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16 de maio de 2014

Lista de autores publicados das cartas psicografadas por Chico Xavier

Finalizada uma primeira fase de catalogação no projeto das cartas psicografadas (1), listamos aqui cerca de 472 nomes de autores que foram encontrados até agora, isto é, é uma lista com base em 944 cartas publicadas. Esta lista não pretende ser a definitiva. Uma quantidade grande de outras informações de cada autor também foi reunida.

Esses nomes constam em um conjunto de aproximadamente 70 obras que serão referenciadas futuramente. 

Lista de autores
  1. Abílio Zornetta
  2. Acácio Costa Freitas Neto
  3. Acylino Luiz Pereira Neto
  4. Adélia Machado de Figueiredo
  5. Adelino Franco Thomé
  6. Ademar Argeu Andrade
  7. Adilson Cargnelutti
  8. Adilson Gonzaga Pezzini
  9. Adilson Lombardi
  10. Adolfo Aleixo Martins 
  11. Adolfo Bezerra de Menezes
  12. Agar Bittencourt
  13. Agnelo Morato Júnior
  14. Alberto Corradi
  15. Alberto Davoli
  16. Alberto Ferrante
  17. Alceu Gouvêa Andries
  18. Alda Oliveira da Silveira Pinto
  19. Aldan Bernardo de Araújo
  20. Aldarico Montaldi Filho
  21. Alexandre Augusto Pandolfelli
  22. Alexandre Furtado Cardoso
  23. Alexandre José de Souza
  24. Allan Charless Padovani
  25. Aluísio Antônio Maciel
  26. Álvaro Gonçalves
  27. Álvaro Júlio Belchior da Fonseca 
  28. Amália Ferreira de Mello
  29. Amaro Francisco de Souza
  30. Amélia do Nascimento Vasques
  31. Ana Luiz Martinez de Souza
  32. André Luiz Souza da Silva
  33. André Max Graeser
  34. André Rogério Rojas Rivera
  35. Andréa Lodi
  36. Angelo di Sarno
  37. Ângelo Luizari Filho
  38. Antenor de Amorim
  39. Antônio Alcindo Ribeiro
  40. Antônio Carlos Escobar
  41. Antônio Carlos Martins Coutinho
  42. Antônio Carlos Nunes
  43. Antônio Cézar Nunes Cardeal
  44. Antônio Jabur Neto
  45. Antônio João Beira
  46. Antônio Luiz Sayão
  47. Antônio Martinez Collis
  48. Argemiro Correa de Azevedo Filho
  49. Armando Pinho
  50. Artemízia Bevilacqua
  51. Artur Francisco Koller
  52. Augusto César Neto
  53. Aulus de Paula e Silva Bastos
  54. Auzenita da Silva Nunes 
  55. Avelino Ginjo
  56. Beatriz Cândida Maria Ferrairo Janini Gonçalves
  57. Benedito Souza de Oliveira
  58. Benedito Vieira dos Santos 
  59. Bianca Jasse Cunha
  60. Brasilina Estevez
  61. Cacilda Becker Yaconis
  62. Cândido Luiz Cintra
  63. Carlos Alberto Andrade Santoro
  64. Carlos Alberto Bezerra da Silva
  65. Carlos Alberto da Silva Lourenço
  66. Carlos Alberto de Toledo
  67. Carlos Alberto dos Santos Costa
  68. Carlos Alberto dos Santos Dias
  69. Carlos Alberto Elisei
  70. Carlos Alberto Gonçalez 
  71. Carlos Alexandre da Silva Paraizo
  72. Carlos André Picanço Filho
  73. Carlos Augusto Ferraz Lacerda
  74. Carlos Augusto Pereira de Melo
  75. Carlos Cesar Pereira Basílio
  76. Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça
  77. Carlos Gomes
  78. Carlos Henrique Branco Rodrigues
  79. Carlos Marino Vochi
  80. Carlos Normando de Assis
  81. Carlos Roberto Caminitti
  82. Carlos Teles Sobral Jr.
  83. Carlos Vítor Mussa Tavares
  84. Carmelo Grisi
  85. Carmen Latorre
  86. Carolina Caetano
  87. Casto Luís Alves Barco
  88. Celso Ayres Pinheiro
  89. Celso Cassanha
  90. Celso Maeda
  91. César de Araújo Mafra
  92. Charles Jean Bueno Weishaar
  93. Charles Wandenberg Fernandes Cerboncini
  94. Christian W. Freitas Campos
  95. Christino Gomes Portal
  96. Cícero Barbosa Lima Júnior
  97. Cláudia Aparecida Guimarães Leite
  98. Cláudia Cunha
  99. Cláudia Pinheiro Galasse
  100. Cláudio Giannelli
  101. Cláudio Mano Júnior
  102. Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida
  103. Cleon Marcius de Camargo Marsiglio
  104. Conceição Interlando Neto
  105. Cristiane Rodrigues de Moraes
  106. Décio Márcio Carvalho
  107. Dejair Fernando Rosa
  108. Denis Fernandes
  109. Denize Freire Valença
  110. Dialma Coltro
  111. Dialma Coltro Filho
  112. Dimas Luiz Zornetta
  113. Dino de Caro
  114. Djalma Pompeu de Camargo Rangel
  115. Docílio Miranda de Souza
  116. Domingos Donizetti Zornetta
  117. Domingos Pignatari
  118. Douglas Labate
  119. Edilson Carlos Nogueira
  120. Edilson Cássio de Lima
  121. Édimo José de Lima Júnior
  122. Edison Roberto Ribeiro Pereira
  123. Edmundo Mendes
  124. Eduardo Ruiz Dellalio
  125. Eduardo Zibordi Camargo
  126. Edvaldo Paixão da Silva
  127. Edvaldo Roel da Silva Júnior
  128. Edvar Santana
  129. Egle Aparecida Tavares Spadoni Braga
  130. Elisabete Aluotto Scalzo Palhares
  131. Elvira Abrigatto Grisi
  132. Emídio Manuel Pereira de Araújo
  133. Emília Rodrigues
  134. Érica Letícia Gallo
  135. Ericson Fábio Diniz de Oliveira
  136. Erika dos Santos Soares
  137. Evaldo Augusto dos Santos
  138. Evaldo Rui Monteiro
  139. Evaldo Zamboni
  140. Fábio Freire Corrêa
  141. Fábio Mário Henry
  142. Fátima Solange de Assis Campos
  143. Felicidade de Fátima Alves
  144. Felipe Meneghetti
