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1 de julho de 2012

Crenças Céticas XX - Como refutar qualquer coisa (Texto de Daniel Drasin) 2

"Torne equivalente o conhecimento aprofundado de um assunto não ortodoxo com uma opinião tendenciosa a favor dele. Então, tomando a si próprio como exemplo, afirme que somente a um ignorante completo pode ser confiada uma análise não tendenciosa." (D. Drasin)

Continuamos aqui a tradução adaptada e comentada do excelente texto de Daniel Drasin "Zen ... and the Art of Debunkery". Já discutimos anteriormente em vários posts da série "Crenças Céticas" o comportamento de céticos e auto-proclamados defensores da razão que se colocam contra a ocorrência de fenômenos considerados anômalos. Dentre esses, fatos psíquicos e mediúnicos estão frequentemente sob ataque, razão porque achamos instrutivo ler o que Drasin já afirmou sobre o assunto. Nesta continuação, Drasin se concentra no comportamento dos céticos dogmáticos diante de quaisquer evidências que sejam apresentadas a favor de um fenômeno considerado 'anômalo'.

Como sempre, o que está em azul é a tradução do texto apresentado. Meus comentários estão referenciados  abaixo.

Liberando as regras da evidência
  1. Quando uma anomalia acontecer, evite examinar a evidência real; recuse-se terminantemente acompanhar os proponentes a seus laboratórios ou aos locais da ocorrência. Isso permitirá a você dizer impunimente: “Nunca vi evidência alguma que apoie tais afirmações ridículas!” (note que essa técnica tem sobrevivido ao teste do tempo e remonta, pelo menos, à época de Galileu. Simplesmente recusando-se a observar pelo telescópio, autoridades eclesiásticas garantiram à Igreja mais de três séculos de negativas sistemáticas!);
  2. Tendo uma vez se negado a examinar a evidência, salve as aparências garantido a seus opositores que, você ‘certamente adoraria ter sido tomado como um grande defensor de tais fenômenos fantásticos e, então, por quê, afinal de contas, você se recusaria a examinar qualquer evidência?’ 
  3. Se examinar a evidência for algo que você não puder escapar, simplesmente diga que ‘não há nada novo aqui!’. Se confrontado com um corpo sustentável de evidências que tenha sobrevivido a testes rigorosos, descarte tudo prontamente como sendo ‘muito fraco’; 
  4. Negue a possibilidade de existência de fenômenos para os quais nenhuma explicação tenha sido data. Ignore contra exemplos tais como a existência de doenças antes da descoberta de micróbios, a produção gigantesca de energia pelo sol antes da descoberta da fusão nuclear e a persistência sistemática da gravidade a despeito de nossa sistemática ignorância em compreendê-la; 
  5. Com ar de desdém, afirme que ‘a maioria dos cientistas considera tais afirmações como bobagens!’, o que implica que você pesquisou a opinião de 51% dos cientistas e achou que elas estão de acordo com o seu próprio ponto de vista; 
  6. Convença o mundo de sua própria onisciência declarando que ‘não há evidência para X!’, já que, é óbvio, somente alguém que saiba tudo pode afirmar que não há evidência para X no Universo; 
  7. Argumente que ‘algumas coisas são possíveis, mas improváveis!’, embora saber tudo o que é ou não provável demande conhecimento completo de quaisquer dimensões de realidade no Universo e além dele; 
  8. Se um opositor sistemático manifestar o desejo de examinar uma afirmação anômala em profundidade, simplesmente acuse-o de ‘abandonar sua objetividade’; 
  9. Torne equivalente o conhecimento aprofundado de um assunto não ortodoxo com uma opinião tendenciosa a favor dele. Então, tomando a si próprio como exemplo, afirme que somente a um ignorante completo pode ser confiada uma análise não tendenciosa; 
  10. Já que o público de forma geral não sabe a distinção entre evidência e prova, esforce-se ao máximo para manter essa ignorância. Se prova absoluta não estiver disponível, afirme categoricamente que ‘não há evidência!’. 
  11. Quando confrontado com montanhas de dados a favor de uma anomalia, simplesmente afirme que ‘já que a probabilidade dela ser verdadeira é zero, seria necessária uma quantidade infinita de dados para prová-la!’; 
