30 de abril de 2011

Livro I - Introdução à Ciência Espírita de Aécio P. Chagas


No centenário de nascimento de Allan Kardec (2004), muitas obras foram publicadas em sua homenagem. Dentre elas, destaca-se a 'Introdução à Ciência Espírita' de Aécio Pereira Chagas. Com um estilo simples, o autor consegue abordar uma ampla gama de tópicos que fazem parte dos fundamentos da Doutrina Espírita, suas consequências morais e filosóficas. Um livro com 156 páginas - pouco se considerarmos a vastidão da temática espírita - é bem uma introdução ao assunto.

Para se ter uma ideia dos temas abordados por esta obra, basta que consideremos seu índice: 1 Introdução, 2 - Concepção espírita do ser humano, 3 - Fluidos - I (há dois capítulos separados para o tema 'fluidos'), 4 - Perispírito, 5 - Animismo, 6 - Mediunidade, 7 - Fluidos II, 8 - Efeitos Físicos, 9 - Fluidoterapia, 10 - Evolução e Tempo (que discorre sobre o importante princípio da reencarnação), 11 - Conclusão.  Há ainda 2 apêndices: um sobre o conceito de religião e outro que trata de um resumo histórico do Espiritismo.

Antes do 1o Capítulo, no 'Prólogo', o autor, que é pesquisador acadêmico conceituado, discorre sobre a noção de 'ciência espírita'. Essa noção certamente tem consequências para a noção de universidade e centro de pesquisa acadêmico. De forma bem direta, o autor considera:
As universidades são importantes instituições de ensino e pesquisa, cujas atuais caracteristicas têm cerca de duzentos anos. Formaram-se após a Revolução Francesa (ou Burguesa) sobre as ruínas das universidades medievais. Estas eram centradas na teologia e as novas universidades centram-se nas ciências da matéria: física, química, biologia. Sua ideologia, ou seja, o conjunto de idéias que definem sua estrutura, objetivos, funcionamento etc, é praticamente positivista. Ela é, em sua essência, materialista. Creio que, dentro desta concepção de universidade, nela não cabe o espiritismo.
Essas considerações certamente têm consequências sobre a opinião particular dos que pensam ser possível acomodar a pesquisa espírita dentro dos modelos atuais de centro de pesquisa e universidades. Sendo, pois, a pesquisa acadêmica essencialmente centrada na busca e explicação de fenômenos materiais, é bastante lógico compreender porque existe grande resistência em meios acadêmicos a estudos de outras naturezas. O de uma determinada universidade estar vinculada  a uma religião (como ocorre com as universidades católicas, por exemplo) em nada modifica esse quadro:
Existem universidades vinculadas a algumas religiões: universidades católicas, protestantes, judaicas, entre outras. Pergunto ao leitor, como são elas? No que diferem das universidades não confessionais?
Finalmente, ancorado nessa lógica o autor afirma: A ciência espírita foi feita e está sendo feita nos centros espíritas. O autor explica:
Acho que a pesquisa espírita não foi feita e não está sendo feita nos centros de metapsíquica ou de parapsicologia, que não satisfazem os requisitos da atividade científica, pois elas não contêm uma teoria. Muitos dos notáveis pesquisadores do passado, que trabalharam no estudo da fenomenologia mediúnica, não fizeram ciência espírita, ou melhor, não fizeram ciência nenhuma, pois não possuiam uma teoria. É interessante que alguns até se tornaram espíritas no fim de seus trabalhos.
Do ponto de vista das modernas teorias do conhecimento, a existência de uma teoria - que desenvolve e orienta a pesquisa - é um quesito fundamental para que haja verdadeira ciência. Em um ambiente cercado de ceticismo com relação ao objeto de estudo (que é o Espírito) como haverá de se desenvolver nosso conhecimento sobre o assunto? Este é um ponto fundamental que não pode ser desconsiderado.
  
Ao longo do livro, o autor discorre sobre vários conceitos espíritas - essencialmente fundamentados em 'O Livro dos Espíritos' e 'O Livro dos Médiuns' de A. Kardec por meio de muitas figuras (ou 'esquemas') que, embora não sofisticadas, conseguem explicar os conceitos e que dificilmente encontramos em outros obras. Além disso, o livro apresenta diversos 'exercícios' que orientam o leitor no estudo de obras complementares. Por exemplo, ao final do capítulo 6 (sobre mediunidade) são propostas várias questões. Destacamos uma delas: 6.3 - Um médium sonambúlico 'que vê' é vidente ou clarividente? Tal proposta faz de 'Introdução à Ciência Espírita' um livro diferente de muitos outros, um livro que tem uma proposta pedagógica. 