  145. Fernanda Goghi Cruãnes
  146. Fernanda Luiza Batista dos Santos
  147. Fernando Antônio Leão
  148. Fernando Augusto Veríssimo Bonifácio
  149. Fernando José de Carvalho
  150. Fernando Querin Sichetti
  151. Flávia Canzi Biondi
  152. Flávio Luiz Mazetti
  153. Francisco Adonias Nogueira Filho
  154. Francisco Correa de Figueiredo
  155. Francisco Eduardo de Oliveira Moraes
  156. Francisco Quintanilha
  157. Francisco Savério M. S. E. Orlandi
  158. Franciso Rosa e Silva
  159. Gabriel Casemiro Espejo
  160. Gastão Henrique Gregoris
  161. Georthon Lacerda Dantas
  162. Geraldo Arantes de Souza
  163. Gerard Patrick Castelnaud
  164. Germano Sestini
  165. Gilberto Cuenca Dias
  166. Gilberto Pereira Teixeira
  167. Gilberto Teixeira da Silva Júnior
  168. Gilson Gravena de Souza
  169. Giovanna Motta
  170. Giuseppe Mateus Mangano
  171. Grazia Rapé
  172. Hamílton dos Santos
  173. Haroldo Soares Portella
  174. Heitor Cavalcante de Alencar Furtado
  175. Heitor José Morina
  176. Heládio Carvalho Nunes
  177. Hélio Manzo Júnior
  178. Hélio Ossamu Daikuara
  179. Helyene Cristina Corrêa Garcia
  180. Henrique Emmanuel Gregoris
  181. Hilário Sestini
  182. Hilda Gritti Saraiva
  183. Hilton Monteiro da Rocha
  184. Humberto Furlan
  185. Igor Thiago Alvez Nakamura
  186. Ilda Mascaro Saullo
  187. Inês Severo Ruivo
  188. Irlo Augusto Rodrigues Galvão
  189. Israel Ovídio Nogueira Júnior
  190. Ítalo Scanavini
  191. Ivan Antonelli Fakaib
  192. Ivo de Barros Correia Menezes
  193. Izídio Inácio da Silva
  194. Jacob Oliveto
  195. Jáder Eustachio Guimarães de Macedo
  196. Jair Presente
  197. Jairo Coutinho Rocha
  198. Jane Furtado Koerich
  199. João Batista Mamede da Silva
  200. João Carlos Frederico Coelho
  201. João dos Santos Moutinho
  202. João Gilberto dos Santos
  203. João Jorge de Lima
  204. João Luiz Palatinus
  205. João Vaccari Neto
  206. Joaquim Afonso Carvalho
  207. Jomar Dutra de Castro
  208. Jorge Luiz Camargo
  209. José Afonso de Souza Queiroz
  210. José Afonso de Souza Queiroz
  211. José Antônio Andrade Jr.
  212. José Benedito da Silva
  213. José de Lima Géo
  214. José Demathê Filho
  215. José Eduardo Jorge
  216. Jose Esmelcerei Bernardo
  217. José Fonseca Guaraná de Barros
  218. José Luiz da Silva Chapela
  219. José Luiz Marques Ferreira
  220. Jose Murilo Neto
  221. José Roberto Gonçalves
  222. José Roberto Pereira Cassiano
  223. José Roberto Pereira da Silva
  224. José Rogério Silva Freire
  225. José Tadeu Banchi
  226. Josefina de Fátima Tristão
  227. Júlio Brasílio Moraes
  228. Júlio César C. da Silveira
  229. Júlio Fernando Leite de Sant'Anna
  230. Juraci Borges Mendonça de Almeida
  231. Jussane Cristina Leite
  232. Kalil José Barbosa Chicaybam
  233. Klaus Heller
  234. Kleber Silveira de Souza
  235. Laudinei José Soares
  236. Laura Maria Machado Pinto
  237. Laurinete Aparecida Duarte
  238. Lauro Basile Filho
  239. Lenora (Chaves) Martins
  240. Leonardo Henrique Moglié
  241. Leopoldo José Rusciolelli Franca
  242. Liane Helena Anéas de Paula
  243. Lidaí Benini
  244. Lilian Guadalupe Alves
  245. Lincoln Prata Lóes
  246. Lineu de Paula Leão Júnior
  247. Lúcia Ferreira
  248. Luciano de Castro Alves Machado
  249. Luciano Fábio Perutich
  250. Luciene Nascimento 
  251. Lúcio Germano Dallago
  252. Lúcio Manoel Larsen Ricciardes
  253. Luís Alberto Canto
  254. Luís Carlos de Freitas
  255. Luís Eduardo Cacciatore
  256. Luís Fernando Botelho de Moraes Toledo
  257. Luís Roberto Haddad França
  258. Luiz Adamo Nucci
  259. Luiz Alli Fayrdin
  260. Luiz Antônio Biazzio
  261. Luiz Augusto Trita
  262. Luiz César Piagneri
  263. Luiz Orlando Rodrigues Cardoso
  264. Luiz Paulo Alves Reis
  265. Luiz Ricardo Maffei
  266. Luiz Roberto Estuqui Júnior
  267. Luíza Corrêa Jardim
  268. Magno Cardoso
  269. Manel Francisco Neto
  270. Manoel de Oliveira Gomes
  271. Manoel Paulo Monteiro
  272. Manoel Soares
  273. Marcel Jivago de Faria França
  274. Marcelo Antônio La Serra
  275. Marcelo Leal Fernandes
  276. Marcelo Moisés Casali
  277. Marcelo Toti
  278. Márcia Bordallo de Souza
  279. Márcia Regina Eccard Vollú
  280. Márcio Agnaldo Dermínio Campos
  281. Marco Antônio Andrade
  282. Marco Antônio Araújo
  283. Marco Antônio da Silva
  284. Marco Antônio Marçal
  285. Marco Antônio Migotto
  286. Marco Antônio Minaya
  287. Marco Antonio Pereira da Costa
  288. Marco Antônio Peres Fernandes
  289. Marcos Cezar Mayo
  290. Marcos Emanuel Teixeira Santos
  291. Marcos Hideo Hayashi
  292. Marcos Roberto Vallini
  293. Maria Alves dos Santos
  294. Maria Beatriz de Vasconcelos
  295. Maria Cecília Ferreira 
  296. Maria Célia Marcondes
  297. Maria Cristina Salgado Vieira
  298. Maria Cristina Summo Tomaz de Oliveira
  299. Maria da Luz Simões
  300. Maria das Graças Ayres
  301. Maria Elizabete de Oliveira Cavalcante
  302. Maria Filomena de Jesus
  303. Maria Helena Marcondes
  304. Maria Helena Resende
  305. Maria Joaquina Pinto
