquilo que é necessário para fazer avançar nossa capacidade de discernimento entre o certo e o errado (do contrário, não haveria mérito...).

De forma resumida, ao se listar que fatores poderiam afetar o inconsciente no momento da tomada de uma decisão, podemos citar:
  • As tendências inatas da alma encarnada, fruto de experiências obtidas em vidas anteriores (inconsciente);
  • Sua experiência presente, resultado de sua encarnação última (consciente ou inconsciente);
  • Suas memórias de vidas anteriores, que reforçam certas tendências em optar por determinadas decisões (inconsciente);
  • Suas memórias da vida atual, acessível diretamente com algum esforço (o chamado "estado presciente", influenciação consciente ou inconsciente);
  • As limitações de seu corpo ou contraparte material que restringem mais ou menos severamente a maneira como as percepções do mundo externo se dão;
  • As influenciações dos Espíritos que reforçam as tendências inatas e sugerem ideais (inconsciente);
O comportamento humano é produto de uma atuação maior ou menor de um desses fatores ou combinações deles. Mas é particularmente nos fenômenos obsessivos mais ou menos severos que o último fator mais se destaca. Por meio do estado inconsciente, pensa e age o encarnado como se estivesse sozinho, mas, de fato, ele não está. Acreditamos, porém, que, mesmo nos casos de subjugação sistemática, o Espírito pelo menos retém consciência de seu livre arbítrio. Esse é, entretanto, assunto para outro post considerando inúmeros detalhes relevantes que exigem minuciosa atenção e consultas a outras referências.

À guisa de conclusão

O inconsciente parece guardar a chave para a essência do espírito encarnado cuja existência integral ocorre em outro "plano". Cremos que as descobertas recentes sobre a operação da mente inconsciente são importantes validações das lições trazidas pelos Espíritos já durante a compilação das respostas do LE e muito antes de Sigmund Freud (6). Para a ciência que investiga esses casos, o inconsciente é um estado de pre-decisão, talvez mais um dentre os inúmeros estados do cérebro entendido como um "hardware" que "roda" um programa. Para o Espiritismo, entretanto, o inconsciente não é meramente um repositório de lembranças ou desejos reprimidos. Ele é a própria manifestação oculta da vida do Espírito em sua jornada evolutiva. As manifestações observáveis do estado inconsciente são importantes evidências (8) dessa vida oculta que, por meio de experimentos, é possível estudar e que têm implicações ainda pouco esclarecidas para a a sociedade. 

Uma das perspectivas abertas pelo Espiritismo é que o encarnado guarda memórias ou consciência plena de suas decisões, mesmo para aquelas que não "subiram" conscientemente durante a vigília. A consciência de tomada de decisão seria uma espécie de "segunda consciência" que reverberaria no campo mental do encarnado, ou tipo de memória reflexa de seu pensamento como Espírito. Essa reverberação é importante para que dela uma memória seja guardada ("eu me lembro de que tomei essa decisão") e auxilie outras tomadas (inconscientes) em contextos semelhantes, até que o processo seja completamente autônomo.

Em outras palavras, a consciência que temos de nossos atos quando encarnados após uma escolha é um mecanismo de "feedback" (realimentação) que reforça o aprendizado durante a existência. Seu papel principal é guardar informação para uso posterior. Outra razão importante para esse funcionamento inconsciente é o da eficiência: a "mente" parece responder melhor a determinadas situações em que ela não tem que "pensar muito" sobre qual seria a melhor solução. Um trabalho interessante recente (3) argumenta que há uma "moral inconsciente"; as decisões "morais" das pessoas são melhores justamente quando elas decidem inconscientemente, o que é outra prova da operação das faculdades do espírito.

Uma vez que é o Espírito, em essência, o responsável pelos seus atos e que as decisões são tomadas mesmo sem consciência ("awareness") imediata - como um feedback de uma operação inconsciente, ele também é o único responsável por elas, sem prejuízo da noção de livre-arbítrio. Na visão espírita, é preciso elucidar a interação espírito-matéria, sobre como se daria a relação entre o espírito e o cérebro ou sistema nervoso sobre o qual ele atua. Enquanto inúmeros pontos obscuros subsistirem, será arriscado negar a responsabilidade do espírito encarnado sobre seus atos e criar, por exemplo, embaraços jurídicos pela negação do livre-arbítrio.