Interessante e elucidativa é a proposta do autor de explicar os fenômenos físicos através de um capítulo dedicado. Por serem ocorrências que se distanciam dos fatos ordinários, esses são os mais considerados pelos adeptos da teoria do 'embuste'. Em particular, o autor esclarece os fatos da década de 60 em Uberaba, MG, em torno da mediunidade de efeitos físicos de Otília Diogo. Ele faz isso não como alguém que 'ouviu falar do assunto', mas como quem teve contato direto com testemunhas dos fatos: 
Em uma  dessas reuniões, esteve presente também uma equipe de repórteres da revista O Cruzeiro, na época, era o semanário de maior circulação no país. A primeira reportagem publicada pela revista foi fiel aos fatos observados. A segunda, uma semana depois, procurou apresentar tudo como se fosse uma fraude. 
Mesmo assim, em determinados  assuntos, sentimos que o autor foi algo resumido demais. Um exemplo, é o tema 'prece' do capítulo 9 'Fluidoterapia'. O assunto, em nossa opinião, é de certa importância e muito se beneficiaria de maior aprofundamento com o estilo didático do autor.

No último capítulo (11 - Conclusão), o autor trata da noção de prova científica de outras questões ligadas ao assunto e sua relação com os fatos espíritas. Basta considerarmos as perguntas feitas pelo autor no capítulo citado: 'Átomos e moléculas existem? Você já os viu ou os tocou? Como provar que eles existem?, para que tenhamos uma idéia de que a noção de prova na ciência e, principalmente, na ciência espírita, não tem o mesmo status das 'evidências' das ciências forenses ou criminais. O assunto requer muito estudo e uma visão dilatada que inclua a ideia de que muitas coisas no mundo existem apesar de não sensibilizam diretamente nossos sentidos ordinários. 

'Introdução à Ciência Espírita' traduz em seu título, de uma maneira fiel, o que o autor desejou transmitir com ele: uma introdução didática a um tema que tem um grande futuro.
  
Detalhes bibliográficos:
Introdução à Ciência Espírita
Aécio P. Chagas
156 páginas
Biblioteca de Ciência e Espiritismo
Editora Lachâtre (http://www.editora3deoutubro.com.br)
1a Edição (2004)

24 de abril de 2011

Crenças Céticas XIV - "Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias."


"Pessoalmente, ficaria muito satisfeito se houvesse vida após a morte, especialmente se ela me permitisse continuar a aprender sobre este e outros mundos, se ela me desse a chance de descobrir como a história aconteceu". C. Sagan

Embora a sua aparência lógica, inexiste frase mais incongruente do que esta que serve de título deste post, atribuída ao astrônomo Carl Sagan Carl Sagan (1934-1996), membro fundador de uma importante seita de céticos. Por isso mesmo, ela veio a se constituir em um dos pilares da crença cética. (1)

C. Sagan foi bem meu herói de juventude: quem não se lembra da série 'Cosmos' no começo da década de 1980, com suas primeiras simulações computacionais, mostrando um viajante em suas viagens pelo Universo, de uma maneira acessível ao grande público? A série era primorosa e, mesmo hoje em dia, a maneira com que ele explica cada tópico em Astronomia deixa saudades. Mais  tarde, descobri que Sagan errava em alguns pontos com relação à história da ciência, o que é de pouca importância comparada a sua postura de defensor infatigável da ciência (lê-se academia) utilizando, entretanto, argumentação algo equivocada, que o levaria a tirar conclusões em contradição com sua visão materialista de ver o mundo. 

Sagan pretendia fazer algo muito importante: livrar a sociedade das trevas da ignorância medieval, do irracionalismo cristão que condenou tantos mártires considerados hereges à fogueira. Nisso talvez ele estivesse certo. Por isso, Sagan chega à conclusões belíssimas com relação a nossa verdadeira posição no Cosmos: no auge da gerra fria fez uso de uma foto tirada por uma das Voyager mostrando tudo aquilo que somos. Nada mais que um grão de areia perdido na imensidão do Cosmos.

'Pale Blue dot': foto da Terra de um ponto muito distante no espaço.
Para C. Sagan, o uso dessas imagens poderia demonstrar ao público
a verdadeira dimensão das disputas e pontos de vista humanos.