  306. Maria Nelize Campos Silva
  307. Maria Teresa de Sena Melo
  308. Maria Teresa Franchini
  309. Maria Tereza Lopes Maniglia
  310. Marilene de Resende Ferreira
  311. Marina Cupertino Poli
  312. Mário Neves
  313. Mário Roberto Quirino dos Santos
  314. Matrona Paly Diegues 
  315. Maura de Araújo Javarini
  316. Maurício Chacon
  317. Maurício de Lima Basso
  318. Maurício Garcez Henrique
  319. Maurício Sacheto Zuardi
  320. Mauricio Xavier de Vieira
  321. Mauro Antônio Campos Paiva
  322. Mauro Augusto Cacique Andrade
  323. Mauro Augusto Rocha
  324. Mauro Lira
  325. Maximino Pereira
  326. Meire Adriana Agnello
  327. Miguel Ângelo Lapenna
  328. Miguel Elias Barquete
  329. Milton Higino de Oliveira
  330. Mirna Lagorga
  331. Mival de Almeida Filho
  332. Moacy Stella Junior
  333. Moacyr Porazza Jr.
  334. Mônica Martins Bizarro
  335. Napoleão Carlos Ferreira
  336. Napoleão Pizzotti
  337. Nathaniel José Furtado Xavier de Albuquerque
  338. Nayá Siqueira de Amorim
  339. Neide Della Nina
  340. Nelly Ferreira
  341. Nelson  Lobo de Barros
  342. Nélson Castro Dantas
  343. Nelson Rossati Lemes
  344. Nerci Maria Cardoso
  345. Noêmia Natal Borges
  346. Nysio Gastanheira Cardoso
  347. Olando Antônio Lazzaro
  348. Olimar Feder Agosti
  349. Orlando Sebastião Duarte
  350. Orlando Van Erven Filho
  351. Oscar Cicuto Filho
  352. Osmar de Freitas Filho
  353. Osmar Totaro
  354. Oswaldo Jandy Batista
  355. Oswaldo Peixoto Martins
  356. Otávio José Sanchez
  357. Otávio Rocha
  358. Paula Opípari Ramos
  359. Paulo Augusto Signore
  360. Paulo Borges da Silva
  361. Paulo César de Almeida
  362. Paulo Cesar Silvério Leite
  363. Paulo Eduardo Teixeira da Silva
  364. Paulo Fernando Furlan
  365. Paulo Grassmann Amante
  366. Paulo Henrique Dantas Bresciani
  367. Paulo Marcelo Reis Azevedo
  368. Paulo Rogério Saragoça
  369. Paulo Sérgio Basile
  370. Paulo Sérgio da Costa
  371. Paulo Sérgio Ferreira Viana
  372. Pedro Alexandre Borba Pereira
  373. Pedro Augusto Souza Gonçalves
  374. Pedro Ernesto do Rego Batista
  375. Pedro Luis de Carvalho Costa
  376. Pedro Luiz Galves
  377. Pedro Rufino
  378. Pedro Souza
  379. Ramiro Martin Viana
  380. Rangel Diniz Rodrigues
  381. Raphael Miralles Placência
  382. Raul Pinheiro Torres Júnior
  383. Regina Elena Fernandes
  384. Reginaldo Ramalho
  385. Renata Avela de Oliveira
  386. Renata Zacarro de Queiroz
  387. Renato Fumagalli
  388. Renato José Sorretino
  389. Renato Lucena Nóbrega
  390. Renato Rodrigues
  391. Rene Oliva Strang
  392. Ricardo Carvalho de Mello
  393. Ricardo Jorge Pereira
  394. Ricardo Leão de Oliveira
  395. Ricardo Romano Secchieri
  396. Ricardo Tadeu Richetti
  397. Ricardo Tunas Costa Leite
  398. Roberto de Salas
  399. Roberto Igor Porto Silva
  400. Roberto Medeiros Fernandes
  401. Roberto Muszkat 
  402. Rodrigo Junqueira Alves de Souza
  403. Romêro Junqueira Alves de Souza
  404. Romeu Azevedo de Menezes
  405. Ronaldo Malafronto
  406. Rosana Augusto Infante
  407. Rosana Maria F. Temporal de Lara
  408. Rosângela Afonso da Silva
  409. Rosângela Cunha Redondo
  410. Rosangela Maria Sonvesso
  411. Rosângela Silvério Leite
  412. Rosemari Daurício
  413. Rui Vagner Garcia
  414. Ruilon Quirino Ribeiro
  415. Sandra Regina Camargo
  416. Sebastião Alves Pinho
  417. Sebastião Clóvis Tavares
  418. Selma Robles
  419. Selma Rodrigues Sanches
  420. Sérgio Calamari
  421. Sérgio de Almeida e Souza
  422. Sérgio de Assis Cesarino
  423. Sérgio Faccio
  424. Sérgio Luís Mandarino
  425. Sérgio Luiz de Moura
  426. Sérgio Roberto Decenço
  427. Sérgio Tadeu Rodrigues Bacci
  428. Servilio Marrone
  429. Sidnei Martini
  430. Sidney Catardo
  431. Sidney Dell'Erba
  432. Sidney Fava
  433. Sidney Rogrigues
  434. Silvana Maria Bertoni
  435. Silvio Romeno Gonçalves Monteiro
  436. Simone Couceiro Horcel
  437. Solange Victoretti
  438. Sylvio Quero Luque Jr.
  439. Tania Mazzeo
  440. Tânia Paes Leme de Barros
  441. Tereza Cristina de Oliveira
  442. Tereza Delfina Reverte
  443. Thales Meirelles Cury
  444. Tibério Graco Dias
  445. Túlia Maura Diniz Baptista Mendes
  446. Ulisses Ubiratan Alves Gusmão
  447. Valdir de Vicente
  448. Valdir Nunes Ferreira
  449. Valéria Consentino
  450. Vera Cruz Leitão Bertoni
  451. Vera Lúcia Alves
  452. Virgínia Maria Sales Nogueira
  453. Vitor Fernando Stocco Jr.
  454. Vitor Leonardo Santana
  455. Vladimir Jorge
  456. Volquimar Carvalho dos Santos
  457. Wady Abrahão Filho 
  458. Wagner Augusto Alves de Souza Jr
  459. Waldemar Vieira
  460. Walter Perrone
  461. Wanda Maria Czarnobay
  462. Wander Alver Azeredo
  463. Wânia Nunes Russo
  464. Wellington Ramon Monteiro Rodrigues
  465. Wilk Ferreira de Souza
  466. William José Guagliardi
  467. William Machado Figueiredo
  468. Wilsom de Oliveira
  469. Wilson Guerreiro Pedra
  470. Wilson William Garcia
  471. Wladimir Cezar Ranieri
  472. Yolanda Carolina Giglio Villela
Referência