Para se convencer disso, é importante considerar uma visão integral do ser humano e desvendar inúmeros outros mecanismos pouco esclarecidos sobre o funcionamento da mente. Há indícios recentes de que a percepção consciente, quando obstada por doenças ou mal funcionamento do cérebro, não impede a mente de seu funcionamento inconsciente (7). Presentemente debate-se a possibilidade de o inconsciente ser capaz de realizar tudo o que é possível no estado consciente, o que é uma perspectiva promissora diante do ensino espírita sobre a verdadeira vida do espírito.

Retornaremos em um futuro post com mais discussões sobre nossas observações sobre esse importante assunto.

Referências e notas

1. Libet, B., Gleason, C. A., Wright, E. W., & Pearl, D. K. (1983). Time of conscious intention to act in relation to onset of cerebral activity (readiness-potential) the unconscious initiation of a freely voluntary act. Brain, 106(3), 623-642. Outro interessante trabalho de revisão que se destaca pelo equilíbrio é:

Baars, B. (2003). How brain reveals mind neural studies support the fundamental role of conscious experience. Journal of Consciousness Studies, 10(9-10), 100-114.

2. São os conhecidos experimentos com "mensagens subliminares". Ver Custers, R., & Aarts, H. (2010). The unconscious will: How the pursuit of goals operates outside of conscious awareness. Science, 329(5987), 47-50.

3. Ham, J., & van den Bos, K. (2010). On unconscious morality: The effects of unconscious thinking on moral decision making. Social Cognition, 28(1), 74-83.

4. Todas as citações deste post foram extraidas de www.ipeak.com.br .

5. A influência do sono na solução de problemas é bem reportado por: Karmarkar, U. R., Shiv, B., & Spencer, R. (2017). Should you Sleep on it? The Effects of Overnight Sleep on Subjective Preference-based Choice. Journal of Behavioral Decision Making, 30(1), 70-79.

6. Sobre isso se nota que quando Freud nasceu os primeiros manuscritos de "O Livro dos Espíritos" já existiam. Isso não tira de Freud seu pioneirismo na exploração do inconsciente, mesmo porque o "contexto teórico" da Doutrina Espírita é muito diferente da teoria psicológica de Freud.

Entretanto, é preciso ressaltar que o conceito de inconsciente no Espiritismo ainda aguarda melhor apreciação pelos psicólogos no futuro, principalmente com  relação à contribuição das memórias das vidas anteriores, cuja aceitação é infelizmente inconcebível no contexto da teoria Freudiana (ou pelo menos exigiria uma modificação radical na maneira de se entender o ser humano).

7. Um livro interessante com inúmeros relatos da operação do inconsciente quando o cérebro é severamente afetado é Ramachandran, V. S., & Blakeslee, S. (2004). Fantasmas no cérebro. Rio de Janeiro: Record.

8. O leitor pode se certificar que o inconsciente foi aceito pelo mainstream acadêmico ao ler  Koch C. (2011). Probing the Unconscious mind. Cognitive psychology is mapping the capabilities we are unaware we possess. Scientific American. Acessível em:

https://www.scientificamerican.com/article/probing-the-unconscious-mind/

20 de outubro de 2013

O lançamento do repositório SKL: textos espíritas no formato acadêmico (artigos) em PDF

Um novo repositório de artigos espíritas pode ser acessado em Spiritist Knowledge Letters, que é uma página estática do blog Spiritist Knowledge (ver aba superior desse site). O objetivo desse espaço é renir informação espírita na forma de artigos acadêmicos em inglês.

O conteúdo presente do SKL traz os títulos seguintes, que podem ser baixados via Google docs:
SKL#01 A. Xavier. Pragmatics and intention in automatic writing compositions: the Chico Xavier case. (Pragmática e intenção em coposições psicográficas de Chico Xavier
SKL#02 A. Xavier. The Non-observable Universe and an Empirical Classification of Natural Phenomena. (O Universo não observável e uma classificação empírita para fenômenos naturais
SKL#03 S. Chibeni. The Spiritist Paradigm. (O Paradigma espírita
SKL#04 S. Chibeni. Spiritism: An experimental approach to the issue of personal post-mortem survival. (Uma abordagem experimental para a questão da sobrevivência além-túmulo)

Em particular, destacamos o SKL#04 pelo filósofo Silvio Chibeni, que contem um estudo interessante sobre a questão da sobrevivência segundo um tratamento da epistemologia moderna. Esse texto, em particular, é inédito e foi lançado apenas na página SKL.