  12. Se evidência suficiente for apresentada para garantir quaisquer investigações adicionais de um fenômeno não usual, argumente que ‘só a evidência não prova nada!’. Ignore o fato de que não se assume de forma geral que uma evidência preliminar deva provar qualquer coisa; 
  13. Louve publicamente os céticos que inventaram o critério da ‘prova absoluta’, isto é, que prova insofismável deve ser obtida antes que qualquer afirmação não ortodoxa ganhe respeitabilidade para ser discutida seriamente (o que, convenhamos, é uma jogada brilhante, porque, na prática, ‘prova’ é uma questão de consenso científico. Portanto, um fenômeno marginalizado jamais poderá ser ‘provado’!); 
  14. Se quantidades copiosas de evidência documental para uma afirmação não ortodoxa for apresentada, reduza sua importância dizendo: ‘são apenas palavras colocas em papel, não há razão para levar nada a sério!’; 
  15. Exija que a prova venha antes da evidência. Isso eliminará a possibilidade de se iniciar qualquer processo relevante de investigação, particularmente se nenhum critério de prova tiver sido estabelecido para o fenômeno em questão; 
  16. Insista que um critério de prova não poderá possivelmente ser estabelecido para fenômenos que não existem! 
  17. Embora a ciência não tolere padrões vagos ou dúbios, sempre insista que fenômenos não convencionais devam ser julgados por conjunto de regras científicas distintas e mal definidas. Faça isso declarando que ‘afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias!’, com o cuidado de nunca especificar onde o ‘ordinário’ termina e o ‘extraordinário’ começa ou indicar quem quer que seja para fazer tal separação. Isso permitirá a você fabricar um horizonte eternamente distante que manterá as ‘evidências extraordinárias’ fora de alcance a qualquer época. 
  18. Da mesma forma, insista em classes de evidência que são impossíveis de se obter. Por exemplo, declare que fenômenos aéreos não identificados podem ser considerados reais somente se eles puderem ser trazidos para laboratórios para que sejam analisados, a fim de se levantar suas propriedades físicas. Desconsidere as realizações das ciências inferenciais – astronomia, por exemplo – que não exige que planetas, galáxias e buracos negros sejam trazidos para o laboratório para que sejam estudados; 
  19. A qualquer oportunidade, reforce a ideia de que familiaridade é igual à racionalidade. O não familiar é, portanto, igual ao irracional e, consequentemente, inadmissível; 
  20. “A navalha de Occam” ou o “princípio da parcimônia” diz que a explicação correta de um mistério envolve os princípios fundamentais mais simples. Insista, portanto, que a explicação mais familiar é, por definição, a mais simples! Afirme com força que a navalha de Occam não é simplesmente uma ferramenta filosófica que pode cortar qualquer coisa sobre a qual se aplique, mas uma lei imutável que existe para garantir o seu ponto de vista; 
  21. Torne equivalente a falta de evidência sólida, familiar ou óbvia com prova de não existência. Despreze o fato de que muitos fenômenos transientes (a passagem de um pássaro, a brisa, ondas de rádio, luz...) existem de forma demonstrável sem deixarem evidências colecionáveis como souvenir, e que muitas coisas podem existir sem deixarem evidência a seu favor, que podem ser constantemente  ignoradas ou exigir interpretação; 
  22. Decrete que o que existe fora do arcabouço científico presente ‘não pode existir’. Como evidência para o que ‘não pode existir’ não pode, por sua vez, também existir, declare que aplicação do processo de investigação nesses casos é uma atividade inútil; 
  23. A gosto, repita a frase-clichê absurda: ‘não acredite em nenhuma evidência que não tenha sido confirmada pela teoria!’;
Comentários

1, 3, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 21,22 - Isso contribui para tornar as evidências impopulares. A falta de disseminação do conhecimento a respeito de uma ocorrência natural é um dos principais fatores para o atraso no seu desenvolvimento científico.