Sobre tal foto escreveu ('Pálido Ponto Azul'):
Olhem de novo para aquele ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, todos os que conhecemos de quem ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas.
Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, “superastros”, “líderes supremos”, todos os santos e pecadores da história de nossa espécie, ali - num grão de poeira suspenso num raio de sol.
A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração deste ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes mal distinguíveis de algum outro canto em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes.
Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no universo, tudo é posto em dúvida por este ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. 
Carl Sagan - (de “Um pálido ponto azul”, 1994)
Entretanto, Sagan frequentemente afirmava que a sociedade, que passou a depender da Ciência e da tecnologia, sem saber o que isso significava de fato, deveria arraigar-se ao cientificismo que, segundo ele, era a única coisa que poderia salvar a Terra e a sociedade, tanto de uma hecatombe nuclear como num retorno à Idade Média e de suas fogueiras. Desta forma, Sagan fazia da ciência uma plataforma de pregação de suas crenças céticas e se voltava contra qualquer coisa que não se adequasse à visão corrente resultante de interpretações das teorias científicas, algo que é estranho à atividade científica em si.

Não é papel da Ciência fazer pregações sobre como a sociedade deva se comportar.  A Ciência deve ser sempre neutra em sua visão do mundo porque, da humildade resultante de quão pouco sabemos, apesar de termos progredido tanto em conhecimento, vem a conclusão que inexiste limites para o que podemos aprender com o Cosmos. Encontra-se assim uma contradição no pensamento de Sagan: enquanto afirmava categoricamente que o Universo era infinito em muitas possibilidades, ele negava veementemente a possibilidade de muitos outros fatos que ele considerava crenças pseudocientíficas. Para Sagan, o Cosmos era tudo o que existia e era ilimitado, mas não tanto assim a ponto de validar determinadas crenças que entravam em conflito com as suas próprias. 

Isso fica bem claro na sua visão sobre a Astrologia: dizia que 'os jornais do mundo trazem todas as semanas horóscopos, mas dificilmente notícias sobre o Universo' (isso era uma verdade na década de 1980, mas hoje, com a internet, jornais dedicam muitas reportagens à pesquisa científica). Pretendia que as pessoas comuns, que não escolhem carreiras científicas em suas vidas, tivessem pela Ciência o mesmo interesse que tem por Astrologia. Acontece que essa é uma expectativa ingênua: a Ciência nada tem a dizer sobre o sentimento ou temores das pessoas, enquanto que as colunas astrológicas aparentemente tem (mesmo que sejam na forma de frases auto evidentes). A Ciência jamais será tão popular quanto novelas ou histórias românticas, porque o ser humano tem sentimentos, expectativas, temores e esperanças para as quais a Ciência - principalmente aquela de C. Sagan -  jamais conseguirá dar respostas atraentes.

Em algum ponto de sua pregação cética nasceu o slogan sobre as 'afirmações extraordinárias e das evidências extraordinárias' (Ver nota (1)). Embora pareça uma frase lógica, tão lógica quanto: 'pessoas felizes tem vidas felizes' ou 'planetas rochosos tem densidades elevadas' (para usar um exemplo mais ao gosto de C. Sagan), trata-se de uma falácia lógica (non sequitur) que não tem base alguma na história da ciência. Basta que analisemos alguns exemplos para percebermos sua precariedade, o que ajuda a esclarecer um pouco como se dá o processo das descobertas científicas.

Primeiro há o problema com a definição de 'evidência extraordinária'. O que é uma 'evidência extraordinária'? Uma pessoa comum, tropeçando com uma pedra no chão, dificilmente reconhecerá nela qualquer sinal de um fóssil antigo, fato que um bom paleontólogo será capaz de fazer. Ou seja, uma 'evidência extraordinária' só é realmente em relação a um 'referencial de conhecimento'. Não há evidências extraordinárias de qualquer tipo para quem não acredita em nada ou não sabe nada. No âmbito da Ciência, uma evidência desse tipo só é verdadeiramente 'extraordinária' desde um ponto de vista muito especial e privilegiado, o ponto de vista de uma teoria particular. Na ausência desta, inexiste evidência alguma - ainda que a Natureza nos bombardeie diariamente com vários fenômenos.

