27 de abril de 2012

Entrevista V - Dr. Nubor Facure e as perspectivas espiritualistas para o ser humano.

"O materialismo permanece como o mais ferrenho obstáculo à aceitação das verdades espirituais. E isso ocorre por pura ignorância do ser humano." (Nubor Facure)

Apresentamos aqui uma breve entrevista feita com o neurologista Dr. Nubor Facure. Em um post anterior, apresentamos uma pequena resenha sobre um livro de sua autoria. Espírita desde criança, o Dr. Nubor Orlando Facure é diretor do Instituto do Cérebro de Campinas, e ex-professor titular de neurocirurgia da Unicamp. Pesquisador, escritor e expositor espírita, desenvolve estudos pioneiros aliando a medicina aos conhecimentos espíritas. Em 1990, instituiu o primeiro curso de pós-graduação – Cérebro/Mente, com enfoque espiritualista, no Departamento de Neurologia da Unicamp.

Recentemente, o Dr. Nubor concedeu entrevista sobre a anencefalia e a questão do aborto de anencéfalos.

EE  - 1 Conte-nos sobre seu interesse por ciência e pesquisa.

Minha formação é acadêmica - fui professor de Neurocirurgia na Unicamp por 30 anos e terminei essa atividade como Professor Titular. Vem daí o hábito de pesquisa. A mais difícil de se fazer é justamente a pesquisa clínica e, particularmente, a do doente mental, onde ocorre a interseção entre a neurologia e a psiquiatria. Por outro lado, sendo espírita desde criança, esse conhecimento doutrinário me favoreceu explicações que a ciência médica ainda não consegue trabalhar. Continuo atendendo meus pacientes no Instituto da Cérebro em Campinas, onde o material humano para estudo é vastíssimo justamente por lidarmos com os transtornos neuropsiquiátricos.

EE - 2 Como o Sr.  se veio a se interessar pela relação entre a ciência (biologia, neurologia) e os assuntos relacionados à espiritualidade e saúde?

Sou de Uberaba e, desde meus primeiros estudos na Faculdade de Medicina pude estabelecer para meu próprio aprendizado relação das lições acadêmicas materialistas, com as orientações dos grandes professores espíritas de Uberaba. Desfrutei do convívio proveitoso com Dr. Inácio Ferreira, Waldo Vieira, Elias Barbosa, Marlene Nobre e, particularmente com nosso querido médium, Chico Xavier. A questão do diagnóstico das doenças espirituais sempre me fascinou e busquei com aprender com suas experiências.

EE - 3 O Sr. acha que a sua visão espiritualista ajuda você no dia a dia e no trato com seus pacientes? No que ela mais te ajuda?

Primeiro creio que o paradigma espírita é superior aos aceitos pela medicina de hoje. Na Doutrina Espírita admitimos a comunicação com os mortos que podem se revelar na fala de muitos doentes da psicopatologia humana, a Doutrina confirma a importância das vidas sucessivas, ou seja, a reencarnação, como explicação máxima para os inexplicáveis sofrimentos da atualidade. Não há como se entender as grandes malformações do organismo de uma criança que acaba de nascer sem se compreender seus compromissos cármicos acumulados em vidas anteriores. A doutrina espírita esclarece, também, que vivemos uma permanente troca de influencias entre nós e os Espíritos que nos acompanham, nos mais íntimos ambientes. Com eles vivenciamos experiências negativas ou positivas atraindo-os conforme o teor de nossas atitudes. E, assim se compreende os graus variados das obsessões espirituais com suas inúmeras conseqüências orgânicas e psíquicas sobres todos nós. Repetindo, demos destaque a 3 postulados espíritas que a medicina terá de absorver nos próximos anos: a comunicação com os mortos, a reencarnação e a influência recíproca entre nós e os Espíritos desencarnados.

EE - 4 Em seu livro ' O Cérebro e a Mente - uma conexão espiritual ', o Sr. descreve de forma didática bastante coisa relacionado aos avanços recentes no campo da neurologia para o conhecimento e teoria da mente. Sabemos que muitos caminhos estão fechados dentro da filosofia materialista que campeia laboratórios atuais. Como o Sr. acha que poderíamos sair desse impasse?