4 - Consequência da crença popular de que a ciência detém conhecimento completo e finalizado a respeito de qualquer coisa e que esse conhecimento é suficiente para explicar qualquer outra ocorrência natural. Portanto, crê-se também que aquilo que não tem 'explicação' não existe de fato.

6 e 7 - O Universo é infinito não só em dimensão espacial mas em variedade e multiplicidade de fenômenos e causas. Dessa forma, a chance de alguém prever corretamente aquilo que pode existir ou não neste Universo, baseado no conhecimento presente em qualquer época, sempre será nula. 

9 - Em ciência, quanto maior o conhecimento adquirido sobre um determinado fenômeno ou teoria, tanto maior a chance de desenvolvimento e novas descobertas a respeito do objeto de estudo dessa ciência. O mesmo ocorre com ocorrências anômalas. Entretanto, o ceticismo dogmático deliberadamente confunde qualquer conhecimento aprofundado sobre essas ocorrências com uma opinião considerada 'tendenciosa' ou 'não isenta' das mesmas. Dessa forma, o desenvolvimento científico a respeito das anomalias é severamente prejudicado, já que seu estudo não deve, segundo esses críticos, seguir o mesmo método dos objetos de pesquisa das ciências comuns.


18 - O indutivismo ingênua acredita que só pode existir ciência onde for possível teste de laboratório ou controles rígidos. Apenas uma parte da ciência contemporânea existiria se esse critério fosse aplicado indiscriminadamente. Nas mãos dos céticos dogmáticos, esse simplificação extrema do método científico torna-se uma arma para desqualificar evidências 'colhidas de passagem'.  

20 - O princípio de Occam : "Pluralitas non est ponenda sine neccesitate" (Gibbs, 1996), ou 'princípios não devem ser multiplicados desnecessariamente'. De forma simples: ao se ter duas teorias rivais para explicar um mesmo fenômeno, aquela que invocar o menor número de princípios ou leis complementares deve ser escolhida. Isso, de forma alguma significa que, na explicação de fenômenos anômalos (por exemplo, ocorrências psíquicas) a 'explicação mais simples' na cabeça de alguns, i. e., a hipótese de fraude ou explicações 'naturalistas', deva ser escolhida. Mas é isso que ocorre frequentemente em debates com o ceticismo. O assunto merece por si só um post dedicado.

23 - A frase realmente é um clichê. Ela só se aplica a fenômenos para os quais existam teorias bem desenvolvidas e maduras (por exemplo, na diversas ciências naturais, química, física, biologia).  

Referências

Crenças Céticas XX - Como refutar qualquer coisa, parte (texto de D. Drasin) 1.
Sobre a navalha de Occam ver: Phil Gibbs (1996). What is Occam's Razor?

25 de junho de 2012

Crenças Céticas XIX - Como refutar qualquer coisa (Texto de Daniel Drasin) 1


"...insista sempre que a ciência consiste simplesmente na aplicação pura e simples da dúvida." D. Drasin.

Na sequência de posts "Como refutar qualquer coisa" que se inicia neste post, é feita uma tradução adaptada e comentada do excelente texto de Daniel Drasin "Zen ... and the Art of Debunkery". Já discutimos anteriormente em vários posts da série "Crenças Céticas" o comportamento de céticos e auto-proclamados defensores da razão que se colocam contra a ocorrência de fenômenos considerados anômalos. Dentre esses, fatos psíquicos e mediúnicos estão frequentemente sob ataque, razão porque achamos instrutivo ler o que Drasin já afirmou sobre o assunto. De forma geral, porém, os "contra-conselhos" de Drasin também podem ser usados em vários outros contextos.

Como sempre, o que está em azul é a tradução do texto apresentado. Meus comentários estão referenciados  abaixo.