(1) Projeto 'Cartas Psicografadas'.


9 de dezembro de 2012

Página do projeto 'Cartas psicografadas'


Lançamento da página (estática) com informação sobre nosso projeto corrente de estudo de conteúdo de cartas psicografadas. O projeto pretende resultar:

  • Novo método de análise de conteúdo aplicado à comunicações psicográficas;
  • Estudo analítico e geração de índice (indexação) das cartas publicadas de Chico Xavier;
  • Formação de um banco de dados com informações detalhadas e organizadas das cartas.

Página do Projeto:

http://eradoespirito.blogspot.com.br/p/projeto-cartas-psicografadas.html

ou cliquem na aba superior à direita da página principal do blog 'Era do Espírito'.

Essa página trará conteúdo atualizado e informação sobre participação de voluntários no projeto. Aguardem!

29 de novembro de 2012

Vácuo quântico na obra mediúnica de Chico Xavier?


O título deste post remete a outro que foi  recentemente publicado no Portal Saber por Dauro Mendes (Ref. 1). Nele uma aparente relação entre o poema 'Homem-célula' (Ref. 2) do Espírito de Augusto dos Anjos (1884-1914), originalmente publicado em 'Parnaso de Além Túmulo' (psicografia de Chico Xavier, 1936) e a existência do 'vácuo quântico' é comentada. Mendes, no final do post, faz o seguinte questionamento:
Estaria o espírito de Augusto dos Anjos falando do Vácuo Quântico como elemento criador, como elemento criador de realidades físicas, como fonte de criação Divina, como expressão criativa, DE CRIAÇÃO, das LEIS DIVINAS? (Ref. 1, grifos do autor)
O autor propõe então uma análise do termo 'estática do Nada' que aparece em 'Homem-célula'. No que segue analisaremos essa "interpretação física" do poema.

Veremos que, em que pese a similitude vaga de termos que levaria à sequência de raciocínio nesse post do Portal Saber, a proposta exagera no relaxamento da semântica das palavras e despreza o verdadeiro papel da poesia.

Uma observação inicial

Antes de entrar na análise do ponto de vista da física, o Dr. Alexandre Caroli informa que:
"Estática do Nada" já existe no Augusto dos Anjos não espírita. O poema "Homem-célula", sobre a evolução do elemento espiritual, dialoga com o soneto "O lamento das coisas", da obra oficial do Augusto dos Anjos. (Ref. 4)
Grifamos o termo nas duas poesias para facilitar a identificação (ver Refs. 2 e 3). Portanto, o soneto citado por Dauro Mendes é um exemplo excelente de identificação cruzada de temas entre a obra psicografada e  do autor 'vivo'. Então, será que Augusto dos Anjos de antes de 1914 já sabia sobre o vácuo quântico?

Ou não seria isso resultado de uma análise no mínimo exaltada do Portal Saber?

Poesia interpretada como ciência?

A proposta de interpretação do termo 'estática do Nada' por D. Mendes é apresentada abaixo:
Estática nos remete a CAMPO ELETROSTÁTICO ao qual está associada a ENERGIA. Então, ESTÁTICA DO NADA significa A ENERGIA  DO “NADA” ( e vejam que o espírito colocou o N da palavra Nada com letra maiúscula nos chamando a atenção, dentre outras possíveis interpretações, para o fato de que este NADA É UMA FONTE DE CRIAÇÃO, não é um nada, é um PLENUUM), que tem tudo a ver com o VÁCUO QUÂNTICO. Essa ESTÁTICA DO NADA é um ARSENAL DE FORÇAS VIVAS criadoras. (1, grifos do autor)
Notamos que o autor encarnado também usa letra maiúscula com a palavra 'Nada' (Ref. 3). Isso é outro ponto de equivalência com a versão mediúnica.