O progresso da Ciência é inexorável, toda mudança de paradigma passa pela rejeição natural até que seja reconhecido como válido, pelo menos por determinado tempo, até que outra renovação se proceda. Desde a época que escrevi O Cérebro e a Mente as Neurociências produziram muita contribuições novas: as relacionadas com as memórias extra cerebrais, as experiências fora do corpo, as propriedades do corpo mental, a presença de um lugar para Deus na fisiologia do Cérebro. Portanto, reconhecer a espiritualidade, a comunicação com os mortos e a reencarnação é apenas questão de tempo. Na verdade, preocupa-me, isso sim, se esse conhecimento será aproveitado o quanto se deve para nossa renovação moral.

EE - 5 Nesse mesmo livro citado na questão anterior, discutimos no nosso post sobre ele, há uma discussão que o Sr. faz sobre o surto de desenvolvimento neural que houve no cérebro, a ponto de, em curto espaço de tempo para os padrões biológicos, todas as estruturas necessárias para se criar a civilização 'já estavam lá' há 100 mil anos atrás. Essa 'explosão de inteligência' tem paralelos com outros surtos na biologia evolutiva (e. g., a explosão cambriana). Como o Sr. interpreta tais evoluções rápidas?

Existiu sim um salto biológico pouco compreendido pela biologia. Do ponto de vista Humano, Espiritual e em tudo que concerne nosso desenvolvimento cognitivo, principalmente nossa linguagem, creio que a Teoria da migração de Capela me parece bem convincente - está maravilhosamente descrita em A Caminho da luz de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.

EE - 6 No livro 'A Memória e o Tempo' o escritor Hermínio Miranda faz diversos estudos sobre a necessidade de se incluir a teoria da reencarnação nos estudos sobre a mente e cérebro. Como o Sr. vê que poderíamos motivar semelhante abordagem no escopo das ciências neurológicas atuais?

Os textos acadêmicos sobre reencarnação já reúnem uma população expressiva de comprovações. Creio que algumas escolas psicoterapêuticas estão aos poucos introduzindo essa visão reencarnacionista. Portanto a rejeição será paulatinamente abolida.

EE - 7 Considero suas propostas na área de pesquisa mediúnica e a correlação com estruturas neurais pioneiras no assunto. Como você proporia um programa de pesquisa progressivo para desenvolver essa relação?

Creio que para ser didático posso apresentar a fisiologia da mediunidade em 3 contextos: Kardec nos apresentou uma visão doutrinária; André Luiz nos revelou a dinâmica espiritual da mediunidade descortinando a fenomenologia do outro lado da vida; e, no meu trabalho, apresentei despretensiosamente as vias anatômicas e suas funções, comprometidas com o fenômeno mediúnico no cérebro físico, portanto, uma análise do lado de cá. Interessante que a é minha experiência clínica com pacientes neuropsiquiátricos que vem me permitindo melhorar o conteúdo da minha proposta.

EE - 8 Como o Sr. interpreta do ponto de vista da relação Espírito-matéria o fenômeno da plasticidade neuronal?

Toda dinâmica do desenvolvimento dos nossos neurônio, com seus apêndices e conexões, obedece a uma ordenação do Espírito. Portanto, tudo que estimula o Espírito resulta em mudanças neuronais. O fenômeno é de lá para cá.

EE - 9 Quais são os limites que o Sr. vê à contribuição que a neurologia pode dar às patologias mentais?

Na verdade deveríamos usar o termo Neurociências, porque não é só a Neurologia, mas sim, uma série de disciplinas que vem facilitando essa evolução, a química, a anatomia, as Imagens de Ressonância, a genética e milhares de testes neuropsicológicos que estão promovendo um avanço extraordinário no entendimento das doenças mentais. Espero para breve a conversão da doença mental em doença do Espírito com as contribuições disponíveis na Doutrina Espírita. Está aí um trabalho que o Espírita não pode se furtar.

EE - 10 Quais os maiores obstáculos, na sua visão, contra a efetiva aceitação da realidade espiritual do ser humano?