Um exemplo interessante (embora distante de nossa realidade diária) foi a 'descoberta' das partículas elementares chamadas neutrinos. Elas foram 'postuladas', ou seja, imaginadas como existentes para explicar certas anomalias em  processos de desintegração radioativa, em particular o decaimento beta. Entretanto, nenhuma 'evidência extraordinária' foi encontrada na condições exigidas por muitos crentes céticos, pois os neutrinos não interagem com absolutamente nada, assim não podem ser detectados diretamente. A menos que tenhamos muitos bilhões de dólares para construir um detector de neutrinos (que consegue isso por métodos indiretos e de forma estatística), jamais teremos qualquer evidência de sua existência.
Pelo menos em física de altas energias,  'evidências extraordinárias
exigem orçamentos extraordinários'. A foto mostra um detector
de neutrinos (interior do LSND ou detector de neutrinos por
cintilação líquida em Los Alamos, USA).
O mais certo é dizer que, no estágio atual de desenvolvimento das Ciências da matéria, 'evidências extraordinárias exigem orçamentos extraordinários', tal é a quantidade de dinheiro necessária para que determinadas 'afirmações extraordinárias' tenham qualquer chance de serem consideradas. Céticos dogmáticos não se dão conta disso e pretendem generalizar a regra para todos os fenômenos da Natureza. E, mais importante ainda, não podemos deixar de reconhecer o papel fundamental das teorias que devem ser aceitas e trabalhadas. Sem elas é impossível desenhar ou projetar qualquer equipamento para tornar visíveis determinadas evidências. Assim, a Ciência verdadeira está longe de ser uma atividade imparcial, pelo menos no que diz respeito à crença que se deve depositar na validade de certas conjecturas a respeito do Cosmos.

Portanto, a frase de Sagan é retórica elegante mas sem fundamento. As contradições com diversas descobertas científicas são tão grandes que deixamos ao leitor a tarefa de encontrar outros exemplos na história da ciência.

Mesmo com essas constatações, não podemos deixar de admirar o brilhantismo e o esclarecimento que Carl Sagan prestou em seu papel de divulgador e como astrônomo. A maioria dos que pretendem seguir seus passos hoje, o fazem exagerando ainda mais no ceticismo e são quase todos desprovidos de sua elegante retórica. Sem a reverência que Sagan tinha pelo imensidade do Cosmos, pretendem ditar normas sobre o que é 'científico' ou não na visão deles, e seu argumento é usado para refutar o que céticos chamam de 'claims' de muitos fenômenos, que devem ser 'provados rigorosamente', o que inclui: exigências de farta repetibilidade (como se na Natureza não houvessem fenômenos estocásticos e raros), 'objetividade' e outros quesitos. 

Notas

(1) Segundo o site 'The Anomalist', a frase teria sido criada por Marcelo Truzzi (1935-2003). Junto com P. Kurtz, Truzzi fundou o "Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal" (CSICOP), tendo se arrependido disso posteriormente:
"I might note here that it was Marcello, not Carl Sagan, who coined the often-misattributed maxim "Extraordinary claims demand extraordinary evidence." In recent years Marcello had come to conclude that the phrase was a non sequitur, meaningless and question-begging, and he intended to write a debunking of his own words. Sad to say, he never got around to it." 

15 de abril de 2011

Crenças Céticas XIII: 'O Porvir e o Nada'.

Wellington Menezes de Oliveira, o assassino do Realengo, explica porque cometeria o seu crime.
Todos somos livres na escolha das nossas crenças; podemos crer em alguma coisa ou em nada crer, mas aqueles que procuram fazer prevalecer no espírito das massas, da juventude principalmente, a negação do futuro, apoiando-se na autoridade do seu saber e no ascendente da sua posição, semeiam na sociedade germens de perturbação e dissolução, incorrendo em grande responsabilidade. (A. Kardec em 'O Céu e o Inferno')

Nossa época apresenta-se como o apogeu da cultura científica e da pobreza filosófica, fruto de doutrinas negativas e niilistas adotadas de forma conveniente após a separação entre o Estado e a Religião estabelecida, que se provou ser remédio mais fulminante do que a própria doença. Por isso, alguns indivíduos, portadores de deficiências ainda mais profundas na compreensão que deve existir entre seres que se reconhecem iguais, tornam-se casos alarmantes a demonstrar conduta de visível decadência em todos os sentidos.

Por que isso aconteçe? Um pouco de reflexão, desde que pautada na visão espírita mais dilatada da razão e da existência dos seres, nos mostra facilmente o motivo.

Em primeiro lugar, é importante enunciar verdades à guiza de princípios: nossa sociedade vive fase de pesadas angústias sociais, fruto do desabamento de suas estruturas éticas e morais. Isso acontece porque, em uma sociedade onde não existe esperança no porvir, na vida futura, não poderá haver nenhuma tipo esperança. 

De uma lado temos a Religião estabelecida que se tornou motivo de riso e deboche, uma vez que as práticas  não correspondem aos princípios pregados. De outro, a intelectualidade que se incumbe hoje de decisões dos Governos e organizações civis, perdida em interpretações apressadas da Ciência, se satisfaz com crenças céticas e pessimistas diante das quais a ética torna-se apenas uma questão de opinião pessoal.

Diante desse quadro, para determinadas mentes enfermiças que, ao nascerem, se reconhecem diante de um mundo cuja razão é desconhecida, o convívio harmonioso se torna uma necessidade. Se o mundo não tem sentido, então ao menos viveremos com algum sentido sendo aceitos e compreendidos por nossos semelhantes.