É possível ler os resumos e fazer o download dos arquivos dos outros artigos na página SKL. que dá acesso ao Google Docs.

O SKL está aberto a contribuições. Se você tiver uma contribuição interessante em inglês sobre os assuntos descritos na página SKL, entre em contato conosco. Formataremos o seu material de acordo com estilo adotado para os textos do SKL.

É importante destacar que o SKL não é um jornal acadêmico, mas simplesmente um repositório de artigos cujo objetivo é fornecer um lugar na rede para textos modernos de interesse ao movimento espiritualista e espírita em geral. 





5 de agosto de 2013

Repositório de teses e trabalhos acadêmicos com temática espírita (por Tiago Paz)

O pesquisador Tiago Paz disponibilizou um diretório que contém um acervo digital de trabalhos acadêmicos (teses de mestrado, doutorado de 1982 a 2013) que tocam ou tratam de forma central a temática espírita. No futuro, esse diretório irá abrigar também um levantamento de artigos, livros e capítulos referentes a trabalhos de pesquisa na temática espírita. O pesquisador interessado em conhecer a produção nacional sobre o tema poder acessar o diretório nos endereços:

Via Google Drive:

https://drive.google.com/folderview?id=0B83qwlZWJJPXV2w1dEc4NjJxMVU&usp=sharing

Via Dropbox:

https://www.dropbox.com/sh/11r9bjy9fdx5yas/V5OWqY4f5i

Este é um link para um serviço do Google (google drive). Conheça os autores dos trabalhos listados abaixo, a área de pesquisa, o resumo e o ano de defesa através de uma lista em MSExcel (listagem e resumo das TDs no repositório) disponível no diretório acima. Essa iniciativa demonstra o grau de maturidade da pesquisa com temática espirita no ambiente acadêmico nacional.

Vale a pena visitar periodicamente o repositório que é constantemente atualizado pelo Tiago.

Para mais informações, ver também a página Pesquisando o Espiritismo.