Deixando de lado a questões de 'licenças poéticas' ou distorção no significado original das palavras que existem fortes e abundantes na obra de qualquer poeta (isto é, assumindo que temos autorização para fazer isso, ver 5), do ponto de vista da física acrescentamos  que o 'vácuo quântico' não é um campo eletrostático como afirmado por Mendes. O tal vácuo, que é descrito modernamente como um estado fundamental do campo eletromagnético, nada tem de 'estático'.

Assim, por várias razões, é um absurdo tomar o termo 'estática do Nada' como algo que possa ser relacionado - ainda que remotamente - ao conceito de 'campo eletrostático' e esse com o vácuo. 

A análise feita também confere a esse vácuo o status de Divindade ao propor que ele 'é um arsenal de foras vivas criadoras' ou como descrito no post:
O Vácuo Quântico, como temos mostrado, é a fonte geradora, criadora, e sustentadora, do nosso Universo e de tudo que existe nele... (Ref. 1)
A exaltação é assim evidente.

O conceito de 'nada' e a questão #36 de 'O Livro dos Espíritos'

A resposta à questão #36 de 'O Livro dos Espíritos' (sobre a inexistência do vácuo) está em pleno acordo com o conhecimento da época (o que possibilitou que a resposta fosse dada). Para entender isso, basta considerar a análise que segue abaixo.

É verdade que a física clássica poderia levar a algumas interpretação do vácuo como 'ausência de qualquer coisa'. Isso acontece porque, nessa física, a maior parte das iterações entre constituintes da matéria (átomos ou partículas) eram concebidas como 'forças de contato' e havia a crença de que seria possível esvaziar o espaço totalmente desses elementos, a ponto que ele apenas teria como propriedade o próprio espaço. Sustentar de forma definitiva que a física clássica se opunha a uma visão moderno de 'vácuo preenchido por algo que escapa aos sentidos' é, entretanto, um equívoco.

Lembramos que na própria física clássica já existiam elementos para o preenchimento do vácuo com algo invisível. Afinal, apenas uma 'força invisível' (Lei da Gravitação) poderia fazer os planetas gravitarem em torno do Sol. Essa 'força invisível' preencheria o espaço vazio com algo, de forma que, rigorosamente falando, não se poderia defender de forma consistente a noção de vácuo como o 'nada'. Depois, com o descobrimento da força elétrica e magnética (Lei de Coulomb etc), outro conceito (o do campo eletromagnético) preenchendo o vazio foi  acrescentado. 

Assim, é preciso fazer justiça aos físicos clássicos que acreditavam na existência do éter como elemento que preencheria o espaço vazio. Essa substância seria responsável pela transmissão das forças 'à distância' (tais como as forças gravitacionais e elétricas). Portanto, a ideia de vácuo como uma 'substância' que não correspondente à ideia de 'vazio' já existia plenamente na física clássica que antecedeu a revolução  quântica. 

Conclusões 

Algumas pessoas dentro do movimento espírita têm extrapolado interpretações da física quântica ou microfísica como validação ou sanção ao conhecimento espírita. Conceitos avançados como campos, energias e partículas invisíveis naturalmente são tomados a conta de comprovações para outros conceitos como perispírito, fluidos etc. Já discorremos bastante sobre isso em outros posts (Ref. 6).

Essa empolgação tem sua razão de ser, afinal seria ótimo que a Ciência da matéria já 'comprovasse' tais princípios, embora isso de nada ajudasse a melhor a compreensão pelos espíritas dos princípios que dizem defender.

Mas, esta visão - a de que os Espíritos teriam previamente revelado conceitos avançados que agora cientistas estão a descobrir - esbarra em uma noção mais profunda do caráter da revelação espírita.

Toda a razão ou objetivo último do conhecimento espírita genuíno é o progresso moral da Humanidade. Apenas aquilo que importa para esse progresso é cuidadosamente esclarecido, mesmo assim em caráter de interpretação provisória. Seria tudo muito fácil se apenas tivéssemos que aguardar revelações de Além Túmulo com relação à descobertas que ainda devem ser feitas e que devem resultar, necessariamente, de esforço próprio dos homens:
"Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram." (A. Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XXV , parágrafo 4)
Portanto, é preciso cuidado e discernimento para não 'sobre interpretar' ou distorcer afirmações mediúnicas de qualidade (como as de Chico Xavier) que tenham sido dadas em contextos totalmente desconectados dos objetivos dessas interpretações. 

Notas e Referências

1 - Vácuo Quântico na obra mediúnica espírita (por Dauro Mendes). Acesso em 29 de Novembro de 2012;

2 - Poema 'Homem-célula' na íntegra:

Homem! célula ainda escravizada
Nos turbilhões das lutas cognitivas,
Egressa do arsenal de forças vivas
Que chamamos – estática do Nada.

Sob transformações consecutivas,
Vem dessa Origem indeterminada,
Onde se oculta a luz indecifrada
Dos princípios das luzes coletivas.

Vem através do Todo de elementos,
Em sucessivos aperfeiçoamentos,
Objetivando a personalidade,

Até achar a perfeição profunda
E indivisível, pura, e se confunda,
No transcendentalismo da Unidade.

3 - Poema 'O Lamento das Coisas' postumamente publicado em 'Outras Poesias' (enviado por A. Caroli):

Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!

É a dor da Força desaproveitada
- O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
Jazem ainda na estática do Nada!

É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...

E é em suma, o subconsciente aí formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!

4 - Correspondência particular.

5 -  Poesia é uma arte e não guarda relação alguma com a Física.

6 - Ver por exemplo: Física Quântica e os espiritualistas no século 21 (análise preliminar)

1 de setembro de 2012

Estatística das cartas psicografadas

Como vimos em vários posts anteriores, os fenômenos psíquicos sempre se apresentaram como processos de comunicação por excelência. Nesse sentido, um médium funciona como um instrumento de comunicação, embora limitado, ou um meio (dai o nome 'médium') que pode afetar o conteúdo de uma mensagem. Críticos ou descrentes na mediunidade vêem um médium de efeitos inteligentes como alguém que inventa deliberadamente informação a partir de si mesmo ou com ajuda de sinais exteriores, sinais que pessoas comuns não conseguem ver. Crentes nos 'poderes Psi' acham que bons médiuns são mentes privilegiadas, capazes de extrair informação do nada ou da mente de pessoas a sua volta (1). 