Mas o que fazem nossos semelhantes? Vivem conforme a imensa maioria, perdidos nesta mesma sociedade cujas crenças exclusivistas determinam gozar ao máximo a existência presente que, afinal, tem como fim último o vazio eterno. 

Nada nos espanta ver então o surgimento de grupos que sistematicamente desprezam, caluniam e atacam outros considerados diferentes ou inferiores. E nada, governo, sociedade ou pessoa alguma poderá detê-los, afinal, como não existe vida futura, inexiste justiça. É em vão que se invoca a justiça dos Governos, muito tempo depois que a oportunidade de uma educação baseada na verdadeira esperança foi perdida. 

Em vão tentarão reformular leis, convencer ou mudar uma sociedade que não vê sentido em nada além. Qual será a diferença entre matar uma mosca e matar seu semelhante? Tal é a questão que se coloca  para quem aprendeu a relativizar seus sentimentos em um mundo sem direção.  

Mais de um século nos separam hoje desde que Allan Kardec escreveu as palavras abaixo  (Em 'O Céu e o Inferno') que se aplicam perfeitamente aos dias que vivemos:
Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, todo um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês, ou num ano será aniquilado; que nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um só traço: Que fará esse povo condenado, aguardando o extermínio?
Trabalhará pela causa do seu progresso, da sua instrução? Entregar-se-á ao trabalho para viver? Respeitará os direitos, os bens, a vida do seu semelhante? Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legitima que seja, mesmo a paterna? Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever? 
Certo que não. Pois bem! O que se não dá coletivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente, individualmente.
E se as conseqüências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque na maioria dos incrédulos há mais jactância que verdadeira incredulidade, mais dúvida que convicção – possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar – o qualificativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes a vaidade e o amor-próprio; em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria, e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.
Torne-se, não obstante, absoluta a incredulidade da maioria, e a sociedade entrará em dissolução. Eis ao que tende a propagação da doutrina niilista. (Grifos nossos)
Kardec explica aqui porque nem todos se dissolvem na falta de ética resultante da crença niilista: não é porque esta explicação seja inapropriada, mas porque a dúvida e a falta de convicção norteia a imensa maioria que, por medo, faz de forma automática o que se aprendeu por imitação a fazer. Seguem hebetados a costumes e modismos, sem nenhum compromisso com o futuro. Kardec previu, entretanto, que haveria um aumento do relaxamento moral, na medida que o niilismo ganhasse força na sociedade. É por isso que hoje vemos, todos os dias, notícias de crimes escabrosos que ocorrem aqui e ali, quando então o medo e a dúvida são substituídos pela violência que sacrifica sem piedade suas vítimas. Também Leon Denis em 'O problema do Ser, do Destino e da Dor' adverte:
Em toda parte a crise existe, inquietante. Sob a superfície brilhante de uma civilização apurada esconde-se um mal-estar profundo. A irritação cresce nas classes sociais. O conflito dos interesses e a luta pela vida tornam-se, dia a dia, mais ásperos. O sentimento do dever se tem enfraquecido na consciência popular, a tal ponto que muitos homens já não sabem onde está o dever. A lei do número, isto é, da força cega, domina mais do que nunca. Pérfidos retóricos dedicam-se a desencadear as paixões, os maus instintos da multidão, a propagar teorias nocivas, às vezes criminosas. Depois, quando a maré sobe e sopra o vento de tempestade, eles afastam de si toda a responsabilidade.
(...) A origem de todos os nossos males está em nossa falta de saber e em nossa inferioridade moral. Toda a sociedade permanecerá débil, impotente e dividida durante todo o tempo em que a desconfiança, a dúvida, o egoísmo, a inveja e o ódio a dominarem. Não se transforma uma sociedade por meio de leis. As leis e as instituições nada são sem os costumes, sem as crenças elevadas. Quaisquer que sejam a forma política e a legislação de um povo, se ele possui bons costumes e fortes convicções, será sempre mais feliz e poderoso do que outro povo de moralidade inferior.
Em vão alguns pigmeus morais afirmarão que o niilismo de nossa sociedade nada tem a ver com os problemas de polícia. Outros tratarão de culpar o Estado pela falta de segurança e pelo mal estar geral devido a crise econômica. Ainda outros, religiosos dogmáticos apresentarão as portas do inferno eterno aqueles que não se enquadram em suas doutrinas repletas de idéias preconcebidas e interpretações errôneas.