Títulos disponíveis

Os seguintes títulos estão disponíveis:
  1. O mundo invisível: cosmologia, sistema ritual e noção de pessoa no espiritismo
  2. Vida e Morte: o homem no labirinto da eternidade
  3. As Artes de Curar: medicina, religião, magia e positivismo na República Rio-Grandense (1889-1928)
  4. O êxtase: entre a imagem e a palavra: estabelecimento de um modelo descritivo para o estudo antropológico das manifestações extásicas
  5. Preto velho: as várias faces de um personagem religioso
  6. Religião em confronto: o espiritismo em Três Rios (1922-1939)
  7. Os espíritas e as letras: um estudo antropológico sobre cultura escrita e oralidade no espiritismo kardecista
  8. Demônios e anjos (o embate entre espíritas e católicos na república brasileira até a década de 60 do século XX)
  9. Relaxamento mental, imagens mentais e espiritualidade na re-significação da dor simbólica da morte de pacientes terminais
  10. Morte no corpo, vida no espírito: o processo de luto na prática espírita da psicografia
  11. Pedagogia espírita: um projeto brasileiro e suas raízes histórico-filosóficas
  12. Apoio social e religião: uma forma de enfrentamento dos problemas de saúde
  13. A poesia transcendente de Parnaso de Além-túmulo
  14. As estratégias da pedagogia do assistencialismo em Belo Horizonte, 1930-1990: educação e caridade
  15. História do Espiritismo: criação e elaboração de um livro sob Encomenda. Experiência de Comunicação Midiática sob o prisma de um redator
  16. Chico Xavier: imaginário religioso e representações simbólicas no interior das Minas Gerais - Uberaba, 1959/2001
  17. A educação da alma: o trabalho voluntário na CEA-AMIC “onde está teu coração, está teu tesouro” - um estudo de caso
  18. Os filhos-ausentes e as penosas de São Sebastiaozinho - Etnografia da festa da Catingueira/PB
  19. Adoção de crianças por homossexuais: crenças e formas de preconceito.
  20. Uso das práticas espirituais em instituição para portadores de deficiência mental
  21. Medicina e religião no espaço hospitalar
  22. Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor
  23. Educação, profissão perigo: burnout, depressão e o tratamento espiritual no espiritismo
  24. Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas
  25. Os desafios da fé cristã na ressurreição de Jesus diante da crença na reencarnação, presente no espiritismo kardecista do Brasil, nos últimos cinquenta anos
  26. Intenção do texto: o diabo e a guerra santa no imaginário dos pentecostais: espiritismo em confronto
  27. Eurípedes Barsanulfo: um educador espírita na primeira república
  28. Eurípedes Barsanulpho e o Collégio Allan Kardec: capítulos de história da educação e a gênese do espiritismo nas terras do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro (1907/1918)
  29. Análise de assunto de conto espírita por meio do percurso figurativo e do percurso temático
  30. A evolução (1892-1893): uma amostra dos fatores constituintes do sistema literário
  31. O mito de Chico Xavier: os usos, apropriações e seduções do simbólico em Uberaba-MG
  32. Cultura e sujeito: o papel das crenças na organização do pensamento humano
  33. As artes do daimon: à procura de uma poética perdida
  34. Álvaro Reis pastor, pregador e polemista: uma breve análise sobre seu discurso
  35. Almas enclausuradas: práticas de intervenção médica, representações culturais e cotidiano no Sanatório Espírita de Uberlândia (1932-1970)
  36. As práticas religiosas atuando na recuperação de dependentes de drogas: a experiência de grupos católicos, evangélicos e espíritas
  37. Significados de religiosidade segundo idosos residentes na comunidade: dados do PENSA
  38. Práticas educativas no movimento espírita: um estudo sobre a Casa da Vovozinha
  39. Eu e o outro: uma reflexão acerca dos processos de identificação no espiritismo
  40. Pretos-velhos: oráculos, crença e magia entre os cariocas
  41. Do púlpito ao baquiço: religião e laços familiares na trama da ocupação do sertão da ressaca
  42. Uma fábrica de loucos: psiquiatria x espiritismo no Brasil (1900-1950)
  43. Médicos, médiuns e mediações: um estudo etnográfico sobre médicos-espíritas
  44. Doutor Fritz andou de disco voador: hibridações e sincretismo na terapia espiritual da Chico Monteiro
  45. Potencialidades para o desenvolvimento local na comunidade espírita amor e caridade e nos postos de assistência Centro Espírita Francisco Thiesen e Associação Espírita Anália Franco: subsídios para política pública de assistência social no contexto local
  46. Segura na mão de deus e vai: tratamentos clínicos espíritas e suas condições de felicidade
  47. O espiritismo em Ponta Grossa - PR: perspectivas de um espaço do além e para o um além do espaço
  48. Uma escritora na periferia do império: vida e obra de Emília Freitas (1855-1908)
  49. Anália Franco e a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva :idéias e práticas educativas para a criança e para a mulher (1870 – 1920)
  50. Entre a macumba e o espiritismo: uma análise comparativa das estratégias de legitimação da Umbanda durante o Estado Novo
  51. A nova política de saúde mental: entre o precipício e paredes sem muros (Uberlândia 1984/2006)