O problema é que, para muitos críticos desses fenômenos - e mesmo aqueles que os aceitam plenamente - comunicar-se é um processo simples de transferência de informação de um ponto a outro no espaço. Essa visão da comunicação permite supostamente 'explicar' como o médium adquire essa informação em um conjunto muito limitado de casos. Com certos médiuns, entretanto, a situação é muito mais difícil. A disputa sobre qual explicação seria a 'correta' torna-se aparentemente polarizada entre os adeptos da sobrevivência e os crentes nas hipóteses das super-mentes oniscientes, já que a explicação puramente cética não dá conta dos fatos. 

O conjunto das cartas psicografadas de Chico Xavier é um exemplo de anomalia a suscitar perenes  controvérsias para os que não aceitam a possibilidade de comunicação. Céticos vêem as cartas como meras historietas feitas para consolar parentes em desespero. Uma conversa solta com o médium por algum tempo, uma palavra dita por alguém em um momento de descuido e já se comporia o cenário que serviria de pano de fundo para uma carta. Isso, entretanto, acontece com um conjunto muito restrito de cartas. Com a imensa maioria, porém, é possível verificar um acúmulo considerável de informações específicas (nomes de pessoas, lugares), bem como informações de natureza pragmática que não podem ser explicadas de forma satisfatória a menos que se admita que o médium teve ajuda explícita do autor da carta.

Fig. 1 Alguns números de uma pequena amostra de 159 cartas  psicografadas por Chico Xavier.
Para motivar futuros estudos, preparamos um análise extensa das cartas (2) através da criação de métricas e  processo específico que tratam aquilo que está escrito explicitamente nas missivas psicografadas. Dizemos 'explicitamente' porque, no caso de informações de natureza pragmática ou intencional, somente parentes tem a capacidade de 'decodificar' o conteúdo (que estaria, portanto, velado). Assim, nossa análise é limitada porque ela inspecionou apenas aquilo que é aparente. 

A Fig. 1 traz uma tabela contendo alguns resultados gerais. O total de cartas analisados foi 159 distribuídas em 105 autores (há mais de uma carta por autor). O número médio de cartas por autor foi 1,51 sendo que medimos também a extensão das cartas em número de palavras. A média da distribuição de palavras é 531,5 em conjunto com uma idade média dos autores da ordem de 26,9 anos. O que mais nos chamou a atenção, entretanto, foi a estatística de citações de nomes nas cartas. Na nossa amostra com 159 cartas encontramos um total de 1322 citações (não consideramos nomes compostos nem nomes de cidades ou lugares) que se dividem conforme o diagrama da Fig. 2.

Fig. 02
Dividimos o resultado da análise em 3 grupos: citação de 'encarnados' (pessoas que estavam vivas e que foram citadas quando a carta foi escrita), 'desencarnados' (pessoas reconhecidamente falecidas anteriormente à composição da carta) e 'apelidos'. Esse último grupo pode ainda ser dividido (mas não foi feito na análise) entre apelidos de 'encarnados' e 'desencarnados'. Não é difícil ver que uma estatística relevante de citações é a de citação de apelidos de desencarnados. Uma das conclusões de nosso estudo é que, com base em um levantamento preliminar do número total estimado de cartas produzidos (3), uma média de 2000 a 3000 apelidos de desencarnados (pessoas falecidas antes da data da comunicação) podem ser encontrado nas cartas. Não se trata, portanto, de citações de nomes registrados em cartório, mas nomes de indivíduos fora da época das cartas, nomes que teriam sido usados por familiares apenas (ou seja, nomes que não dispõem de registros públicos). Possivelmente, muitos desses nomes não eram conhecidos dos familiares mais próximos do autor das cartas.

O estudo também traz:
  • As distribuições estatísticas para as idades dos autores;
  • A distribuição de tempo de comunicação (com base na diferença entre o tempo de falecimento do autor e da data de sua comunicação);
  • A distribuição de 'causa mortis' dos autores;
  • A estatística de descrição da própria morte (cerca de 60% dos autores descrevem a própria morte);
  • Estudo de correlações entre o tamanho da mensagem (número de palavras) versus idade do autor;
  • Estudo de correlação entre o tamanho da mensagem e o número de citações;
  • As frequências de citações de cada grupo conforme a Fig. 2;
  • A distribuições de parentesco dos nomes citados como 'anfitriões' do autor depois da morte;
O objetivo desse trabalho foi demonstrar a viabilidade de realizar uma análise estatística (Fig. 3) sobre grupos de atributos que se podem extrair das cartas psicografadas por Chico Xavier. Esse estudo também demonstra a riqueza de informação nelas contida, algo que não é aparente tão só pela leitura desatenta e preconceituosa de algumas dessas cartas. De fato, ao analisá-las em quantidade, é possível ter uma ideia da dimensão de fluxo de informação envolvido no processo de psicografia de Chico Xavier.
Fig. 3 Tabulação de dados  das cartas em MSExcel para análise estatística.
Os resultados deste estudo mostram que é plenamente possível extrair medidas numéricas que permitam uma apreciação quantitativa de conteúdo de informação produzido por meios psíquicos. Tal demonstração contrasta com a opinião de céticos (tanto da psicografia em geral como do próprio médium Chico Xavier em especial) que entendem que a ocorrência do fenômeno deve ser submetida a condições controladas, incluindo possivelmente o uso de aparelhos, a fim de que medidas quantitativas sejam obtidas. A aplicação de técnicas de análise de texto (como a análise elementar aqui desenvolvida) auxilia no estudo analítico dos dados tais quais são, sem que o fenômeno seja perturbado pelo uso dessas supostas exigências metodológicas.