O problema que temos que enfrentar é muito mais profundo e exige tratamento das causas e não ação de paliativos. A certeza na Imortalidade e a noção de uma Justiça Natural preexistente a tudo deverá ser a base para uma nova educação, baseada na aceitação, compreensão e múta estima - calcada em exemplos e não em mera retórica - que deverá ser ministrada a nossos filhos e descendentes a fim de que possamos viver realmente em paz.

9 de abril de 2011

Principais Posts do Blog (Abril 2011)


Segue abaixo uma lista para os links principais deste site até Abril de 2011. Na verdade, a maioria dos 'posts' segue mais a estrutura de artigos, com vários links para outras referências que você pode utilizar para conhecer mais sobre um determinado assunto. As palavras-chave também servem para orientar o leitor, além da busca (pesquisa de postagens) implementada.

Série Cartas Psicografadas

Entrevistas


Sobre o ceticismo dogmático: Série Crenças Céticas

5 - Nova Edição de Paranthropology (Vol. 2, Número 1) - Destaque: ectoplasmias recentes no FEG.


1 de abril de 2011

Entrevista I-2/2 - Yvonne Limoges da Sociedade Espírita da Flórida (EU)


Nunca estás sós


Quando sofres... nunca estás sós...
...Aqueles, no mundo espiritual, teus verdadeiros amigos e parentes desta e de outras vidas
Que te amam, estão contigo, cientes de tuas dificuldades,
Eles choram quando tu choras, sofrem quando tu sofres.
Mas eles te ajudam tanto quanto podem.

...Sustenta-te com prece, sincera e fervorosa, ao teu
Espírito protetor e ao Todo Poderoso.
Tuas preces derramarão sobre ti,
das Alturas, as energias espirituais que tanto precisas.
Elas agirão sobre ti como o bálsamo benéfico
Que te improvisará a calma interior a tua alma combalida...
Elas te sustentarão em tempos de crise e necessidade,
afastando-te do desespero...

Os teus espíritos protetores tem grande compaixão por ti...
Eles te assistem com o que precisas para eliminar
as angústias do coração oprimido e te fornecem
a boa inspiração, desde que saibas ouvir
tua voz interior ou intuição. Eles sim sabem...
que se tu também souberes te sustentar
por tais horas de escuridão, tanto melhor será para teu Espírito
no progresso de tua presente existência.
Assim, sejas forte, ores,
e tenhas fé!
Tradução nossa de uma comunicação recebida por Y. Limoges (boletim de Fevereiro de 2011 da Sociedade Espírita da Flórida).


Parte final da entrevista feita com Yvonne Limoges da Spiritist Society of Florida.


EE 6 - Como os lídereas da NSAC pensam sobre isso? (referência à questão anterior).

YL - Nos EUA, Espiritualismo e Espiritismo são sistemas de crenças distintos com práticas diferentes.

Espiritualistas estão majoritariamente preocupados em espalhar sua religião e não creio que se sintam ameaçados pelos espíritas.

Não obstante, o conceito de reencarnação tornou-se tão difundido aqui que eventualmente eles irão aceitá-lo. Muitos espiritualistas já acreditam nisso e, como disse, estão se mexendo para mudar a situação do ponto de vista dos princípios. À medida que os mais velhos se vão, a balança irá pesar cada vez mais favoravelmente. 

Seus médiuns hoje estão recebendo comunicações que envolvem descrições de vidas passadas, o que está criando um conflito, pois eles são ensinados apenas a transmitir a mensagem sem interferência. 

Se a reencarnação não é um principio, como os médiuns devem agir? Tal é o dilema que eles tem que enfrentar.

EE 7 - Você acredita que Espiritualistas nos Estados Unidos estão mais conscientes do Espiritismo ou eles ainda veem o movimento espírita como essencialmente integrado a grupos Latino Americanos? Como você vê o aumento crescente do interesse de espiritualistas americanos por reencarnação?

YL - Alguns dos líderes das maiores organizações espiritualistas nos Estados Unidos, a Associação das Igrejas Nacionais Espiritualistas (NSAC) tem consciência dos princípios básicos do Espiritismo. Nos últimos anos, eles publicaram vários artigos de nossos boletins espíritas, incluindo sobre reencarnação na publicação oficial 'The Summit' que é enviada a todas as igrejas e membros. Entretanto, apenas citam o autor e fornecem detalhes tais como se foi uma comunicação, não divulgam que esses artigos são de nossos boletins ou de nosso centro.