  52. “De fora do terreiro”: o discurso católico e kardecista sobre a umbanda entre 1940 e 1965
  53. Espíritas enlouquecem ou espíritos curam? Uma análise das relações, conflitos, debates e diálogos entre médicos e kardecistas na primeira metade do século XX (Juiz de Fora-MG)
  54. Céu, inferno e purgatório: representações espíritas do além
  55. O gabinê fluidificado e a fotografia dos espíritos no Brasil: a representação do invisível no território da arte em diálogo com a figuração de fantasmas, aparições luminosas e fenômenos paranormais
  56. Afinal, espiritismo é religião? A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira
  57. Psicanálise e Doutrina Espírita: o percurso de um desencontro epistemológico e a audição de vozes
  58. Chico Xavier, caridade e o mundo de césar: um olhar sobre o modo de gestão da assistência social espírita em Uberaba-MG
  59. A aporia da cidadania em tempos neoliberais: estudo da instituição assistencial educacional Amélia Rodrigues em Santo André - SP
  60. “Deus e a Pátria”: Igreja e Estado no Processo de Romanização na Paraíba (1894-1930)
  61. As origens do espiritismo no Brasil: razão, cultura e resistência no início de uma experiência (1850-1940)
  62. O movimento espírita pelotense e suas raízes sócio-históricas e culturais
  63. Representação social de ministros religiosos cristãos sobre a doença mental
  64. De médicos e médiuns: medicina, espiritismo e loucura no Brasil da primeira metade do século XX
  65. Machado de Assis e o espiritismo: diálogos machadianos com a doutrina de Allan Kardec (1865-1896)
  66. O caso Humberto de Campos: autoria literária e mediunidade
  67. A emoção "maquiada" de razão: aspectos prosódicos e argumentativos de uma palestra espírita kardecista
  68. Morte: a crise ante a morte e a reconfiguração da identidade religiosa do adulto na sociedade contemporânea
  69. A representação social de perfeição na memória das personalidades do Espiritismo
  70. Técnica Apométrica: uma investigação sob bases epistemológicas
  71. Unir para difundir: o impacto das federativas no crescimento do espiritismo
  72. A noção de ciência e educação no espiritismo
  73. O significado da religiosidade para pacientes com câncer e para profissionais de saúde
  74. O centro espírita no itinerário terapêutico em situações de vida
  75. Educandário Espírita Ituiutabano: caminhos cruzados entre a ação inovadora e sua organização conservadora. Ituiutaba, Minas Gerais (1954-1973)
  76. Lar Escola Dr. Leocádio José Correia: história de uma proposta de formação na perspectiva educacional espírita (1963 - 2003)
  77. Anália Franco e sua ação sócio-educacional na transição do império para República (1868-1919)
  78. Religião e cultura local: estudo de dois grupos espíritas potiguares
  79. A plausibilidade da ordo amoris espírita no contexto da crise ética contemporânea
  80. Motivação para o trabalho voluntário contínuo: um estudo etnográfico no Núcleo Espírita Nosso Lar
  81. A reencarnação e sua interface com a Bioética
  82. Deus é para todos?: travestis, inclusão social e religião
  83. Vale de lágrimas: um estudo a respeito da noção de doença sob o ponto de vista de religiões brasileiras no início do século XXI
  84. Moderno-espiritualismo e espaço público republicano: maçons, espíritas e teosofistas no Ceará
  85. Educação de pais gestantes: uma pedagogia possível segundo o espiritismo como saber emergente e educação integral do ser humano
  86. Imposição de mãos: um estudo de religiões comparadas.
  87. Recomposições identitárias na integração religiosa e cultural da Igreja Messiânica no Brasil
  88. Instituições para a educação infantil em Jundiaí (1880-1984)
  89. O Lenine maranhense: fuzilamentos e cultura histórica no interior do Maranhão – 1921
  90. Os combates de Luiz Mattos (1912-1924): O Espiritismo Kardecista e o Tratamento Médico da Doença Mental
  91. Vida após a morte dentro do conceito bíblico - reencarnação e ressurreição, semelhanças e diferenças
  92. Vassouras, ciganas e extraterrestres: médiuns e emoções no campo religioso espírita de Natal (RN)
  93. Ser voluntário, ser realizado: investigação fenomenológica numa instituição espírita
  94. Espiritismo e Apoio Social: o princípio da universalidade aplicado ao Departamento de Assistência e Promoção Social em dois Centros Espíritas de Natal/RN
  95. Raça e religião: uma análise piscossocial dos discursos acerca das religiões afro-brasileiras
  96. O empirismo radical e os estados excepcionais da consciência para uma ciência da mente em William James
  97. As associações médico-espíritas e a difusão de seu paradigma de ciência e espiritualidade
  98. Intelectuais, espíritas e abolição da escravidão: os projetos de reforma na imprensa espírita (1867-1888)
  99. Na discursivização de Nosso Lar: as verdades do espiritismo
  100. Metamorfoses do espírito: usos e sentidos das crenças e experiências paranormais na construção da identidade de médiuns espíritas
  101. Fluxos do espiritismo kardecista no Brasil: dentro e fora do continuum mediúnico
  102. Espiritismo e conversão: fatores motivacionais na migração religiosa para o espiritismo, no Brasil
  103. As cartas de Chico Xavier: uma análise semiótica
  104. Chico Xavier e o mundo dos espíritos: um estudo de representações sociais