Insistimos que, com mediunidade de efeitos inteligentes, não lidamos com sistemas físicos ou químicos para os quais métodos empíricos das ciências materiais (onde é possível controle) são recomendados. É sempre bom ter em mente que esse tipo de postura, que preconiza o ‘controle rigoroso’ – porque vive à custa de hipótese de fraude para todos os casos –, a despeito das características singulares e especiais do fenômeno, assemelha-se muito com uma tentativa desesperada de negar os fatos tais quais eles se apresentam. Caberá às gerações futuras apreciar qual tipo de posicionamento em relação ao fenômeno, a do ceticismo ou a do estudo sistemático dele, trará maiores avanços ao nosso conhecimento.

Notas

1 - A onisciência só é proibida mesmo de captar informação dos 'mortos' porque crentes em Psi negam peremptoriamente a sobrevivência.

2 - Os resultados completos do estudo serão publicados em uma futura edição de textos selecionados do ENLIHPE ('Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo') em 2013 sob o título "Extração de atributos e caracterização estatística de cartas particulares psicografadas por Chico Xavier". Aqui nos limitamos a adiantar apenas algumas informações. Um versão em inglês com uma amostra menor é
3 - Essa estimativa (em cerca de 10 mil cartas) foi-nos indicada por Alexandre Caroli Rocha com base na referência: Silva, C. A. da (2012). As cartas de Chico Xavier: uma análise semiótica. Dissertação de Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa (Unesp/Araraquara). Seção 3.1, 1º parágrafo, p. 87.

27 de outubro de 2011

Pragmática e intenção nas cartas psicografadas de Chico Xavier.

Psicografia em Italiano, F. C. Xavier.
Este post contém um artigo submetido à revista 'Reformador' da Federação Espírita Brasileira em 7/fev/2011 que teve publicação recusada em 8/set/2011.

De forma bastante simplificada, um processo de comunicação é um conjunto de etapas que leva uma mensagem de um emissor a um receptor. Esse é a imagem popular de um processo ou mecanismo de comunicação, e podemos denominá-la de modelos de ‘transferência de informação’. Entretanto, ela é severamente limitada, embora pareça dar conta do processo de comunicação na maioria dos casos, principalmente com sistemas eletrônicos ou meios outros meios de comunicação (exemplos vão desde sinais de fumaça, telégrafos até o telefone). Em tempos recentes, boa parte da pesquisa sobre o processo de comunicação é desenvolvida através de várias teorias linguísticas, embora outras áreas de pesquisa (como a semiótica) tenham como objeto de estudo a comunicação não baseada na linguagem dos seres humanos, inclusive desenvolvendo modelos para comunicação entre seres vivos (plantas, animais etc). Modernas teorias linguísticas buscam explicar aspectos do processo de comunicação que não podem ser explicados pelos modelos simples de transferência de informação. Um processo eficiente de comunicação não é aquele em que partes ou pedaços de informação são transferidos para o recipiente e este, por sua vez, vai montando um quadro ou interpretação que é proporcional à quantidade de mensagens transmitidas. Há vários níveis ‘hierárquicos’ de informação dentro de uma mensagem e, para se ter uma ideia limitada desses níveis, é suficiente considerar a linguagem escrita.

Um texto escrito de próprio punho por alguém (emissor) a um seu conhecido (receptor) é um exemplo rico para os vários níveis de sinais linguísticos que se interrelacionam dinamicamente formando uma mensagem que só pode ser convenientemente compreendida pelo receptor. O primeiro nível existente é o da morfologia, afinal, se a mensagem é enviada pelo emissor, ela contém sinais grafados que o identificam univocamente. Uma vez ‘transcrita’ a mensagem em um meio que é independente da morfologia, aparecem então tipos de sinais que revelam outros níveis hierárquicos: a sintaxe (ou, que diz respeito ao cumprimento de regras próprias do idioma em que a mensagem é grafada) e a semântica (ou, que diz respeito ao significado das palavras e frases contidas no texto). Se a relação entre o emissor e o receptor sempre se deu, por exemplo, utilizando a língua portuguesa, então é natural que a sintaxe obedecida será a do português. No que diz respeito à semântica, o significado das palavras e grupos de palavras formando frases inteiras pode ser feito tanto se respeitando a regra (o chamado léxico) comum ou não. É muito comum que, entre grupos privados, regras semânticas particulares sejam utilizadas. Nesse caso, qualquer análise externa que pretenda inferir um significado ao texto escrito sem o conhecimento de um léxico particular é severamente limitada. Se esse léxico não está disponível em parte alguma, não é possível codificar corretamente o significado do texto, por mais que nos esforcemos. Um exemplo comum de problemas desse tipo é a tentativa de grupos dogmáticos cristãos em interpretar literalmente passagens ou textos inteiros do Velho e do Novo Testamento.

Há, entretanto, um último nível na hierarquia de sinais de comunicação que está muitas vezes oculto na mensagem: o da pragmática. Além do sentido aparente dado pela semântica, a mensagem do emissor é gerada de forma tal que apenas o receptor está completamente capacitado para compreendê-la. Por exemplo, se meu amigo, morando na Austrália, escreve a mim (receptor) uma carta contando das inúmeras belezas naturais daquele continente, seu objetivo pode ser apenas remover meus receios presentes de fazer uma visita a ele. Afinal, apenas ele sabe que eu não tenho o menor interesse em visitá-lo. Qualquer outra pessoa, ao ler a mesma carta, vai pensar que meu amigo apenas está empolgado com as belezas naturais daquele país. Embora morfologia, sintaxe e semântica sejam visíveis para todos (ou seja, são níveis de conhecimento linguístico disponíveis publicamente), o nível pragmático não é. Em todo o processo de comunicação, competência pragmática deve existir por parte do emissor para que o processo seja realmente eficiente. Isso é possível porque uma comunicação verdadeira só ocorre entre emissor e receptor que compartilham crenças anteriormente adquiridas.