Penso que tenho um bom relacionamento com esses líderes e seus editores, acho que o fato de ser Americana ajudou bastante nisso. Como espírita, fico contente que possa influenciá-los no que diz respeito aos princípios básicos e filosóficos de nossa doutrina. Isso é a coisa mais importante do meu ponto de vista. Já me encontrei pessoalmente com o presidente dessa associação e tenho mantido correspondência com o vice-presidente nos últimos 10 anos.  

Infelizmente, a mim parece que eles consideram todos os espíritas como estrangeiros e brasileiros. Seus membros não fazem ideia de que existem milhares de espíritas em outros lugares do mundo e em muitos países que falam espanhol.

Também reporto que tem havido contato entre espiritualistas e espíritas por meio de Divaldo Pereira Franco em seminários que ocorreram em Lily Dale. Acredito que alguns espiritualistas visitaram centros espíritas.

Considerando tudo isso, ainda afirmo que a maioria dos membros atuais dessas igrejas espiritualistas não sabem que o Espiritismo existe.

Também, tenha em mente que as práticas espiritualistas são muito diferentes (das espíritas). Eles mantem organização clerical, testam e certificam seus médiuns (de cura inclusive), dão comunicações espirituais de parentes falecidos publicamente no púlpito de suas igrejas durante os serviços e cantam hinos. Recentemente, perceberam que existe necessidade de se enfatizar mais a filosofia, já que tantas pessoas se mostram crentes da existência dos Espíritos e da vida após a morte.

Durante muitos anos, artigos sobre reencarnação eram absolutamente proibidos. Agora isso mudou, e cada vez mais membros acreditam em reencarnação. Eles ainda não a aceitaram como um princípio, mas alguns deles estão realmente lutando para que isso ocorra oficialmente. Tiveram sua conferência anual mais recente no ano passado na Flórida, ocasião em que participei. Encontrei-me com o comitê 'pro-reencarnacionista' para explicar sobre o 'Espiritismo' do que nada sabiam, além de nossos princípios.

Além disso, há um debate bastante forte ao redor do mundo na internet sobre reencarnação e sua conceituação entre espiritualistas de língua inglesa e outros que acreditam principalmente no que os espíritas postulam concernente aos fenômenos espíritas e à mediunidade.

Uma coisa que se há que ter em mente é que o que uma pessoa média nos EUA entende por 'reencarnação' se mostra muito diferente do que Espiritismo diz. Há opiniões variadas sobre como e porque a reencarnação ocorre, se ela somente se aplica a certas pessoas ou a todos. Eles não tem o conhecimento profundo que o Espiritismo nos dá com relação aos objetivos, detalhes ou o processo completo da reencarnação. 

Falando nisso, há nos EUA e outros países pessoas que se auto denominam 'espiritualistas' mas que não tem igrejas e se reúnem em grupos ou centros como os espíritas. Nem tampouco são eles muito religiosos. Em uma conferência espiritualista que participei e dei palestra, encontrei muitos espiritualistas nessa posição que acreditam e praticam coisas variadas. Muitos deles são bastante seculares. O ensino da filosofia não é para eles uma prioridade.  

A maioria dos espiritualistas focam no fornecimento de provas da vida após a morte. Fazem isso por intermédio de mensagens recebidas por médiuns que contem evidência verídica de parentes que partiram para o mundo espiritual. Vi e testemunhei tais casos pessoalmente, através de vários médiuns e sensitivos. Também tem a prática de cura por meio de passes. Não há ênfase em transes mediúnicos. Se isso vem a  ocorrer, o fazem  de forma privada. 

No que diz respeito a obsessão, há muitos hoje em dia praticando o que chamamos de 'spirit release' de forma semelhante a praticada pelos espíritas. Alguns indivíduos e grupos (aqui e na Inglaterra) se especializaram no assunto e estão integrados a profissões médicas ou psicológicas.
Além disso, a maioria do povo dos EUA não sabe nada de Espiritismo e, quando isso ocorre, o sabem mais através de brasileiros que eles conheçam pessoalmente. Alguns podem participar de conferências ou simpósios locais, mas tais eventos são esporádicos e mais freqüentados por espíritas.

Um fato que tem chamado a atenção para o Brasil e para o Espiritismo foi se considerar espírita por aqui o  médium João de Deus (João de Abadiânia). Houve muitas notícias sobre ele durante vários anos aqui, tendo ele sido tema no programa da Oprah que é bastante influente por aqui. Emma Bragdon, PhD, publicou bastante coisa sobre sua obra e o que ela chama de centros espíritas de cura. Isso inspirou a muitos a viajarem ao Brasil para assistir suas curas. Lá podem talvez conhecer mais sobre o Espiritismo e freqüentar outros centros. 

EE 8 - O que se pode fazer para mudar essa situação?