A. Preparando o palco
  1. Antes de começar a refutar, prepare o equipamento. O que é necessário: uma cadeira (a1);
  2. Arranje a cara certa. Cultive uma face condescendente que dê a impressão de que suas opiniões pessoais estão totalmente embasadas na postura mais correta de todas. Adotar uma cara de desprezo, do tipo 'ar superior' é opcional, mas altamente recomendado;
  3. Empregue termos vagos, subjetivos e enganadores como 'ridículo', 'trivial', 'idiotice' ou 'enganação' de forma que tenham força de autoridade científica (a3);
  4. Mantenha sua argumentação a mais abstrata e teórica possível. Isso dará a impressão que as teorias aceitas são tão superiores que nenhuma evidência as poderá invalidar e, portanto, que não vale a pena examinar evidência alguma;
  5. Faça transparecer de todas as formas possíveis que a ciência é impotente para se defender sozinha contra a fraude e erros dos ignorantes e que, portanto, você foi escalado voluntariamente para a tarefa (a5);
  6. Projete suas opiniões debaixo do manto da mais ostensiva objetividade. Sempre descreva afirmações não ortodoxas como 'suposições' que são 'apregoadas', enquanto que as suas próprias ideias são 'fatos bem estabelecidos'.
B. Redefina a ciência
  1. Não descreva  a ciência como um processo aberto de descobertas, mas como uma guerra santa contra hordas de ignorantes e fanáticos medievais (b1). Como em uma guerra 'os fins justificam os meios', você pode falsear, modificar ou violar qualquer método da ciência, ou mesmo omiti-lo totalmente, em nome da ciência;
  2. Torne equivalente alguns elementos estreitos e críticos da ciência com a ciência toda, ao mesmo tempo em que descarte sumariamente o valor da pesquisa, da exploração e da descoberta;
  3. Ainda que a negatividade mais obtusa não possa ser igualada à própria ciência, da mesma forma que um freio de carro não é o próprio carro, insista sempre que a ciência consiste simplesmente na aplicação pura e simples da dúvida (b3). Caso alguém se oponha a isso, acuse seu oponente de manter uma visão confusa, subjetiva ou 'mística' da ciência;
  4. Embora seja ridículo querer igualar um automóvel ao destino para onde ele se dirige, declare que a 'ciência é equivalente ao corpo de suas conclusões científicas';
  5. Reforçe a crença popular de que certas áreas de pesquisa são inerentemente não científicas. Em outras palavras, deliberadamente confunda o processo de se fazer ciência com o conteúdo da ciência (b5). Se alguém ousa afirmar que a ciência deve ser neutra no que diz respeito ao seu objeto de estudo e que somente o processo investigativo pode ter falhas, descarte prontamente isso usando o método empregado por gerações de políticos: simplesmente diga que 'não existe contradição aqui';
  6. Embora insistindo de um lado que o método científico é universal em sua aplicação e que deve ser aplicado ao qualquer coisa, por outro lado, insista também que ele não se aplica a temas considerados 'não populares' (não científicos). Sempre afirme, de forma bem conservadora, que 'não há licença de liberdade' e que 'certas questões são de interesse apenas de teólogos';
  7. Declare que o progresso da ciência depende de explicar o desconhecido em termo do conhecido. Em outras palavras, que a ciência é igual ao reducionismo (b7). Você pode aplicar livremente a abordagem reducionista em qualquer situação simplesmente descartando mais e mais evidências até que o que sobre possa ser totalmente explicado em termos do conhecimento aceito;
  8. Torne desimportante o fato de que a livre pesquisa e o desacordo legítimo são parte normal da ciência;
  9. Sempre insista que a ciência ocidental é completamente objetiva e que ela nunca se influenciou por crenças ocultas, assunções intestáveis, tendências ideológicas, pressão política ou interesses comerciais. Se um fenômeno não familiar ou desconhecido acontecer de ser considerado verdadeiro ou útil por qualquer sociedade ou grupo não ocidental, você pode descartar isso imediatamente como uma 'bobagem anedótica', 'confusão de ignorante', 'superstição medieval' ou simplesmente 'conto de fadas' (b9);
  10. Declare que o temperamento individual, tipo de personalidade ou emoções humanas nunca exerceram nenhuma influência na objetividade de cientistas 'reais'. Ignore o fato de que emoções, preconceitos, idiossincrasias ou simplesmente insegurança humana pode exercer influência poderosa sobre empreendimentos científicos, frequentemente com resultados risíveis e pouco científicos;
  11. Evite tecer paralelos históricos entre a emergência da ciência e da democracia, ambas originalmente fundamentadas sob conceitos revolucionários como o pensamento independente, livre inquirição, trânsito livre de informações e questionamento da autoridade estabelecida;
  12. Reforce a ficção popular de que nosso conhecimento científico é completo e acabado. Faça isso afirmando simplesmente "Se essa ou aquela descoberta fosse legítima, então certamente já saberíamos disso!"  (b12);
  13. Afirme que nada pode estar acima da formulação Newtoniana do século 17 das leis físicas. Se alguém lembrar a você que o século 17 não tem mais a última palavra em física, mude o assunto o mais rápido possível;
  14. Caracterize qualquer pesquisa de fenômenos misteriosos e genuínos como algo 'indiscriminado', ao mesmo tempo em que sumariamente descarte a crença em ideias não ortodoxas como uma 'discriminação inteligente';
  15. Se alguém se lembrar que em ciência 'um ponto de vista precisa de tanta prova como o ponto de vista contrário', invoque o truísmo irrelevante de que 'crenças ortodoxas já foram provadas!";
  16. Asserte categoricamente que o não-convencional pode ser descartado como, no máximo, uma má interpretação do convencional (b16);
  17. Se pressionado a respeito de qualquer nova interpretação do método científico, declare que a 'integridade intelectual é um problema sutil!";
  18. Em qualquer oportunidade, exalte as virtudes do 'pensamento crítico', ao mesmo tempo em que você deve se comportar como se isso nada mais fosse do que negação pura e simples. Evite explicar que o pensamento crítico pressupõe desejo de examinar todos os lados de uma questão com igual rigor.
Comentários e referências