Em paralelo com a questão da pragmática nas mensagens, há ainda questões ligadas à finalidade ou objetivo do texto que denominamos de ‘intenção’. Afinal pode ser que, dentre os inúmeros objetivos do emissor com o texto, o menor deles é o de comunicar alguma coisa. Mensagens podem ter como objetivo provocar determinadas impressões no receptor. Um exemplo interessante é o do indivíduo que chega a um posto de gasolina com seu carro e um pneu furado. Ele então fala para o primeiro funcionário do posto: ‘o pneu furou’ e aponta para o problema. Essa mensagem não tem como objetivo dizer que o pneu foi avariado, mas fazer com que o receptor faça alguma coisa diante da necessidade de se trocar o pneu. Fala-se assim no problema da ‘subdeterminação da intenção comunicativa’, na presença de expressões ‘semanticamente mal definidas’ e nos ‘atos não comunicativos’ (Bach, 1979), todos eles representando aspectos privados do processo.

É um exercício interessante analisar e encontrar cada um dos níveis de hirarquia de sinais de comunicação nas cartas psicografadas por Chico Xavier. Cada um deles, morfologia, sintaxe, semântica, pragmática e intenção aparecem vividamente em diversas cartas, embora não extensivamente em todas ao mesmo tempo. Isso revela aspectos ocultos do processo de comunicação mediúnico que está de pleno acordo com a expectativa de interferência, e que ainda não são bem compreendidos. Ao contrário do que se pode pensar, a presença de interferência por parte do médium nas psicografias é uma evidência forte de processo de comunicação, uma vez que nenhum sistema de comunicação está imune a interferências. Existe interferência em cada um dos aspectos do processo, embora, para alguns deles, ela é menos extensiva. Quanto maior o nível considerado, menor a interferência por parte do médium. Reciprocamente, quanto maior esse nível tanto mais privada é a manifestação do nível (ver Figura abaixo).  

A pragmática e a intenção nas cartas estão diretamente ligadas a forte impressão causada aos parentes dos comunicantes que foram chamados a ‘decodificar’ o conteúdo, justamente pela presença de elementos que não estão publicamente disponíveis. É necessário reconhecer que, para que a estratégia do emissor tenha qualquer sucesso, um conjunto de crenças deve ser compartilhado entre o emissor e o receptor e que essas crenças não estão disponíveis antes (ou depois) do ato mediúnico. Se comunicar-se não é apenas ‘transportar’ informação, as cartas psicografadas por Chico Xavier (nosso exemplo mais notório) só podem ser explicadas se o médium teve ajuda explícita do emissor para escrever cada uma delas. O emissor (Espírito) é o agente que detém completamente a competência pragmática e a intenção, enquanto que o médium é o intermediário, interferindo ainda como fonte de ruído irredutível no processo que se manifesta nos níveis inferiores. Embora os aspectos mais superiores da pragmática e da intenção sejam os menos imunes à ação de ruído (interferência) pela mente do médium, são igualmente notáveis as comunicações ‘xenográficas’, ou escritas em uma sintaxe (e semântica) diferente da conhecida pelo médium, que demonstram que o Espírito tem o controle sobre níveis inferiores, além dos superiores. Esse é o melhor modelo para se explicar os fenômenos e os dados oriundos das cartas psicografadas. De acordo com esse modelo simplificado de comunicação, é compreensível também que o caráter ‘automático’ ou ‘mecânico’ da comunicação é tanto maior quanto mais completo deva ser o processo de comunicação nos vários níveis em que ele se manifesta. 

Nosso esforço aqui é parte de uma iniciativa que resultou em um pequeno texto sobre a aplicação das modernas teorias da linguagem e comunicação aos dados que se obtém das cartas psicografadas por Chico Xavier e que foi publicada na revista ‘Paranthropology’ (Xavier, 2010). Essa análise pode também ser aplicada a produções psicográficas de outros médiuns. Mais importante do que isso, ela revela que os aspectos justamente ‘não públicos’ são os mais importantes na caracterização e identificação do emissor. Não é possível explicar o conteúdo pragmático invocando-se aquisição de conhecimento por parte do médium ou mesmo simples emulação. Os detalhes pragmáticos e intencionais dependem de uma quantidade grande de conhecimento que é compartilhado historicamente entre o emissor (Espírito) e seus familiares (receptores) e que não estão disponíveis publicamente e que não se podem armazenar. Mesmo alguns aspectos públicos (como a semântica) dependem de conteúdo privado, principalmente quando o emissor intencionalmente faz uso de palavras com significado diferente do usual.

Esperamos que novas pesquisas sejam dirigidas ao estudo dos vários níveis que caracterizam uma comunicação mediúnica efetiva além de outros aspectos. Parte disso já tem acontecido, como um estudo recente sobre o papel das citações (Rocha, 2010) nos textos psicografados. Tais estudos descobriram textos desconhecidos de Humberto de Campos citados por ele em Espírito. Esse estudo não é apenas importante para caracterizar os vários níveis encontrados nas mensagens e, assim, responder a questionamentos céticos, mas também para formar uma imagem mais precisa do processo psicográfico em si. Em particular eles podem revelar detalhes sobre como se dá a interação entre a mente do médium e a do emissor a fim de que o processo de comunicação seja o mais transparente possível.

Referências
  • Arantes H. M. C & Xavier F. C. O conteúdo das cartas foi publicado em várias obras publicados pela Editora do Instituto de Difusão de Araras e GEEM (ver, por exemplo, Ramacciotti C. & Xavier F. C. (1975), Jovens no Além).
  • Bach K. & Harnish R. M. (1979), Linguistic communication and speech acts, Cambridge Mass: MIT Press.
  • Grumbach C., Gentile L. A. & Pelele P. P. (2010), As cartas psicografadas de Chico Xavier, Crisis Produtivas and Ciclorama Filmes.
  • Rocha, A. C. (2010). Uma estratégia para a construção autoral na psicografia: as citações. A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea, textos selecionados. Editado por CCDPE-ECM. 
  • Xavier A. (2010). ‘Pragmatic and intention in automatic writtings: the Chico Xavier case’, Paranthropology, vol II, Numero 1, p 47-51. Disponível publicamente em http://paranthropology.weebly.com/
Ver também: Cartas psicografadas neste blog em 3 partes.