YL - Primeiro é preciso saber que o Espiritualismo e suas igrejas oficiais não constituem religião majoritária aqui nos EUA.

Há poucos centros espíritas também. Mesmo assim, acho que o contato com os espíritas ajuda bastante, mas , no que diz respeito a certas práticas espiritualistas - como a de se ter organização clerical - isso vai demorar bastante para mudar. 

Os espíritas estão se tornando mais organizados nos EUA, são eles na sua maioria formado por centros ou grupos de brasileiros com alguns centros e grupos hispânicos. Há também alguns conselhos espíritas estaduais afiliados ao Conselho Espírita dos Estados Unidos (USSC) que, por sua vez, é afiliado ao Conselho Espírita Internacional (CEI). Publicam uma revista espírita nos EUA. Muitos profissionais americanos bem conhecidos (que escrevem livros ou se envolvem em pesquisas sobre o pós-vida, mediunidade e reencarnação) participaram de conferências e simpósios mantidos por tais organizações. Conferencias médico-espíritas anuais tem ocorrido anualmente também. Se isso continuar a crescer, então mais pessoas irão se aproximar do Espiritismo.

Também gostaria de registrar que aqui nos EU são inúmeras as igrejas 'metafísicas' e grupos espiritualistas do gênero que acreditam em combinações de crenças relacionadas a capacidades psíquicas, mediunidade, espíritos e além-túmulo. Muitos tem médiuns legítimos e conduzem sessões. Muitas dessas pessoas acreditam em misturas de crenças espirituais e de vários outras religiões - incluindo crenças orientais e de índios americanos. 

EE 9 - Você acha que eles terão 'vergonha' no futuro em não ter reconhecido esse importante princípio, o da reencarnação, desde o início?

YL - Não acho que pensarão desse jeito. Tudo ocorrerá como se eles finalmente aceitassem por si tal conceito. 

Os espiritualistas nada sabem sobre o Espiritismo e sua história. 

Deixo claro que muitos querem provas substanciais e não apenas comunicações ou evidências de regressão a vidas passadas. Apenas o trabalho do Dr. Ian Stenson parece impressioná-los por enquanto, e muitos permanecem ainda céticos, mesmo com relação a tais trabalhos. 

E, ainda que aceitem completamente a reencarnação, nada irão compreender de como ela funciona. Haverão inúmeros debates sobre isso, penso eu, nos anos que virão.

EE 10 - No futuro, você disse que gostaria de traduzir livros espíritas para o inglês. Que tipos de livros?

YL - Gostaria de traduzir livros que estão em espanhol. Frequentemente traduzo artigos espíritas breves tanto em espanhol como em português para o nosso boletim.

EE 11 - Você gostaria de dar uma mensagem especial aos espíritas do Brasil?

YL - Primeiro, espero que minhas respostas possam esclarecer vocês sobre a situação em meu país. 

Anteriormente, nos EUA, haviam centros espíritas hispânicos que apareceram aqui com a imigração nos anos de 1930 e 1940 em cidades grandes como Miami, Chicago e Nova Iorque. Tanto quanto sei, meu pai foi o único que, ao se mudar, acabou fundando um novo centro espírita. À medida que as gerações se sucederam, somente poucos desses centros originais sobreviveram até hoje de uma forma ou de outra.

Minha esperança é que brasileiros que tenham aberto centros espíritas nos EUA nos últimos anos (a mim parece que a maioria é de gente jovem comparada a mim, já na idade de 55) inspirem e passem a seus filhos a importância de assumirem posições de liderança na responsabilidade de dirigirem tais centros.

Quando seus filhos se tornarem mais 'americanizados' e se casarem com pessoas daqui, proveniente de outras culturas ou de uma variedade de etnias e bases religiosas distintas, isso será um problema. Por si só isso será um desafio; além disso, muitos irão se mudar para lugares distantes do centro espírita de origem. Será que eles irão abrir seus próprios centros, caso não encontrem um no novo local? Somente o futuro irá dizer o que vai acontecer. 

Temos nos esforçado para que isso aconteça aqui em nosso centro, preparando alguns para tarefas de liderança. 

Gostaria de dizer que é maravilhoso saber que tantos brasileiros conheçam a língua inglesa e outros idiomas, e que muitos, vivendo em vários cantos do mundo, tenham sentido a necessidade de divulgar os princípios da Doutrina Espírita aos nativos dos países para onde se mudaram.

Conheço bem o livro 'Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho'.

Para finalizar, gostaria de dizer obrigado! Continuem com o seu trabalho espiritual maravilhoso, e que Deus os abençoe a todos!

Agradeço muito a oportunidade de partilhar com vocês essas informações e o meu ponto de vista.

FIM