(a1) Um 'crítico de cadeira' ou de 'sofá' é alguém que maneja a retórica para negar ou refutar fenômenos que ele considera inexistentes. Ele jamais dá-se o trabalho de pesquisar ou conhecer os fatos. A imensa maioria dos céticos pode ser assim considerado.

(a3) Muitas vezes a força da argumentação cética não passa de mera retórica pelo uso de palavras que denigrem a argumentação contrária.

(a5) Ponto muito interessante. Muitos céticos pretendem defender a ciência das investidas da ignorância ou do recrudescimento do misticismo. Para eles, a ciência é como uma princesa indefesa que deve ser protegida a todo custo naturalmente por eles.

(b1) Ver comentário a5.

(b3) Ponto importante destacado por Drasin que é frequentemente visto na retórica do ceticismo.  Muitos acreditam que o ceticismo como negação pura e simples 'faz parte da mentalidade científica'.

(b5) Outro ponto muito importante. Céticos, em geral, tem dificuldade em separar essas duas coisas e simplesmente negam, por uma questão de fé própria, a validade da pesquisa do que não aceitam (como no caso da fenomenologia dos fatos psíquicos ou mediúnicos).

(b7) Ou também conhecido como redução a uma 'explicação naturalista'. Para o caso da mediunidade ostensiva, por exemplo, a explicação naturalista mais acreditada é a hipótese ou assunção de fraude. Em uma primeira tentativa, recorre-se a explicações mais sofisticadas (do tipo, 'coincidência' ou exacerbamento dos sentidos das testemunhas). Se isso não funciona, a tática da explicação pela fraude implementa facilmente o reducionismo. Drasin também chama atenção para a tática cética de desqualificação das evidências até o ponto em que o que sobre possa ser facilmente reduzido ao que é conhecido.

(b9) A crença na reencarnação em algumas sociedades orientais é um exemplo.

(b12) Isso constitui um dos fundamentos do indutivismo ingênuo.

(b16) Isso é uma outra maneira de se implementar o reducionismo ou 'explicar o desconhecido pelo conhecido'.

No próximo post: Relaxando as regras das evidências.

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