A evolução do conhecimento nunca foi homogênea, ela se faz aos saltos e por segmentos, para depois, ir se difundindo. O materialismo permanece como o mais ferrenho obstáculo à aceitação das verdades espirituais. E isso ocorre por pura ignorância do ser humano.


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6 comentários:

  1. Esse médico é um ser iluminado e muito evoluído. Sou evangélica, mas acredito que somos seres espirituais tendo experiências materiais. O Dr. Nubor é um ser de paz...Adorei a entrevista e estou com lágrimas nos olhos.
    Adriana

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  2. gostaria de levar minha mae e minha irma para consultar com ele e probrema na cabeça ja estamos cançado o medico de minha mae disse que nao tem cura mas nao vou parar e eperar o pior. quero contato com ele.

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    1. araceli.ramos@terra.com.br

      como posso comunicar-me com o doutor Nubor Facure?

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  3. Vejo que um médico deve seguir a direção do Bem e fica a impressão de que este médico é uma pessoa comprometida com a boa conduta e traz consigo enorme cultura e inteligência. Eu não sei o que significa as influências de espíritos africanos em doenças mentais, já que geralmente eles declaram que têm propósitos de desconcertar e causar prejuízos para pessoas que eles se prontificam para o mal realizando introdução de fluidos e outros tipos de miasmas. Com fé em nosso senhor Jesus Cristo eu vou ficar bom de alguns problemas relativos ao cérebro, especificamente aos movimentos, quando manifesta-se tiques nervosos e algum sintoma de angústia. Declaro aos amigos que Deus me aliviou muito esses problemas e recomendo que façam oração frequentemente sem fraquejar. Guerreiro forte continua avante nas batalhas da vida, e caso esteja ferido utilize o máximo para superar os desafios que para nós parecem impossíveis e não são para Deus. Não existe fixismo, tudo evolui! meu email é danielversatil2009@gmail.com e qualquer pessoa que estiver tendo problema relativo a sofrimento supostamente espiritual, disponho-me a conversar.

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  4. Grande orgulho tenho em me deparar com essa entrevista ao retornar ao Brasil e pesquisar onde esta o amigo e professor de minha mamae... Dr. Nubor... Cresci aprendendo a humildade e o amor ao nosso objeto de trabalho (no caso tanto de mamae cmo o meu o mesmo q do Dr. Facure: o SER HUMANO.
    Mamae era tecnica de enfermagem no antigo Irmaos Penteados em Campinas - Elza - ou melhor: Capota Fraca como era conhecida entre todos de sua epoca. Mamae dava o sangue pelos pacientes q chegavam ate ela. Auxiliava com alimentação para estudantes de medicina q nao tinham dindin p comprar alimento e os ja caros livros academicos.... Alguns desses estudantes hj viraram Doutores da Arrogância e alguns continuaram blindados na humildd como Dr. Jair Jose Pereira - cirurgiao plástico e professor na unicamp e puccampinas (espero q apos quase 10 anos sm o vr ele permaneça blindado)....
    Eu segui o ramo da Psicologia...porem a pesquisa sempre chamou me a atenção tb... Hj sou Perita Judicial nacional e minha especialidade sao adolescentes, pedofilia e personalidades criminogenas...Tb aqueles casos onde todos os profissionais jogam para um lado e para o outro o paciente com medo de nao darem conta... E acho q sou a única psicologa perita q mantem atendimento clinico... E sou conhecida como Doida entre os colegas de jaleco branco por atender ate os finais de semana para nao abrir mao de meu pacientes q nao tem condições de arcar com o custeio de um tratamento psicológico ou mesmo nao cobrar de pais q mantem uma simbiose perfeita com o dinheiro - mas sorry...meu comprometimento eh com o Humano...
    Parabens pela entrevista e ao blogueiro (a) pela brilhante iniciativa e CORAGEM em casar assuntos polêmicos nesse plano que nos encontramos.
    Peço a gentileza de encaminhar meu email para o Dr. Nubor pois estarei indo a Campinas esse mes de agosto e precisamos fechar um ciclo aberto... (Email: dra.adrianagmoura@gmail.com)
    Abraços
    Adriana

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